terça-feira, 31 de janeiro de 2012

MULHERES GANHARAM 28% A MENOS DO QUE OS HOMENS EM 2011

AGÊNCIA ESTADO: A renda do trabalhador brasileiro apresenta cenário favorável, mas as disparidades nos ganhos ainda persistem. No ano passado, as mulheres ganharam, em média, 28% a menos do que os homens, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2011, em média, as mulheres ganharam R$ 1.343,81 contra R$ 1.857,64 dos homens.

Isso ocorre num ano em que o rendimento médio mensal habitualmente recebido no trabalho principal, de homens e de mulheres, foi estimado em R$ 1.625,46. A quantia é equivalente a aproximadamente três salários mínimos, e foi o valor anual médio mais elevado desde 2003, 2,7% superior a 2010.

A disparidade não atingiu somente gênero, mas também raça. No ano passado, os trabalhadores de cor negra ou parda ganhavam, em média, pouco mais da metade do rendimento recebido pelos trabalhadores de cor branca. As médias anuais de renda, em 2011, foram de R$ 1.073,22 para os trabalhadores de cor negra e de R$ 1.121,44 para os de cor parda, enquanto a dos trabalhadores de cor branca foi de R$ 2.050,25.

Fonte: Agência Estado

FÓRUM SOCIAL TEMÁTICO: CARTA DE NOVO HAMBURGO VÊ EXAUSTÃO DO MODELO DE CIDADE

Conscientizar os atores sociais das cidades sobre a exaustão do modelo atual e cobrar do poder público ações que promovam a sustentabilidade dentro das cidades. Essas são duas das principais preocupações expressas na Carta de Intenções para uma Cidade Sustentável, definida durante o Fórum Social Temático – Sustentabilidade Urbana, realizado em Novo Hamburgo (RS), no último dia 25.
A carta pretende contribuir a uma reflexão sobre a “aplicabilidade, no cotidiano da vida nas cidades, do conceito de sustentabilidade urbana, visando à construção de um modelo alternativo de cidade para ‘um outro mundo possível’”. “Acreditamos que se fazem urgentes e necessárias estratégias que sejam ambientalmente sustentáveis, economicamente viáveis e socialmente igualitárias”, continua o documento, frisando a necessidade de que o planejamento de tais ações respeite as características históricas, geografias e culturais de cada cidade.
A carta foi encaminhada à coordenação do Fórum Social Temático, realizado em Porto Alegre entre os dias 24 e 29, e farão parte das discussões da Cúpula dos Povos, em junho, no Rio de Janeiro. O evento reunirá movimentos sociais de todo o mundo em atividades paralelas à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20, com a presença de mais de 100 chefes de Estado.
Entre as principais propostas expressas na carta, estão: promoção, por meio da educação, de uma cultura de sustentabilidade planetária; ampliação da participação social, tanto na construção dos planos diretores de cada cidade quanto por meio da criação de fóruns permanentes de debate; fomento à agricultura familiar; utilização de transportes coletivos e a construção de ciclovias e espaços seguros de deslocamento de pedestres; e a criação de áreas verdes urbanas, entre outras.
Para Mouzar Artur Dietrich, diretor-geral da Serviços de Água e Esgoto de Novo Hamburgo (Comusa ) e um dos organizadores do FST na vidade, fórum superou as expectativas tanto em termos de público quanto pelo conteúdo discutido. “Esperavamos cerca de 700 pessoas, mas tivemos a participação de mais de mil. Creio que o tema que escolhemos foi muito feliz”, disse em entrevista por telefone. Leia os principais trechos:
Qual sua avaliação sobre o Fórum Social Temático em Novo Hamburgo?
Superou nossas expectativas, tanto em termos de conteúdo quanto de público. O tema que escolhemos foi muito feliz. Quando se pensa em meio ambiente, em geral pensamos em rios e florestas, mas esquecemos que no Brasil 80% da população hoje vive em cidades. Tivemos o cuidado de preparar uma conferência inicial sobre problemas nas cidades e alternativas experimentadas no mundo inteiro, feita por um núcleo sobre problemas urbanos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e que conseguiu concentrar muito bem questões que envolvem a cidade agora e em 20, 50 anos.
Qual a importância do tema sustentabilidade urbana?
O fato é que o planeta vive em função das cidades, para abastecê-las de matéria-prima, água, recursos naturais. Se isso não for resolvido, não teremos chance. Atualmente, se todas as pessoas mantiverem um padrão médio de sobrevivência equivalente ao de Curitiba, por exemplo, precisaríamos de 1,5 os recursos naturais do planeta. Estima-se que, daqui cinco anos, essa relação será de 2,5 planetas. Vai faltar água, alimento etc. Precisamos discutir possibilidade de mudança disso. Sustentável é a cidade que estará aqui para as próximas gerações, sem que precisemos, no futuro, pensar mecanismos a mais para a geração da vida. Hoje, isso não acontece. Comida, água, combustível, energia, tudo vem de fora das cidades, o que as torna insustentáveis.
Que tipo de propostas foram citadas para a promoção da sustentabilidade?
A modificação de planos diretores para construir prédios que usem menos ar condicionado, por exemplo. Que não necessitem tanto de energia elétrica nem de luz ligada. Prédios muito altos provocam sombras. Há proposta de casas que se auto-sustentam, geram energia por células fotoelétricas, reaproveitam água. A cidade plantar seu próprio alimento é uma prática interessante. Em Cuba, as cidades têm hortas urbanas. Plantam árvores frutíferas nas praças, em todo canto tem hortas. Isso diminui a distância para o abastecimento das cidades. Em relação ao transporte urbano, é preciso pensar uma forma para que as pessoas morem perto do serviço, para não precisarem atravessar a cidade para trabalhar, atravessar de novo para estudar e depois para chegar em casa. Em Bogotá (Colômbia), foi feita uma revolução com a construção de ciclovias, proibindo o estacionamento de carros no centro da cidade e incentivando o uso de bicicletas. Hoje, é mais rápido andar no centro de bicicleta do que carro ou ônibus, além de poluir menos.
Reprodução:  http://www.redebrasilatual.com.br

