segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Sou mãe, mulher, esposa, trabalhadora e nem Cristiane Sousa ou a SMED me representam


Segue carta aberta da Professora Andreza Formento sobre sua experiência em relação à distorção de valores e as políticas machistas da Secretaria  Municipal de Educação de Novo Hamburgo.


Novo Hamburgo, 28 de setembro de 2015.

Sou mãe, mulher, esposa, trabalhadora, estudante e guerreira. Com muito orgulho. E nem Cristiane Sousa ou SMED me representam.

Quando estive à frente do SindProfNH fui perseguida politicamente pelo então secretário de educação Beto Carabajal. De um dia para outro trocaram meu local de trabalho, que foi oportuno para o município durante dez anos.

De 10 Km, meu trajeto virou 30 Km diários, dos quais tive que fazer através de caronas, pois nem transporte público existe para o local. Como mãe, me foi tirado o direito de almoçar com minhas filhas. Não pude levar elas para a escola ou buscá-las. Não pude conversar com as professoras para saber como estava sua aprendizagem porque além da minha jornada de trabalho, a distância entre as escolas fizeram tal tarefa ficar impossível.

 Durante “meu castigo”, minhas filhas foram penalizadas, pois várias vezes recebi ligações da escola das crianças pedindo para buscá-las porque haviam se sentido mal, estavam com febre ou haviam se machucado e eu, não pude fazer meu papel de mãe, pois estava longe, de carona, sem possibilidade de ir ao encontro delas.

Não somente eu MÃE, tive meu direito negado. Minhas crianças também tiveram. Não somente eu MULHER fui perseguida pela política machista, mas a TRABALHADORA, a PROFESSORA que deixou suas turmas, sua comunidade, contra a vontade de todos, para que o governo pudesse afirmar suas políticas. Nem SMED, nem Cristiane Sousa me defenderam, lutaram ao meu lado ou cobraram providências diante de tal ato machista contra minha pessoa, ou minha família.

Não vi políticas para mulheres neste governo. Não vi a SMED trabalhando pelas mães, pelos filhos ou famílias das funcionárias. Nunca vi a Secretária se mostrar solidária com o fato de que, além da minha jornada de trabalho em sala de aula, preciso sustentar minha casa, dar conta do trabalho doméstico e encontrar forças para sorrir para minhas filhas, ajudá-las nos temas, brincar e colocá-las para dormir. E então, poder fazer planos de aula, corrigir provas e fazer boletins.

Se a Cristiane Sousa pensasse na MULHER, TRABALHADORA, MÃE... jamais exigiria que, além da carga horária que faço por meus alunos -  porque é meu trabalho e porque me sustenta -  precisasse fazer muitas mais, tirando o direito das minhas filhas de terem a MÃE em casa. Tirando o meu direito de ser MULHER. Levando à exaustão a professora TRABALHADORA.

“Machista, autoritária e agressiva” é a senhora. Que tira das mulheres o direito de permanecer nos seus locais de trabalho depois das licenças gestante, que tira dos filhos o direito da amamentação, que não leva em consideração as adaptações nas escolas, que não luta por auxílio creche, nem garante que as professoras trabalhadoras de Novo Hamburgo tenham vaga para seus filhos.

VERGONHA, senhora Cristiane é a senhora “esquecer” das lutas das mulheres e usar de uma fragilidade que você não tem para mascarar a realidade que assola o magistério. Seu oportuno ressentimento com a charge não passa de um subterfúgio para tirar a atenção do fato vergonhoso de você, CONCURSADA, dar continuidade a uma política educacional deturpada que retira direito dos estudantes e que desvaloriza as trabalhadoras, suas colegas. Uma política que é contra o direito de engravidar, que não respeita o tempo de adaptação da mãe e do bebê.

Reitero minha fala inicial, a SMED e a Cristiane Sousa não me representam nem como MÃE, nem como PROFESSORA, nem como MULHER. E acredito firmemente que não representam quem perdeu o plano de carreira, quem não consegue se aposentar, quem não tem hora atividade, quem foi transferido de sua escola um dia antes do retorno POR TELEFONE... Seria essa uma pedagogia humanizadora?

Andreza Mara Formento

Professora Concursada 20 anos na Rede Municipal de Ensino de NH





quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Licença maternidade vira pesadelo para professoras de Novo Hamburgo


Professoras retornam das licenças sem garantia de volta à escola de origem

Em Novo Hamburgo, professoras têm pensado duas vezes antes de tomar a decisão de engravidar. Isso acontece devido a uma postura adotada pela atual gestão, que tem causado uma série de transtornos às trabalhadoras na volta à sala de aula. Com apenas um dia de antecedência do retorno às escolas, a Secretaria Municipal de Educação informa a transferência das profissionais, não havendo tempo de fazer a adaptação dos seus bebês, por exemplo.

