quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Menos Teoria e Mais Prática


Imagem Internet



Universidades de São Paulo devem aumentar de 10% para 30% a carga horária prática dos cursos de Licenciatura e Pedagogia.



São Paulo - As universidades Paulistas começaram a readequar seus cursos de licenciatura para futuras mudanças. Defendida por ministros e secretários, o aumento da carga horária prática dos estudantes já está sendo preparada para entrar no currículo da USP, Unesp e Unicamp.

Em recentes entrevistas à veículos de imprensa, o novo Ministro da Educação, Aluízio Mercadante vem dizendo que os estudantes que se formam em Pedagogia ou Licenciatura saem das universidades “sem saber ensinar”. As alterações nas instituições paulistas só devem ocorrer após análise do Conselho Estadual de Educação.

1ª Tesoureira Sandra Finken

Para a Professora e Tesoureira do SindProfNH, Sandra Finken o efeito do aumento da carga horária prática dos estudantes com a consequente diminuição do conteúdo teórico, depende de como será aplicado. “Precisamos pensar em como isso vai acontecer. Os estudantes vão apenas observar as aulas por mais tempo ou as escolas poderão propiciar experiências aos universitários?”, questiona.


Para a professora, triplicar a carga horária prática nos cursos só terá efeito real no aprendizado, se os universitários participarem ativamente das atividades da escola. “Quando eu fiz o magistério, eramos responsáveis pela organização das semanas literárias e outros eventos com a comunidade. Essas também são funções cotidianas do professor”, finalizou Sandra.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Dia de Luto e Luta: Como a Feminização do Magistério influencia na desvalorização do professor?


Estamos nos aproximando da Mobilização do Dia de Luto e Luta que lembra do golpe aplicado pelo executivo hamburguense, com apoio da câmara de vereadores, que em 2009 extinguiu nosso plano de carreira.
Hoje, substituído por um plano que não valoriza a formação, o novo plano de  carreira nem ao menos é cumprido pela prefeitura.

Esse ato ilegal do descumprimento das leis municipais reflete o “Estado Machista”.
A afirmação é da Historiadora , Professora Universitária e Militante Feminista pela Marcha Mundial de Mulheres, Cheron Moretti que cedeu uma entrevista ao SindProfNH falando sobre a Feminização do Magistério.


1- Na sua opinião, o que faz as pessoas relacionarem a profissão de professor, principalmente quando se fala em educação infantil, com uma atividade profissional feminina?
Cheron Moretti
Tenho observado, cada vez mais em minha prática docente, que o que tem identificado nossa profissão como uma prática social eminentemente feminina é a dimensão do "cuidado". A "atividade cuidado" é naturalizada, deshistoricizada, de tal forma que não se questiona por quê determinadas profissões estão relacionadas às mulheres, e poderíamos fazer um paralelo à outras atividades no campo da saúde, por exemplo. Se supõe que para cuidar de alguém não seja necessário formação específica, procedimentos adequados, enfim, conhecimentos científicos para a sua realização. Não são incomuns os comentários que recebemos, de desvalorização de nossas atividades, porque as pessoas pensam que educar é uma extensão de tudo aquilo que já fazemos em casa, no âmbito privado, e que passamos nossa infância inteira brincando porque alguém disse que, como meninas, temos que cuidar dos outros, sempre. Da mesma forma, se entende que nascemos e crescemos para sermos tolerantes e preocupadas com todos que nos cercam. O Estado se beneficia muito com isso. Por um lado as mulheres, ao serem exímias cuidadoras, garantem a execução de todo o trabalho doméstico e demais atividades relacionadas à sua profissão. Por outro lado, ele continua ganhando porque naturaliza e desqualifica profissões das quais nós fomos nos inserindo (e fomos inseridas) ao longo da história. Quando tudo parece ser natural é necessário questionar. As mulheres são boas em todas as profissões que quiserem atuar; incluindo o magistério, mas não porque somos mulheres, mas porquê há muito conhecimento mobilizado na tarefa educativa.     