BRASIL: PAÍS EMERGENTE COM CUSTO DE VIDA ELEVADO

Logo no início do ano, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revelou que, entre os países emergentes (eufemismo para “economicamente dependentes”), o Brasil é o único em que o custo de vida é mais elevado que nos EUA (Estados Unidos da América). E nosso povo, em “férias de começo de ano”, não deu bolas para tal informação. Porém, continua a pagar um preço muito elevado para viver ou mesmo para sobreviver – caso de mais de 40% da população que está situada abaixo da linha da pobreza.
Outra notícia veiculada nos fins de 2011 foi quanto ao preço dos carros em nosso país: os mais caros de todo o Planeta Terra, embora tenhamos os salários mais modestos que os de todos os países desenvolvidos. Há os que julgam maravilhoso que o Brasil tenha 14 fábricas de veículos motores, esquecendo que nenhuma dessas fábricas é de capital e tecnologia nacional. Todas alienígenas, exploradoras da mão-de-obra barata e dos incentivos que oferecemos. E poluidoras também.
Outros setores importantes estão também nas mãos do capital externo, uns mais outros menos, como o financeiro, o siderúrgico, o químico-farmacêutico, a telefonia, a energia elétrica, a tecelagem, a produção de etanol, a indústria alimentícia, os supermercados e, agora, cada vez mais, com as concessões, a exploração do petróleo. Ainda contamos com empresas que vão, literalmente, nos envenenando, como a Monsanto, e tantas outras produtoras dos agrotóxicos que infestam nossa agricultura, obrigando-nos a ingerir, via alimentos contaminados, mais de cinco quilos de agrotóxicos anuais por pessoa. Depois se pergunta por que a cada dia surgem novas doenças gastrointestinais, pneumônicas e circulatórias, entre outras ainda de origens desconhecidas!
É certo que ainda há setores da economia que são considerados como nacionais. Neste caso se destacam as empreiteiras, os tradicionais latifundiários, setores da produção industrial subsidiária. A pergunta é até quando restarão brasileiras já que inúmeras delas estão associadas a grandes empresas internacionais.
Tais dados estão à disposição de todo e qualquer interessado. Basta averiguar, buscando as fontes oficiais, ou acompanhar atentamente as informações que a mídia burguesa nos oferece a cada dia. Portanto, se o custo de vida aqui é mais elevado que nos Estados Unidos e a economia é majoritariamente dominada pelo capital estrangeiro, não é difícil perceber por que no Brasil há tanta gente na linha da pobreza e abaixo dela; não é difícil perceber por que há tantos mendigos, moradores de rua, miseráveis que sobrevivem da cata do lixo. Torna-se fácil perceber quem ganha tanto à custa do povo trabalhador. Se há destaque para o capital que vem de fora, através da criminosa remessa de lucros, há também os exploradores internos que não vacilam em obter lucros e mais lucros, sugando ao máximo as parcas economias pessoais de quem depende do trabalho.
Para que isto continue a acontecer, o capital conta com todo o apoio do sistema político que permite o crescimento incontrolado dessa exploração, baseada na falácia da “livre concorrência” e do “livre mercado”. Além dessa permissividade econômica, a maioria dos nossos políticos tem suas campanhas eleitorais patrocinadas por essas mesmas empresas e empresários (nacionais e estrangeiros), que, em troca, exigem dos eleitos a defesa dos seus interesses escusos como retorno do que investiram nas campanhas eleitorais. O retorno dessa corrupção eleitoral se efetua pelas concessões de terras públicas, por protecionismos através de pseudos incentivos fiscais, de contratos fraudulentos, de empréstimos oficiais com juros baixíssimos e a longos prazos, com a renegociação freqüente das dívidas com o Estado, e assim por diante.
Outro jeito de se apropriar da economia popular é exigir dos nossos governantes investimentos em obras faraônicas, tais como estádios de futebol, pontes e viadutos vistosos – nem sempre eficientes e necessários -, em barragens gigantescas, em transposições como a do Rio São Francisco, em estradas de rodagem, avenidas e túneis para escoamento de veículos poluidores, obras que beneficiarão direta e indiretamente o grande e todo poderoso capital. Porém, tais investimentos exigem muito dinheiro público, porque não trazem retorno imediato nem em médio prazo, como exigem os investimentos capitalistas. Essa dinheirama toda vem dos impostos e taxas que o povo paga compulsoriamente e que deveria, portanto, retornar para o povo em forma de serviços públicos como: saúde, educação, transporte coletivo de qualidade, saneamento básico (água potável e esgoto tratado), reforma agrária, moradias populares decentes, preservação do meio ambiente, energia elétrica e telefonia a preços populares. Enfim, deveria retornar em função da vida do povo.
Em síntese, os governantes não podem servir a dois senhores. Ou servem ao povo, com os votos de quem se elegeram, ou servem ao capital, que os corrompe pelo financiamento de suas campanhas eleitorais. E os eleitos não hesitam em ficar com seus financiadores. Até o dia em que o povo compreenda isto e resolva assumir as rédeas da política nacional.

Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.
Reprodução: http://www.correiocidadania.com.br/

domingo, 15 de janeiro de 2012

SINDPROF PROTOCOLA A PAUTA DE REIVINDICAÇÕES DE 2012











No dia 13 de janeiro, a direção do SINDPROF/NH protocolou junto à administração a Pauta de Reivindicações do Magistério Municipal, documento que apresenta os itens que devem ser negociados durante a Campanha Salarial de 2012.

O documento, debatido e aprovado em assembleia no dia 1 de dezembro, foi construído em conjunto com a categoria ao longo do ano nas reuniões do Conselho Político e a partir da análise da Campanha Salarial anterior. 
Dos 26 itens que compõem a Pauta de Reivindicações, 09 foram definidos como prioritários. Esses itens se referem a três eixos: 1 -Questões Salariais (itens 1.1 a 1.4), 2- Plano de Cargos e Salários (itens 2.1 a 2.4) e 5 Formação e Valorização Profissional (Item 5.1). Clique aqui para ver a Pauta de Reivindicações na íntegra.

Por se tratar de um ano eleitoral a assembleia definiu um calendário de negociação. Conforme o que foi definido em assembleia no dia 1 de dezembro de 2011, a administração municipal deverá apresentar um calendário para negociação da Pauta de Reivindicações até o início de fevereiro de 2012. Esse calendário deve possibilitar que os itens da Pauta Prioritária sejam discutidos e negociados pelas partes entre os dias 8 a 29 de fevereiro.
Assim, o saldo dessa primeira rodada de negociação será apreciado e debatido em assembleia, no dia 01 de março, quando a categoria decide os encaminhamentos a serem realizados. 

PISO NACIONAL: NOTA DA CNTE REPUDIA DECLARAÇÕES DO GOVERNO GAÚCHO

A CNTE divulgou hoje (13) Nota Pública repudiando as declarações do secretário estadual da Fazenda do Governo do Rio Grande do Sul, Odir Tonollier, que afirmou em entrevista coletiva que o estado não tem como pagar o piso nacional do magistério até 2014. Como justificativa, ele alegou o percentual de reajuste do piso para 2012, que deve ser de 22%.
Leia abaixo a nota da CNTE.

NOTA PÚBLICA

Sobre as declarações irresponsáveis do Governo do Rio Grande do Sul, que afrontam decisão do STF e ameaçam o cumprimento do piso do magistério
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, entidade representativa de mais de 2,5 milhões de trabalhadores na educação básica pública, lamenta, profundamente, a declaração do secretário de Fazenda do Rio Grande do Sul de que o Estado não adotará o piso nacional como referência para o pagamento dos vencimentos iniciais de carreira dos profissionais do magistério público gaúcho, por motivos de incapacidade financeira.
Primeiramente, é preciso lembrar que o Rio Grande do Sul é um Estado-membro da República Federativa do Brasil, estando, portanto, sujeito às regras da Constituição Federal e das decisões do Supremo Tribunal Federal, órgão do Poder Judiciário responsável em fazer cumprir os preceitos da Carta Magna.
Em segundo lugar, a atitude do Governo gaúcho em relação ao piso do magistério é lamentável, pelas seguintes questões:
1. Afronta o Estado Democrático de Direito e instiga gestores descompromissados com a educação pública a não cumprirem a Lei Federal;
2. Contradiz os compromissos do Governador Tarso Genro, assumidos à época em que ocupou o Ministério da Educação, de promover a valorização dos profissionais do magistério, tendo o mesmo sido signatário da Lei 11.738, que regulamentou o piso nacional do magistério;
3. De igual forma, contraria recentes declarações do Governador quanto à necessidade de se aproximar os vencimentos das categorias no serviço público, bem como de diminuir as diferenças de renda no país, dentro de uma perspectiva republicana de Estado democrático (Jornal Folha de São Paulo, Tendências e Debates, 8/1/12);
4. Expõe a inabilidade do Governo em negociar com a categoria do magistério a adequação do seu plano de carreira, à luz das perspectivas de ganho real asseguradas pelo piso nacional;
5. Aposta na manutenção da política de desvalorização do magistério do RS, e de todo país, ao capitanear reações organizadas de governadores contra a Lei do Piso.
A CNTE espera que o Governo do Rio Grande do Sul assuma postura responsável frente a seus compromissos com o piso do magistério, a fim de valorizar, efetivamente, a categoria e de garantir o acesso, a permanência e o aprendizado dos estudantes à escola pública gratuita, democrática, laica e de qualidade socialmente referenciada para todos e todas.
Brasília, 13 de janeiro de 2012
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Fonte: http://www.cnte.org.br



CURRÍCULO ÚNICO E MÍNIMO SERVE A QUEM?