“Isso é um desrespeito ao ser humano. A SMED age com irresponsabilidade, pois a profissional faz a sua programação e simplesmente é retirada do local de trabalho de origem, sem aviso prévio”, afirmou o presidente Gabriel Ferreira.

De acordo com denúncias recebidas pelo Sindicato dos Professores Municipais de Novo Hamburgo, um número considerável de professoras foi transferido indevidamente após retornar da licença gestante em 2015.

A Secretaria de Educação adota um sistema de lotar professoras onde há vagas disponíveis em seu retorno da licença, mas não leva em consideração o tempo de adaptação do bebê e da própria mãe, e nem a distância que as escolas ficam da residência da professora ou do local escolhido pela família para que a criança fique enquanto os pais trabalham. Essa prática vem acontecendo há alguns anos, o que vem gerando insegurança nas educadoras que pretendem ter filhos.

“Desde que Novo Hamburgo instaurou sua sórdida política de contenções de despesas, os professores vêm sendo prejudicados. Para evitar que os profissionais sofram com esse tipo de ação, a SMED poderia nomear os professores que foram aprovados no último concurso. Isso acabaria com a insegurança das nossas colegas e sanaria a falta de professores que tanto prejudica os estudantes”, concluiu Gabriel Ferreira ao informar que levará as denúncias à Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores.

O fundamento para as tais denúncias se encontra no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que assegura a proteção à maternidade e o direito tanto da criança quanto da mãe de passar por um período de adaptação em escola de educação infantil, assim que a licença maternidade estiver terminando. Essa adaptação sempre é feita em locais próximos ao ambiente de trabalho dos pais.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Novo Hamburgo fecha turmas, mas garante US$ 23 milhões para obras eleitoreiras






Após três anos de total inoperância, o prefeito de Novo Hamburgo começa sua campanha eleitoral antecipada. O Dinheiro que não existia para pagar o dissídio do funcionalismo em uma única parcela, agora aparece em abundância para a construção de verdadeiros elefantes brancos.

A primeira edificação faraônica aprovada pelo prefeito é a revitalização do Parcão. Mais de quatro milhões e meio de reais serão investidos na estrutura do parque, uma obra que esvazia os cofres do município, mas que enche os olhos dos eleitores menos atentos.

Apesar da “crise”, Novo Hamburgo teve um crescimento de 6% em 2015, ainda assim o orçamento aprovado para 2016 é menor do que o deste ano. A redução que tem como justificativa possíveis mudanças na economia do país e consequentemente uma arrecadação menor.

Os quatro milhões e meio de reais que serão destinados para a obra do Parcão, é uma pequena fração dos mais de vinte e três milhões de dólares, sim DÓLARES, do Programa de Desenvolvimento Municipal Integrado (PMDI) que tem contrapartida de igual valor para o município. Isso significa que, de acordo com a cotação do dólar no dia de hoje R$ 3,85, Novo Hamburgo terá que arcar com mais de noventa e dois milhões de reais de seu apertado orçamento para garantir o cumprimento do programa.

Enquanto isso nas escolas com goteiras, alunos continuam sem professores, e ainda há ameaça de fechamentos de turmas. Uma nova lei exige que crianças a partir de quatro anos sejam matriculadas na rede municipal, para dar conta da demanda que aumenta o repasse de verbas para a cidade, professores serão remanejados para turmas de educação infantil, enquanto os alunos serão realocados para turmas superlotadas. 

Ao destinar somente 25% do orçamento para educação, Lauermann ignora uma das diretrizes da Conferência Nacional de Educação de 2014 (CONAE) e também do recém sancionado Plano Municipal de Educação (PME) que afirmam que no mínimo 30% do orçamento devem ser aplicados em educação, afim de garantir a qualidade do ensino. 

Mesmo sobrando dinheiro no município, a educação continua num processo de precarização em Novo Hamburgo e a razão é simples: O investimento em educação não tem a mesma visibilidade de uma bela reforma em um parque, que em 2011 foi notícia de uma obra similar que ficaria pronta em meados de 2012, coincidentemente, também era um ano pré-eleitoral...

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Desfile de 07 de Setembro é marcado por manifestação dos professores municipais

Professores em marcha no 07 de setembro

SindProfNH levou 200 professores para manifestar contra as retaliações do prefeito Lauermann.