2-  O Estado é machista? Como isso prejudica os profissionais em Educação?
O Estado em que vivemos tenta conciliar as contradições de classe, e não superá-las, de tal forma que as suas instituições servem para garantir a manutenção e os privilégios de uma determinada classe, a dominante. A questão é que as contradições e interesses de classe continuam existindo, ainda que tentem nos convencer do contrário, ou seja, o Estado as controla justamente para perpetuá-las. No entanto, nossa sociedade não se organiza apenas pela hierarquia entre a classe trabalhadora e aquela que a explora. Esse Estado que nada ou muito pouco assegura de bem-comum, sobretudo em tempos neoliberais, reproduz outra  hierarquia: a patriarcal! E é essa que assegura, também, a desigualdade entre homens e mulheres, reafirmando papéis e funções sociais para cada uma de nós. Dentre eles, a do cuidado, como já mencionei anteriormente. Existe portanto, uma intersecção entre as opressões. Poderíamos aqui mencionar, com muita legitimidade, a racial/étnica...olhemos para nossa realidade: mulheres negras recebem menos que mulheres brancas, em termos salariais, e são as mais precarizadas; ou ainda, quando pensamos em mulheres negras, onde pensamos que elas estão? Qual o seu papel? Quando olhamos para as nossas cozinhas e refeitórios: quem nos cuida e nos serve? É sempre esse o lugar? O Estado e todas as suas instituições se beneficiam disso. O trabalho docente é desvalorizado constantemente. Existe uma invisibilidade das opressões que as trabalhadoras da educação sofrem porque esse tal Estado faz de conta que não tem lado. Por exemplo, retirar direitos dos professores, em concreto, é precarizar a vida das mulheres em seu conjunto. Quando não temos creches nos locais de trabalho, significa que aquela que decidir ser mãe tem que "voltar para casa". E, isso é muito perverso. Somos maioria no trabalho docente, sobretudo na educação infantil, assim como responsáveis pela família vamos sendo atingidas quando a educação não é tratada com prioridade pelo Estado e suas instituições. (Existe um funil, conforme os níveis de ensino e também no que se refere à chefias, nele podemos ter mais presente essa desigualdade experimentada pela categoria. Quando deveríamos ser vistas em totalidade, o sistema nos divide na intenção de colocar-nos umas contra as outras. Somos uma só, professoras.)



3 - A discussão de gênero poderia mudar essa visão que a maioria das pessoas têm sobre o magistério?
Não tenho s dúvidas! É interessante pensarmos, novamente, em termos de contradições. No último período há um crescente avanço do conservadorismo. Tanto esse Estado que aí está não é neutro que se quer tem conseguido cumprir o princípio de laicidade! Ele deveria funcionar independente das ideias religiosas, inclusive para garantir a pluralidade de suas manifestações, e o que vemos é um controle e uma submissão a dualidades que ao longo da História só serviram para controlar os corpos das pessoas, sobretudo das mulheres. O discurso da "escola sem partido", ou seja, escola sem utopia (assumo aqui utopia como visão social de mundo daqueles e daquelas que são excluídas) elimina todas essas discussões sobre desigualdade entre os gêneros, da livre orientação sexual, de racismo e dá lugar privilegiado para manter o sexismo, a trans-lesbo-homofobia, etc... Negar às mulheres e aos homens de conhecer a sua própria história é negar às pessoas de se reconhecerem como sujeitos de sua própria transformação. Não problematizar as desigualdades entre homens e mulheres é garantir a manutenção à toda ordem de violência sob àquelas que estão "abaixo da linha da humanização". Parece exagero, certo? Mas, não é! Noutro dia acompanhava uma jovem mãe que dizia à professora que não gostaria de ter de assumir a orientação da escola sobre o uso de mini-saias a sua filha. Sua reivindicação era de que os meninos deveriam ser educados a respeitar às meninas e não o de se estabelecer normas, comportamentos, "próprios" para as meninas através da restrição do uso de uma determinada vestimenta. Mas, a escola não compreendeu o que essa mãe demandava: no fundo, uma educação igualitária. Bem, aí chegamos a um ponto crucial: a escola pode reproduzir a lógica patriarcal. Em outros termos, mudar a visão que a maioria das pessoas possuem sobre o magistério passa pelos currículo das universidades, na formação dos professores e professoras, mas também na educação de novo homem e da nova mulher, seja na escola, desde o ensino fundamental (que até agora tem dito que azul é cor de menino e rosa é cor de menina, etc) mas também em nossa sociedade. Quem forma quem nos governa? Quem cria e ocupa as instituições do Estado? A escola não transforma a realidade sozinha, mas ela é fundamental para que "sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres", como um dia nos afirmou Rosa Luxembrugo.Acho que tudo isso que conversamos aqui, está muito mais perto que supomos. Se há culpados, não somos nós as professoras.