CNTE: Após lançar controverso debate sobre a expansão do calendário escolar - ainda inconcluso -, o Ministério da Educação se atém, agora, a uma proposta de raízes neoliberais, contradizendo a lógica de um governo democrático e popular, o que requer o aprofundamento de seu debate, principalmente sobre a perspectiva de qual projeto educacional o país pretende seguir.
A CNTE não tem dúvida de que currículo único e mínimo - sobretudo em sendo obrigatório para a escola pública e facultativo à rede privada - constitui espécie de apartheid educacional, social e econômico, além de significar a abdicação do processo de conhecimento criativo e compromissado com o desenvolvimento para todos e com o respeito à diversidade do povo brasileiro. Ademais, afronta os desígnios constitucionais que incumbem a educação de promover o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (art. 205, CF/88), à luz de princípios como: da liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; do pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; da gestão democrática e da garantia de padrão de qualidade (art. 206, CF/88).
Importante frisar que o texto constitucional é harmônico, consequencial, não podendo um princípio contrapor a outro. O currículo mínimo, a pretexto de servir de mecanismo para se atingir melhor padrão de qualidade, enseja um ensino pasteurizado, conteudista, antiplural e antidemocrátrico na medida em que retira a autonomia dos sistemas de ensino, das escolas e dos profissionais da educação. Em suma: afronta os demais princípios e concebe à Carta Magna, erroneamente, concepção estritamente liberal.
Em tempos de discussões sobre a ampliação do potencial de inovação tecnológica do país - inclusive com investimento estudantil no exterior a seletos estudantes brasileiros, em sua maioria sem passagem por bancos escolares das redes públicas - é lamentável que o MEC insista em promover discussões dissonantes com os anseios da maioria da população. Se junta ao presente debate, as Expectativas de Aprendizagem por Competências e os Testes (limitadores) Nacionais, que desprezam uma gama de condicionantes (pedagógicas e sociais) muito importantes para se alcançar a educação de qualidade socialmente referenciada.
Para os/as trabalhadores/as da educação básica pública, reunidos na CNTE, a qualidade da educação requer muito mais que a minimização ou padronização do currículo. É preciso, sim, investir na associação do currículo com as realidades das diversas comunidades escolares; assim como é necessário implantar a gestão democrática nos sistemas e nas escolas, fortalecer os projetos político-pedagógicos, garantir os investimentos necessários à implantação da escola integral e valorizar os profissionais com salário, carreira, jornada e condições de trabalho compatíveis com a tarefa de educar cidadãos/ãs para uma vida digna e pautada no saber para a felicidade.

IMPACTOS DA TERCEIRIZAÇÃO DO TRABALHO

Por Marcio Pochmann


A terceirização do trabalho expressa uma das maiores alterações no modo de produção e distribuição de bens e serviços verificados durante a passagem para o século XXI nas economias capitalistas. Mesmo assim, preponderam diferenças importantes e inegáveis no movimento geral de terceirização do trabalho entre países.



Nas economias desenvolvidas, por exemplo, a terceirização do trabalho resulta, muitas vezes, da opção patronal pela ampliação dos ganhos de produtividades. A partir da adoção de novos meios de gestão da mão de obra e incorporação tecnológica, o processo produtivo passou a ser crescentemente compartilhado por um conjunto de diversas empresas que subcontratam seus empregados. Nos países não desenvolvidos, a terceirização do trabalho expandiu-se mais recentemente. A principal motivação do processo de terceirização tem sido geralmente a busca da redução do custo do trabalho como mecanismo de maior competitividade e ampliação da margem de lucro diante da exposição do setor produtivo à concorrência internacional. Em função disso, a terceirização apresenta predominantemente a modalidade de contratações de trabalhadores com remuneração e condições de trabalho inferiores aos postos de trabalho anteriormente existentes e aos equivalentes não submetidos à subcontratação da mão de obra.

Para o Brasil, a terceirização do trabalho ganhou importância a partir dos anos 1990, coincidindo com o movimento de abertura comercial e de desregulamentação dos contratos de trabalho. Ao mesmo tempo, a estabilidade monetária alcançada a partir de 1994 vigorou associada à presença de ambiente competitivo desfavorável ao mercado interno. Ou seja, baixo dinamismo econômico, com contida geração de empregos em meio a taxa de câmbio valorizada e altas taxas de juros. Frente ao desemprego crescente e de ofertas de postos de trabalho precários, as possibilidades de atuação sindical exitosas foram diminutas, ao mesmo tempo em que ocorria a expansão de políticas de desregulação do mercado de trabalho.


Hoje, o trabalho terceirizado perdeu importância relativa no total do emprego formal gerado no Brasil, embora seja crescente a expansão absoluta dos postos de empregos formais. Por ocupações de menor remuneração e maior descontinuidade contratual, os empregos terceirizados atendem fundamentalmente a mão de obra de salário de base. Desta forma, as ocupações geradas em torno do processo de terceirização do trabalho tendem a se concentrar na base da pirâmide social brasileira. O uso da terceirização da mão de obra tem se expandido fundamentalmente pelo setor de serviços, embora esteja presente em todos os ramos do setor produtivo.

Em síntese, a terceirização do trabalho transformou-se num dos principais elementos de modificação do mundo do trabalho, capaz de equivaler quase a uma reforma trabalhista, visto que o país não passou por uma reforma trabalhista de corte neoliberal, conforme verificado em outros países. Mesmo assim, várias ações em direção à desregulamentação do mercado de trabalho foram adotadas, especialmente nos anos 1990, quando as políticas neoliberais estiveram em maior evidência no país. Por conta disso, o país registrou quatro trajetórias distintas durante os últimos 25 anos na dinâmica da terceirização do trabalho. A primeira, observada durante a década de 1980, expressou o movimento de focalização de atividades especializadas. Em geral, a terceirização da mão de obra correspondeu à externalização de partes das atividades que anteriormente eram realizadas, sobretudo nas grandes empresas privadas estrangeiras. A internalização de novos métodos de organização da produção e gestão da força de trabalho adotada originalmente nas economias desenvolvidas permitiu que a taxa de terceirização fosse crescente. Entre 1985 e 1990, a taxa de terceirização do emprego formal no estado de São Paulo passou de 11,7% para 58,2% do saldo líquido das ocupações geradas a cada ano.