Na manhã desta segunda-feira (07), os professores municipais de Novo Hamburgo aproveitaram o tradicional desfile da Semana da Pátria para fazer um movimento político. Cerca de 200 professores participaram do evento cívico em repúdio as ações do prefeito Luis Lauermann contra os professores grevistas.

As 84 escolas da rede municipal se inscreveram para a marcha vestindo camisetas pretas.

Lauermann e Sartori, parceladores
A surpresa do desfile foi para o prefeito e seus secretários, pois o Sindicato dos Professores Municipais de Novo Hamburgo, que não havia se inscrito para desfilar, foi convidado para participar ao lado das escolas estaduais.

Faixas de protesto comparando a gestão de Lauermann a do Governador Ivo Sartori, foram carregadas junto à outras placas reivindicando direitos e cumprimento de leis municipais.


“Fizemos esse ato para mostrar que seguimos mobilizados. É importante esclarecer à comunidade que participamos do desfile, pois o prefeito se recusa a conversar com os servidores. Inclusive, não negociou as horas devidas da greve, o que vem prejudicando a saúde dos trabalhadores”, disse o Presidente do SindProfNH, Gabriel Ferreira ao se referir à grande quantidade de atestados no IPASEM o que pode comprometer o ano letivo.

Lauermann abandonou o palanque
Luis Lauermann se retirou no momento em que o SindProfNH estava desfilando, apenas seus secretários assistiram a passagem dos educadores. “Para nós, essa atitude já era esperada. O Prefeito nunca se reuniu com os professores para negociar e suas medidas contra o trabalhador sempre vem por intermédio de ofícios e recado de seus secretários”, concluiu Ferreira.


terça-feira, 1 de setembro de 2015

EXECUTIVO REJEITA PROPOSTA DE PAGAMENTO DAS HORAS DA GREVE

Recusa é uma retaliação à greve e uma tentativa de evitar um movimento no ano eleitoral.


Hoje, terça-feira 01 de setembro de 2015, o executivo hamburguense deu mais uma demonstração de que é inimigo do servidor público.  Após 22 dias com a proposta da categoria em mãos, Luis Lauermann e seus representantes rejeitaram a proposta de pagamento de horas da greve.

Mais uma vez o prefeito fantasma tenta assombrar os professores com sua total falta de responsabilidade ao ignorar que está submetendo os trabalhadores a uma carga de trabalho excessiva, que está prejudicando a saúde dos professores, expondo os profissionais ao risco, uma clara retaliação pela greve.

Jogando com a vida das pessoas, os ex-sindicalistas promovem um atentado contra os direitos que outrora defendiam. Agora que são os patrões, desejam submeter todas e todos à sua vontade e sede de poder. Essa tentativa de calar os educadores visa somente, e tão somente, evitar qualquer movimento de greve em 2016, ano em que tentarão a reeleição em Novo Hamburgo.

A proposta formulada pela categoria oportunizava ao executivo abandonar a condição de descumpridor das leis. Ilegais assumidos desde os tempos de Tarcísio Zimmermann, a gestão da mesma sigla não cumpre a Lei 11.738/2008 que trata de um terço de hora atividade.

Na gestão ilegal, os professores tem esse direito cerceado, e a proposta apresentada sanaria o impasse, uma vez que descontados a diferença entre as horas da greve e o período que falta para completar um terço de hora atividade, os ilegais estariam de acordo com a lei vigente. Por tabela, também cumpririam uma das metas do Plano Municipal de Educação, que prevê a implementação imediata do 1/3 e, em dez anos, a ampliação de 50% da jornada de trabalho dedicadas à hora atividade.

De esquerda no discurso, mas neoliberais nas atitudes, Lauermann e sua trupe não tiveram coragem de enfrentar a comissão do pós-greve em uma reunião para rejeitar a proposta, como havia sido acordado em ata.

 Toda a categoria acompanhou nossos esforços para que a situação se resolvesse tranquilamente para todos os envolvidos, mas diante da inconsequente postura do prefeito teremos de ser enérgicos. Vamos seguir na justiça. Os esquerdistas  de direita que ocupam a prefeitura, não abriram diálogo, apenas disseram o que queriam, como queriam e quando queriam. Não aceitaremos que os ilegais atentem contra o bem-estar do servidor público em educação.

Vamos nos mobilizar! Dia 07 de setembro, todos vestidos de preto, estaremos nos juntando ao longo da manhã, na Praça do Imigrante.

E vamos à luta!