Nesta semana o SindProfNH promoverá uma formação com a Ativista do Movimento Contestação/ Intersindical, Letícia Maria. O tema será Feminismo e Educação: As Relações de Gênero e a Valorização do Trabalho Docente.


O Encontro é gratuito, aberto a todos os professores da rede e ocorrerá nesta quinta-feira, 29 de outubro, às 18h na sede do SindProfNH, rua Gomes Portinho, nº 17, sala 606. Participe.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

O que está por trás da onda de violência em Novo Hamburgo?


Escolas também estão na mira dos criminosos.

Violência, por que aqui?

Nas últimas semanas a violência vem assustando os moradores de Novo Hamburgo. Do dia 25 de setembro até o ultimo dia 02 de outubro, quatro crimes chocaram a cidade.


No dia 25 um Técnico em Química de 34 anos, perdeu a vida quando retornava do trabalho para casa. Ele foi vítima de latrocínio. No dia 27, mãe  e filho foram baleados dentro do carro após uma discussão no trânsito. Dois dias depois, 29 de setembro,  um empresário foi morto ao chegar ao trabalho e no dia 02 de outubro pai e filho ficaram em poder de sequestradores por seis horas. A família do bairro primavera viveu momentos de horror, o menor foi levado pelos bandidos quando ia para a escola.



Sala de brinquedos invadida pelos ladrões  
na EMEI Pequeno Polegar
Além desses casos, o número de furtos, roubos e arrombamentos também não para de crescer, e nem as escolas municipais tem escapado da mira dos ladrões.

Na semana passada a Escola Municipal de Ensino Infantil Pequeno Polegar, bairro Guarani, foi assaltada durante a noite.  Os bandidos entraram e levaram brinquedos, utensílios de cozinha e até a mochila de uma das crianças.


A EMEI que fica ao lado de uma área com muitas árvores e  praticamente nenhuma iluminação, é mais uma escola que sofre com a falta de um plano de segurança em Novo Hamburgo. Na Escola Jorge Ewaldo Koch, a situação não é diferente. Localizada no bairro Rondônia, somente no mês de janeiro a Diretora precisou ir 17 vezes até a escola por conta de disparos do alarme. “Nos corredores e outras áreas externas da escola decidimos não repor as lampadas, pois elas sempre são roubadas”, conta a Professora Claudine que assumiu a direção da escola neste ano.

Acesso à escola foi facilitado pelas más condições da porta.

A escola sofreu ao menos um ataque por mês de fevereiro até junho deste ano. Além das lampadas, os criminosos também roubavam folhas de ofício. A desconfiança é de que jovens da própria comunidade estejam envolvidos nos crimes, tanto na escola do bairro Rondônia quanto na EMEI do bairro Guarani, mas a questão é:

Por que esses jovens estariam atacando escolas, que são um patrimônio publico e que logo pertencem a eles?

De acordo com a professora Doutora em Ciências Sociais, Sueli Cabral a explicação não é simples e  precisa ser analisada de vários pontos.  “O que temos visto é um afrouxamento das regras sociais. A partir dos anos de 1950 com o aumento do consumismo a sociedade passa a se comportar de uma forma diferente, onde  ter é mais importante que ser”, diz a professora ao se referir ao estado de anomia social.

O conceito de Anomia Social foi estabelecido pelo teórico Émile Durkheim  para mostrar que algo na sociedade não funciona de forma harmônica. É um estado de falta de objetivos e perda de identidade, provocado pelas intensas transformações que ocorrem no mundo social moderno.

Sueli Cabral: "Investir em igualdade é garantia de paz social"
A desigualdade social é um dos fatores que tornam o comportamento da sociedade, como um todo,  mais violenta. Mesmo com indicativos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontando que a a desigualdade no Brasil diminuiu na última década, a professora alerta para o que realmente é analisado pelo Instituto. “Essas pesquisas avaliam apenas a questão monetária, mas no país existem outras desigualdades, como a desigualdade cultural”.