Com a recessão econômica no início dos anos 1990, concomitante com os fracassos dos planos de estabilização monetária e abertura comercial, a dinâmica da terceirização da mão de obra como mecanismo de modernização das grandes empresas perdeu sentido. O corte generalizado do emprego em um contexto de altas taxas de inflação permitiu ao setor patronal encontrar ajustes de custos alternativos à terceirização de mão de obra. Entre 1990 e 1995, por exemplo, a taxa de terceirização no estado de São Paulo decresceu, de 58,2% para 8,9% do saldo total líquido de postos de trabalho formais abertos.

Além da estabilização monetária a partir do Plano Real, com impacto inegável na redefinição da estrutura de preços e competição no interior do setor produtivo, teve importância o Enunciado 331 do Tribunal Superior do Trabalho, que definiu os setores cabíveis da terceirização da mão de obra, e concedeu segurança jurídica às empresas. Em virtude disso, a trajetória da contratação de empregados formais entrou na sua terceira dinâmica. Por consequência, a taxa de terceirização registrou elevação inédita, passando de 8,9% a 97,6% do saldo líquido dos empregos gerados no estado de São Paulo entre 1995 e 2002. Desta forma, o movimento de terceirização da mão de obra que até então se encontrava relacionado ao interesse das grandes corporações transnacionais passou a ser difundido no conjunto das empresas em operação no Brasil.

Pelas condições da estabilidade monetária, alcançada com altas taxas de juros reais e valorização do real, as condições de competição interempresarial tornaram-se mais acirradas. A redução do custo do emprego da força de trabalho estimulou o crescimento da terceirização, inclusive no aparecimento de empresas sem empregados. A quarta dinâmica na trajetória da contratação de empregos formais ganhou importância desde o início da década de 2000, com a queda na taxa de terceirização. Entre 2000 e 2010, a taxa de terceirização passou de 97,6% para 13,6% do saldo líquido de empregos formais constituído no estado de São Paulo.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

PAUTA CAMPANHA SALARIAL 2012

1-QUESTÕES SALARIAIS
1.1. Zeramento da inflação do último período: Reposição de perdas salariais acumuladas no período de março de 2011 a março de 2012, equivalente ao INPC apurado pelo IBGE.
1.2. Aumento salarial real: a título de ganho real, acima da correção inflacionária e da recuperação das perdas, será concedido aumento de 15 % sobre todas as remunerações, a partir de abril de 2012.
1.3. Recuperação das perdas salariais: reajuste de 21.3% para repor as perdas ocorridas nos vencimentos e nas demais vantagens de 2000 a 2011 meio de política de recuperação salarial a ser implantada pela administração municipal.
1.4-Auxílio Alimentação: para todos os professores, indexado a cesta básica do DIEESE;

2- PLANO DE CARGOS, CARREIRAS E VENCIMENTOS
2.1 Alterações nos Art. 16 e 17 da lei 2340/2011
2.2- O imediato reconhecimento de Mestrado e Doutorado no Plano de Carreira Lei 336/2000;
2.3- ADP para Coordenação Pedagógica e Orientação das escolas municipais;
2.4- Garantir a incorporação do ADP de forma escalonado.
3- QUESTÕES FUNCIONAIS
3.1- Licença Prêmio;
3.2- Auxílio creche;
3.3- Difícil Provimento
3.4 Liberações de um professor(a)  por escola durante sua jornada de trabalho para participação em um curso de formação sindical a ser oferecido pelo SINDPROF/NH entre os meses de abril e novembro de 2012.;
3.5- Cumprimento da Lei 336/2000. Artigo 3º, parágrafo 3º, que garante aposentadoria “especial” aos professores que atuam no Atelier Livre, CEPIC, NAP e Centro Ambiental.
3.6- Implementar legislação que vise inibir o assédio moral.
3.7- Encontros mensais da Comissão Permanente de Negociação (que seja estabelecido um calendário com as datas destes encontros para 2012)

4-QUESTÕES EDUCACIONAIS
4.1- Garantia efetiva de atendimento especializado (rede de apoio) para alunos com necessidades especiais;
4.2- Repasse do Fundeb duplo;
4.3 Rever o valor repassado para escolas (dinheiro direto na escola)
4.4- Instituição de uma equipe de avaliação para alunos com necessidades especiais;
4.5- Garantia de limite máximo de alunos por turma e por professor, conforme a Conae aprovou:
Máximo de 20 alunos com idade de 4 a 5 anos;
Máximo 25 alunos nos anos iniciais do ensino Fundamental;
Máximo 30 alunos nos anos finais do Ensino Fundamental;
4.6 -Garantir profissionais do Magistério habilitados em todas as áreas do conhecimento, em quantidade suficiente, em todas as escolas, inclusive para a recuperação paralela em contra turno, em espaço físico adequado;
4.7 -Garantir profissionais do Magistério habilitados para apoio a turmas de inclusão;

5-FORMAÇÃO E VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL
5.1- Adotar a Lei do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) 11.738/08 em sua versão sancionada em 16 de julho de 2008, estabelecendo:
a) um terço (33,33%) da carga horária para hora-atividade ainda em 2011, como proposto na lei; sendo que 1/3 cumpridos nas escolas)
5.2- Licença sabática; (licença remunerada para estudos)