De acordo com Sueli a questão que passa pelos processos educacionais não tem a ver exclusivamente com o letramento ou níveis de graduação, mas também com o acesso a cultura.


O que pode ser feito para reverter esse quadro?



Charles Kieling: "As polícias perseguem e reagem
 contra os efeitos e não contra as causas".
 
Se por um lado o investimento em educação é a solução a longo prazo para diminuir a violência, outras medidas podem ser tomadas ao longo do caminho é o que garante o professor Mestre em Ciências Sociais, Charles Kieling. “Para minimizar esse tipo de investida o município necessita viabilizar a compra de  sistema de alarmes e video monitoramento. Porém, esses investimentos em muitos casos ficam mais onerosos do que os danos causados”.

Ainda de acordo com o especialista, não há como fugir de projetos que envolvam a comunidade escolar “é preciso envolver moradores, comerciantes e sociedade civil organizada e liderança comunitária para desenvolver a conscientização de que o patrimônio escolar é da comunidade e os danos contra o tal afetam os próprios”.

“O processo de conscientização não passa somente pela comunidade” comenta o Presidente do Sindicato dos Professores, Gabriel Ferreira ao se referir ao ambiente em que os jovens da periferia são expostos.

“Muitos adolescentes e crianças sofrem com a violência que é provocada pelas instituições que deveriam defendê-los. Parte da violência sofrida nas comunidades é promovida pelo próprios Estado”.
Gabriel Ferreira "O Jovem, muitas vezes, é vítima da violência promovida pelo próprio Estado"

Kieling concorda sobre os procedimentos adotados pela polícia em todo o país “Os órgãos de Segurança Pública no Brasil, e isso é evidenciado na história do Brasil, não foram constituídos para fazer a segurança pública”.

De acordo com o professor os cursos formadores dos agentes  carecem de conhecimentos técnicos destinados a analisar, compreender, agir e reagir no âmbito da violência e criminalidade. E o mais grave, são pautados por ações de guerra e de guerrilha em ambiente urbano.

“As polícias também não “Estudam” os cenários onde devem atuar; apenas identificam o fato de violência ou criminalidade e passam a perseguir o mesmo, sem terem conhecimentos técnicos para compreender sobre as causas que originaram tais fatos. Em geral, as polícias perseguem e reagem contra os efeitos e não as causas da violência”. concluiu.


O SindProfNH está com reunião agendada com o Secretário de Segurança de Novo Hamburgo  na próxima quarta-feira 28 de outubro. “Nas vistas que estamos fazendo nas escolas temos recebido outras denúncias, inclusive, de ameaças contra professores. Estamos apurando caso a caso para tomar providências”, finalizou Gabriel Ferreira.

Um dos assuntos que serão pauta entre o secretário e o sindicato é o Registro Online de Violência na Escola (Rove) lançado nesta semana que exigiu um investimento de R$ 750.000,00 dos cofres do município.




Charles Kieling, Professor do curso de Direito da Feevale.  Possui graduação em Licenciatura Plena em História pela Universidade de Caxias do Sul e mestrado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de História e Ciências Sociais, com ênfase em História, Organizações e Sociedade, atuando principalmente nos seguintes temas: segurança privada, organizações públicas, segurança pública, recursos humanos, cidadania, inteligência, gestão, estratégia e riscos.




Professora adjunta da Universidade Feevale e consultora na área de avaliação de resultados e impactos de projetos sociais. Atua em disciplinas da área de Ciências Sociais e desenvolve trabalhos de pesquisa com ênfase em indicadores de impactos socioeconômicos, trabalho, envelhecimento, sociabilidades e Inclusão social.Possui graduação em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e mestrado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade do Vale dos Sinos - UNISINOS

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Professores de Novo Hamburgo terão salário desvalorizado

Projeto de Lei eleva o piso nacional para 43% e confirma defasagem dos servidores hamburguenses.