6-GESTÃO DEMOCRÁTICA
6.1-Alterar a Lei que regula a Eleição de Diretores de forma a:
b) Incluir a eleição do coordenador na mesma chapa da equipe diretiva;
7- INSTITUTO PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS – IPASEM
7.1- Reestruturação do Conselho Deliberativo e Fiscal do IPASEM, contemplando a indicação de representantes do SINDPROF/NH;

OFÍCIO ENCAMINHADO JUNTO COM A PAUTA DE NEGOCIAÇÃO

Rua Gomes Portinho 17, Edifício L'Atelier, sala 405, Centro, Novo Hamburgo-RS, CEP: 935190360 Fone: 30361455 e 8442.6141, e-mail movsindprofnh@yahoo.com.br

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PREFEITO MUNICIPAL DE NOVO HAMBURGO
TARCISIO ZIMMERMANN
Pauta de reivindicações dos servidores do magistério municipal para as negociações 2012
O SINDPROF/NH - SINDICATO DOS PROFESSORES MUNICIPAIS DE NOVO HAMBURGO, na condição de representante dos professores municipais, vem respeitosamente à Vossa Presença para apresentar a pauta de reivindicações específicas, para ao final, pedir seu atendimento, como forma de restabelecer a efetiva valorização dos professores e professoras municipais. Ressaltamos que alguns dos itens desta pauta já foram apresentados por ocasião das negociações anteriores e até a presente data não foram efetivadas.
Os professores e professoras, reunidos em assembleia no dia 01 de dezembro de 2011, deliberaram pelos seguintes procedimentos para o estabelecimento do calendário de negociações da Pauta de Reivindicações 2012, entregue em anexo:
1) A Pauta Prioritária deve ser discutida e negociada pelas partes entre os dias 8 a 29 de fevereiro de 2012, demonstrando dessa forma a disposição para o diálogo e negociação concreta por parte da Administração Municipal. Os demais itens da Pauta de Reivindicações devem ser negociados até a data-base da categoria, ao menos em uma primeira rodada de negociações;
2) A Pauta Prioritária é formada pelos itens: 1 -Questões Salariais (itens 1.1 a 1.4), 2- Plano de Cargos e Salários (itens 2.1 a 2.4) e 5  Formação e Valorização Profissional (Item 5.1).
3) O saldo dessas negociações será apreciado e debatido com o conjunto do Magistério Municipal no dia 01 de março , em uma Assembléia Geral, quando a categoria decide os encaminhamentos a serem realizados. 
4) A Administração Municipal deve enviar, à direção do SINDPROF/NH, sua proposta de calendário da Pauta de Reivindicações 2012 do Magistério Municipal, respeitando os itens propostos acima, até o dia 1 de fevereiro de 2012.

Com a certeza de que o diálogo e as conseqüentes medidas concretas que dele derivam são o melhor caminho para o entendimento e melhoria das condições para o trabalho com a Educação Pública Municipal de Novo Hamburgo, reiteramos nossa disposição em negociar efetivamente e evitar possíveis acirramentos nesse processo.
Pede deferimento.
Novo Hamburgo, 11 de janeiro de 2012.
_____________________________
Luciana Andréia Martins
Presidenta do SINDPROF/NH 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

INSCRIÇÃO PARA O CURSO DE LETRAS PORTUGUÊS E EDUCAÇÃO ESPECIAL

De 9 a 22 de janeiro, estarão abertas as inscrições no Vestibular de educação a distância (EaD) 2012, realizado pela UFSM no sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB). No total, são oferecidas 650 vagas, para os cursos de Pedagogia, Administração Pública, Educação Especial, Letras/Espanhol e Letras/Português. As vagas são distribuídas entre os polos de Agudo, Balneário Pinhal, Cruz Alta, Faxinal do Soturno, Itaqui, Novo Hamburgo, Restinga Seca, Santana do Livramento, São Francisco de Paula, Sobradinho, Tio Hugo, Três de Maio, Três Passos e Vila Flores.
O concurso será realizado no dia 5 de fevereiro, com início às 14h30min. O processo classificatório será constituído por uma prova com 12 questões de múltipla escolha, composta pelas disciplinas de história (4 questões), geografia (4 questões), matemática (4 questões), e por uma prova de redação.A taxa de inscrição é de R$ 75,00, podendo ser paga até o dia 23 de janeiro em qualquer agência bancária ou casa lotérica.
Isenção – O período para solicitar isenção da taxa de inscrição será de 9 a 11 de janeiro. Para solicitá-la, é necessário que o candidato esteja inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e seja membro de família de baixa renda, de acordo com o decreto Nº 6.593, de 2 de outubro de 2008. A listagem dos isentos será divulgada no dia 15 de janeiro. Mais informações estão disponíveis no edital do concurso, que pode ser acessado aqui. Dúvidas podem ser esclarecidas com o Serviço de Apoio ao Vestibulando, pelo telefone (55) 3220-8170 ou pelo e-mail falecom@coperves.com.br.
Fonte: http://nte.ufsm.br/moodle/