Texto: Jerônimo da Paz
Foto: Internet

Nesta terça-feira (20), entrará na pauta de votação da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) o projeto de lei PLS 114/2015 que prevê aumento do piso salarial dos professores da rede pública.
O valor apontado no PLS da senadora Vanessa Grazziottin (PCdoB-AM) é de R$ 2.743,65 para professores de educação básica com nível médio e carga horária de 40h semanais.
“Esse reajuste no piso nacional somente prova o que há tempos estamos denunciando. O salário do professor Hamburguense não é um dos maiores da região por conta da defasagem causada por erros dos gestores”, afirmou o Presidente do SindProfNH, Gabriel Ferreira a respeito do descumprimento da lei 1306/2005 que garante aos servidores públicos o zeramento da inflação.
A fala do presidente se baseia em perdas históricas do magistério que há anos não tem aumento real, e  fomentadas pelo governo Lauermann que da sequência à desvalorização do professor e que em seu  terceiro ano de mandato enfrentou a maior greve da história do município.
Com o aumento do piso nacional do magistério, Novo Hamburgo passará a pagar, apenas, R$ 49,00 a mais do que o mínimo nacional para seus professores.
Na opinião de Gabriel, os recursos destinados para ajudar a complementar o orçamento para custear o novo piso aos professores, também causam dúvidas quanto a sua eficácia. O projeto determina que 5% da arrecadação das loterias sejam destinadas para pagar o piso.
“Nós desconhecemos a arrecadação das loterias no Brasil. E acredito que seja arriscado ter a arrecadação das loterias como um indexador que pode sofrer variações instáveis. Além disso, o Plano Nacional de Educação prevê que 10% do PIB seja utilizado para a educação, essa deve ser a nossa luta”, concluiu Ferreira.
O PLS 114/2015 ainda deverá passar pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde irá tramitar em decisão terminativa. Caso seja aprovado, irá diretamente para a Câmara dos Deputados.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Piso Salarial Nacional dos Professores pode se tornar responsabilidade da União


Texto/Foto: Jerônimo da Paz

Projeto de lei deve aliviar a folha de pagamento de Estados e Municípios e inibir o aumento de impostos.


           Nesse dia do professor uma boa notícia. A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (2), o projeto de lei (PLS 155/2013) que transfere a responsabilidade do Piso Salarial Nacional dos Professores para a União.

De autoria do Senador Cristovam Buarque (PDT – DF), a PL pretende fazer com que a Lei do Piso seja cumprida em sua integralidade em todo o país.  “Vemos com cuidado o projeto, uma vez que não está claro como ficaria a questão previdenciária dos servidores. Por outro lado,  estados e municípios não poderão alegar não ter  recursos para cumprir sua folha de pagamento e os outros direitos dos educadores”, comentou o Presidente do SindProfNH, Gabriel Ferreira.

                A Lei Nacional do Piso não estabelece apenas um valor mínimo para o pagamento do salário profissional dos professores, ela também prevê direitos como: condições adequadas de trabalho, aperfeiçoamento profissional continuado com licenciamento periódico remunerado, progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação de desempenho, além de período reservado para estudos, planejamento e avaliação, incluídos na carga horária de trabalho, o famoso 1/3 de Hora Atividade.

                “Em Novo Hamburgo os professores têm dificuldade em desfrutar desses direitos assegurados na lei, pois o município simplesmente ignora a lei do piso”, afirmou Gabriel ao lembrar que as pautas da campanha salarial para o ano que vem tratam justamente de direitos como, um terço de hora atividade e o avanço funcional por titulação que não vem sendo cumprido dentro do novo plano de carreira. “Essas pautas são as mesmas defendidas nos últimos 4 anos”, concluiu o Presidente.

O texto da lei, que ainda deve ser apreciado pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte, estabelece que os pagamentos devem ser feitos diretamente pelo Governo Federal a todos os professores que atuam na educação básica no país.

E você? O que pensa sobre esse projeto de lei? Responda nossa enquete.






quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Mensagem pelo dia dos professores e professoras

Todas as pessoas que escolhem ser professor ou professora, certamente,  em maior ou menor medida, acreditam em milagres.

Acreditam no milagre que muitas vezes é poder tornar a vida de alguém um pouquinho melhor através do seu trabalho e das suas ações.

Acreditam no milagre de construir um mundo melhor, de intervir numa realidade e criar outra mais bonita.

Acreditam no milagre que acontece com cada sujeito através do ato de ensinar e aprender.

Mas, com certeza, também,  todas as pessoas, professoras e professores, que acreditam em milagres, só assim pensam porque são lutadoras.

São pessoas que lutam para ter uma formação, embora muitas vezes não seja reconhecida.

Lutam para que possam dar o seu melhor a outro ser humano.