URGÊNCIAS CLIMÁTICAS, ARTIGO DE IGNACIO RAMONET

[Carta MaiorA grave crise financeira e o horror econômico que atingiram as sociedades europeias estão fazendo todos esquecer que a mudança climática e a destruição da biodiversidade seguem sendo os principais perigos que ameaçam hoje a humanidade. Se não modificarmos rapidamente o modelo de produção dominante, imposto pelo atual modelo de globalização econômica, alcançaremos o ponto de não retorno a partir do qual a vida humana no planeta deixará pouco a pouco de ser sustentável. O artigo é de Ignacio Ramonet.
Ignacio Ramonet – Le Monde Diplomatique
A grave crise financeira e o horror econômico que atingiram as sociedades europeias estão fazendo todos esquecer que – como lembrou, em dezembro passado, a Cúpula do Clima, de Durban, África do Sul – a mudança climática e a destruição da biodiversidade seguem sendo os principais perigos que ameaçam a humanidade. Se não modificarmos rapidamente o modelo de produção dominante, imposto pela globalização econômica, alcançaremos o ponto de não retorno a partir do qual a vida humana no planeta deixará pouco a pouco de ser sustentável.
Há algumas semanas, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou o nascimento do ser humano número 7 bilhões, uma menina filipina chamada Dánica. Em pouco mais de cinquenta anos, o número de habitantes da Terra se multiplicou por 3,5. E a maioria deles vive agora em cidades. Pela primeira vez, os camponeses são menos numerosos que os urbanos. No entanto, os recursos do planeta não aumentam. E surge uma nova preocupação geopolítica: o que acontecerá quando se agravar a penúria de alguns recursos naturais? Estamos descobrindo em estupefação que nosso “amplo mundo” é finito…
No curso da última década, graças ao crescimento experimentado por vários países emergentes, o número de pessoas saídas da pobreza e incorporadas ao consumo ultrapassou os 150 milhões…(1) Como não ficar alegre com isso? Não há causa mais justa no mundo que o combate contra a pobreza. Mas isso traz uma grande responsabilidade para todos. Porque essa perspectiva não é compatível com o modelo consumista dominante.
É óbvio que nosso planeta não dispõe de recursos naturais nem energéticos suficientes para que toda a população mundial os utilize sem freio. Para que sete bilhões de pessoas consuma tanto como um europeu médio seriam necessários os recursos de dois planetas Terra. E para que consumissem como um estadunidense médio, os de três planetas.
Desde o princípio do século XX, por exemplo, a população mundial cresceu quatro vezes. Nesse mesmo lapso de tempo, o consumo de carvão aumentou seis vezes e o de cobre 25 vezes. De 1950 até hoje, o consumo de metais em geral se multiplicou por sete, o de plásticos por dezoito e o de alumínio por vinte. Há algum tempo, a ONU vem nos alertando de que estamos gastando “mais de 30% da capacidade de reposição” da biosfera terrestre. Moral da história: devemos ir pensando em adotar e generalizar estilos de vida muito mais frugais e menos destruidores do meio ambiente.
Este conselho parece ser puro bom senso, mas é evidente que não se aplica ao um bilhão de famintos crônicos no mundo, nem aos três bilhões de pessoas que vivem na pobreza. A bomba da miséria ameaça a humanidade. A enorme brecha que separa os ricos dos pobres segue sendo, apesar dos progressos recentes, uma das principais características do mundo atual (2).
Essa não é uma afirmação abstrata. Ela tem traduções muito concretas. Por exemplo, no tempo de leitura deste artigo (cerca de dez minutos), dez mulheres no mundo vão morrer durante o parto e 210 crianças menores de cinco anos vão morrer de doenças facilmente curáveis (entre elas, 100 por ter bebido água de melhor qualidade). Essas pessoas não morrem por causa de doenças. Morrem por serem pobres. A pobreza é que as mata.
Enquanto isso, a ajuda dos Estados ricos aos países em desenvolvimento diminuiu cerca de 25% nos últimos quinze anos. E no mundo seguem se gastando cerca de 500 bilhões de euros por ano em armamentos.
Se, nas próximas décadas, tivéssemos que aumentar em 70% a produção de alimentos para responder à legítima demanda de uma população mais numerosa, o impacto ecológico seria demolidor. Além disso, esse crescimento nem sequer seria sustentável porque suporia maior degradação dos solos, maior desertificação, maior escassez de água doce, maior destruição da biodiversidade. Sem falar da produção de gases causadores do efeito estufa e suas graves consequências para a mudança climática.
Neste contexto, convém lembrar que cerca de 1,5 bilhões de seres humanos seguem usando energia fóssil contaminante procedente da combustão de lenha, carvão, gás ou petróleo, principalmente na África, China e Índia. Apenas 13% da energia produzida no mundo é renovável e limpa (hidráulica, eólica, solar, etc.). O resto é de origem nuclear e, sobretudo, fóssil, a mais nefasta para o meio ambiente.
Assim, preocupa que os grandes países emergentes adotem métodos de desenvolvimento depredadores, industrialistas e extrativistas, imitando o pior que os Estados desenvolvidos fizeram e seguem fazendo. Tudo isso está produzindo uma gravíssima erosão da biodiversidade.
O que é a biodiversidade? A totalidade de todas as variedades de todo o conjunto de seres vivos na Terra. Estamos constatando uma extinção massiva de espécies vegetais e animais, Uma das mais brutais e rápidas que a Terra já conheceu. A cada ano, desaparecem entre 17 mil e 100 mil espécies vivas. Um estudo recente revelou que 30% das espécies marinhas estão a ponto de desaparecer por causa do excesso de pesca e da mudança climática. Além disso, uma de cada oito espécies de plantas encontra-se ameaçada. Uma quinta parte de todas as espécies vivas poderia desaparecer de hoje até 2050.
Quando se extingue uma espécie se modifica a cadeia dos seres vivos e se muda o curso da história natural, o que constitui um atentado contra a liberdade da natureza. Defender a biodiversidade é, por conseguinte, defender a solidariedade objetiva entre todos os seres vivos. O ser humano e seu modelo depredador de produção são as principais causas desta destruição da biodiversidade. Nas últimas três décadas, os excessos da globalização neoliberal aceleraram esse fenômeno.
A globalização favoreceu o surgimento de um mundo dominado pelo horror econômico, no qual os mercados financeiros e as grandes corporações privadas restabeleceram a lei da selva, a lei do mais forte. Um mundo onde a busca de lucros justifica tudo, seja lá qual for o custo para os seres humanos ou para o meio ambiente. Neste sentido, a globalização favorece o saque do planeta. Muitas grandes empresas tomam a natureza de assalto, com meios de destruição desmedidos. E obtém enormes lucros, contaminando, de modo totalmente irresponsável, a água, o ar, os bosques, os rios, o subsolo, os oceanos…Que são bens comuns da humanidade.
Como colocar um freio nesse saque da Terra? As soluções existem. Eis aqui quatro decisões urgentes que poderiam ser tomadas:
- Mudar de modelo inspirando-se na “economia solidária”. Esta cria coesão social porque os lucros não vão apenas para alguns, mas para todos. É uma economia que produz riqueza sem destruir o planeta, sem explorar os trabalhadores, sem discriminar as mulheres, sem ignorar as leis sociais;
- Colocar um freio à globalização mediante um retorno à regulamentação que corrija a concepção perversa e nociva do livre comércio. É preciso se atrever a restabelecer uma dose de protecionismo seletivo (ecológico e social) para avançar na direção da desglobalização;
- Frear o delírio da especulação financeira que está impondo sacrifícios inaceitáveis a sociedades inteiras, como vemos hoje na Europa onde os mercados tomaram o poder. É mais urgente do que nunca impor uma taxa sobre as transações financeiras para acabar com os excessos da especulação nas bolsas de valores;
- Se queremos salvar o planeta, evitar a mudança climática e defender a humanidade, é urgente sair da lógica do crescimento permanente que é inviável, e adotar, por fim, a via de um “decrescimento” razoável.
Com estas simples quatro medidas, uma luz de esperança apareceria por fim no horizonte, e as sociedades começariam a recobrar confiança no progresso. Mas quem terá a vontade política de impô-las?
Le Monde Diplomatique – Nº195- Janeiro 2012
NOTAS:
(1) Somente na América Latina, como consequência das políticas de inclusão social implementadas por governos progressistas na Argentina, Bolívia, Brasil, Equador, Nicarágua, Paraguai, Venezuela e Uruguai, cerca de 80 milhões de pessoas saíram da pobreza.
(2) No mundo, cerca de 100 milhões de crianças (sobretudo meninas) não frequentam a escola; 650 milhões de pessoas não têm acesso à agua potável; 850 milhões são analfabetos; mais de 2 bilhões não dispõem de esgoto, nem de latrinas; cerca de 3 bilhões vivem (incluindo aí alimentação, moradia, vestimenta, transporte, saúde, etc) com menos de dois euros diários.
• Jornalista espanhol. Presidente do Conselho de Administração e diretor de redação do Le Monde Diplomatique
Tradução: Katarina Peixoto
Artigo socializado pela Agência Carta Maior e indicado por José Eustáquio Diniz Alves, colunista do EcoDebate.