Lutam para dar uma aula digna, mesmo que em situações precárias em alguns momentos.

Lutam para ter a valorização da profissão, afinal, ela é a que da origem a todas às outras.

Há quem diga que milagres não acontecem, mas nós, professoras e professores, acreditamos, pois os milagres acontecem para todas as pessoas que vão à luta!

Que feliz sejam todos os dias da carreira dos professores e professoras! Que a luta seja constante! E que os milagres possam acontecer a cada novo dia!


*texto escrito pela colega Jéssica Moraes, em nome de toda a direção do sindicato.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Ministério da Previdência faz apontamento nas contas da Prefeitura e valor devido ao Ipasem pode chegar a R$ 84 milhões



SindProfNH se reuniu com diretoria do Ipasem para buscar esclarecimentos sobre a dívida milionária do executivo com o Instituto.


Reunião entre o SindProfNH e Ipasem.
Foto divulgação: Assessoria de Comunicação Ipasem


Na tarde de ontem (07), membros da diretoria do SindProfNH estiveram em reunião na sede do Ipasem, para tratar sobre o apontamento feito pelo Ministério da Previdência, que afirma que a Prefeitura de Novo Hamburgo possui uma dívida superior a R$ 38 milhões com o instituto.

 “O Ipasem é um patrimônio do funcionalismo. Ele pertence aos profissionais concursados. O executivo não pode agir com irresponsabilidade com o dinheiro que garante o futuro dos servidores”, disse o Presidente do Sindicato, Gabriel Ferreira, durante o encontro.

De acordo com a Diretora-Presidente do Instituto, Eneida Genehr, o apontamento é referente a um erro no método do cálculo dos juros que vinha sendo empregado até então. “Destes R$ 38 milhões, a gestão atual deve R$10 milhões ao Ipasem”, disse Eneida enquanto comentava que, para por as contas em dia, a prefeitura teve de renegociar os pagamentos.

A dívida foi parcelada em 240 vezes com juros de 6% ao ano, mais a correção pelo INPC. A última parcela a ser paga pelo município, será em 25 de setembro de 2035, quando o caixa do IPASEM terá recebido o montante de R$ 84 milhões de reais.

Sobre possíveis atrasos nos repasses mensais da prefeitura ao Ipasem, Eneida afirmou que, quando ocorrem e são colocados, posteriormente, em dia, há a correção, conforme previsto na Lei 154/1992, pelo INPC + juros de 6% ao ano. “Já falamos com o secretário da fazenda que isto é mais oneroso para o município”, complementa Eneida Genehr.

O Sindicato se mostrou preocupado com a possível repetição do que ocorreu a nível estadua, com a implementação de previdência complementar. Entretanto, de acordo com Eneida, “Esta é uma discussão que não ocorre em Novo Hamburgo”.

Para o presidente do SindProfNH as questões previdenciárias são de extrema importância para todo o funcionalismo. “Vamos continuar atentos ao que ocorre com as contas do Ipasem”, finalizou o presidente.


SindProfNH questiona Ipasem sobre a extensão dos benefícios aos dependentes dos assegurados pelo instituto


Na mesma ocasião, a Tesoureira do SindProfNH, professora Sandra Finken, questionou sobre os benefícios dos dependentes do assegurados do instituto. Alguns professores tem tido problemas para conseguir atendimento para seus dependentes.
Veja este e outros questionamentos levantados pela professora Sandra e as respostas da Diretora-Presidente do Ipasem.
1ª Tesoureira: Sandra Finken

SindProfNH – Existe alguma limitação para os dependentes dos beneficiários do instituto?

Ipasem  Todos os dependentes têm a mesma cobertura dos assegurados do Ipasem. Não há limitação, todos possuem os mesmos direitos.

SindProfNH – Procedimentos inexistentes no município têm coparticipação do assegurado? E essa coparticipação é maior do que a habitual por conta do atendimento acontecer fora do município?

Ipasem  A Coparticipação é a mesma de um procedimento realizado no município. O Assegurado deve tomar o cuidado de sempre encaminhar os procedimentos através do Ipasem para evitar cobranças de serviços que o Instituto cobre normalmente.


SindProfNH – Muitos professores tem procurado o jurídico do Sindicato por conta dos laudos médicos que os peritos do IPASEM vêm negando colocando em sala de aula professores sem condições de prestar atendimento aos estudantes. Isso procede?


Ipasem   Nossos peritos são especializados em Clínica Geral e Psicologia e têm capacidade e autonomia para avaliar os laudos e os pacientes. Caso o segurado não concorde com o resultado pericial, pode solicitar nova perícia por outro perito quando houver agravamento da doença ou por outra patologia.

O SindProfNH orienta que os profissionais que tiverem problemas com o Ipasem entrem contato com a entidade. 

sábado, 3 de outubro de 2015

O que significa o silêncio do governo frente aos questionamentos da categoria?


Reproduzimos alguns textos do informativo entregue às escolas. Eles trazem uma série de questionamentos, nos quais tanto o prefeito quanto a secretária de educação preferem o silêncio. Optamos por também publicá-los no nosso blog para reforçar que queremos respostas! 

Este silêncio seletivo fala mais do que as mais enérgicas declarações... Seguem os textos:





Repúdio às retaliações da greve. 


O prefeito Lauermann rejeitou a proposta formulada pela categoria de pagamento de horas da greve que resolveria a compensação da carga horária do período de greve e garantiria o cumprimento da Lei 11.738/2008, que trata do 1/3 de hora atividade, descumprida desde os tempos de Tarcísio Zimmermann.

Esta decisão arbitrária ignora que os trabalhadores estão sendo submetidos a uma carga de trabalho excessiva, prejudicando a saúde dos professores. É uma clara retaliação pela greve.

Essa é uma tentativa de evitar qualquer movimento de greve em 2016, quando tentarão a reeleição em Novo Hamburgo.



Essa intransigência em relação ao pós-greve tem outros agentes além do prefeito. A secretária de educação, Cristiane Sousa Costa é corresponsável. Desde o início estamos alertando que não houve mudanças na SMED com a saída de Beto Carabajal. E com o passar do tempo, fica mais clara a continuidade do projeto anterior. Como se não bastasse, temos nos deparado com o secretário Beto, agora na Habitação, em inúmeros eventos ligados à Educação.  

A gota d'água foi a sua presença na FIMECTEC, entregando medalhas e premiações para os alunos e professores*. Além da continuidade de projetos e ações, seria o próprio Beto que segue dirigindo a SMED através da equipe atual?


 *Atualização: O referido secretário esteve presente no Seminário da Escola Municipal de Arte Carlos Alberto de Oliveira - Carlão.


Novo Hamburgo fecha turmas, mas garante US$ 23 milhões para obras eleitoreiras




Após três anos de inoperância, Lauermann começa sua campanha eleitoral antecipada. O dinheiro que não existia durante a negociação salarial aparece para a construção de verdadeiros elefantes brancos.



A primeira obra faraônica prevista é a revitalização do Parcão. Mais de R$ 4,5 milhões serão investidos.

Estes valores são uma pequena fração dos mais de US$ 23 milhões, sim DÓLARES, do Programa de Desenvolvimento Municipal Integrado (PMDI) que tem contrapartida de igual valor para o município. Isso significa que Novo Hamburgo terá que arcar com mais de R$ 90 milhões de seu apertado orçamento para garantir o cumprimento do programa. Obras que esvaziam os cofres do município, mas que enchem os olhos dos eleitores menos atentos.



Enquanto isso, nas escolas com goteiras, alunos continuam sem professores. Para dar conta da exigência da obrigatoriedade de matrículas de crianças a partir de quatro anos de idade em 2016, surge a ameaça de fechamento de turmas, pois professores serão remanejado e os alunos realocados para salas superlotadas.



Paralelamente, o orçamento proposto para 2016 é menor do que o deste ano, apesar do crescimento de 6% de receita em 2015. A redução que tem como justificativa possíveis mudanças na economia do país e a consequente arrecadação menor. Para a educação estão destinados 25% do orçamento. Ignora-se, assim, uma das diretrizes da Conferência Nacional de Educação de 2014 (CONAE) e do recém sancionado Plano Municipal de Educação (PME). Nestes documentos, defende-se o mínimo de 30% do orçamento para a educação. Continua o processo de precarização do ensino.



A revitalização do Parcão já foi notícia em 2011, com conclusão em 2012, o que não saiu do papel. Não por acaso, também era um ano pré-eleitoral...