domingo, 8 de janeiro de 2012

FIM DOS TEMPOS

ADÃO PAIANI

Escutei estupefato (“estupefato” não é palavra que se use todos os dias, então vou aproveitar, pois não me ocorre outra no momento), na tarde desta terça-feira (03), pela rádio Gaúcha, o ilustre Secretário da Educação do Rio Grande do Sul, José Clóvis de Azevedo, afirmar, peremptoriamente (essa palavra, como a anterior, também não se usa assim no mais, tem que ser numa ocasião de relevo), que a atual direção do CPERS Sindicato é sectária e não representa os anseios da categoria.

Não, definitivamente é o fim dos tempos. Eu pensava que depois do Michel Teló cantando seu hit de sucesso com o Neymar, na Rede Globo, na virada do ano,  e o comando israelense fazendo coreografia do “ai, se eu te pego” (devia ser alguma mensagem subliminar para os palestinos...) em pleno deserto, não faltava nada para este início de ano apocalíptico e bissexto, mas me enganei. Viria mais: Um petista histórico chamando o Sindicato que ajudou a criar e fortalecer de sectário!

Fujam para as montanhas! O fim está próximo!

Duvido muito que algum petista tivesse a coragem de acusar a combativa direção do CPERS de sectária e não representativa enquanto o partido estava na oposição no RS. Foi necessário apenas um ano no governo para o discurso mudar. São posturas como essa que afastam muita gente boa da política, enojados com o discursinho fácil de quem, quando na oposição, demoniza os adversários e vende a idéia de dá para fazer tudo, sempre; bastando para isso “vontade política”. Mas, quando chegam ao poder precisam de apenas poucos meses para tomar um "choque de realidade" e mudar a cantilena e, a partir daí, atacar os antigos aliados que resistem - corretamente - em se apelegar.

Fica aqui a pergunta: neste imbróglio entre CPERS e governo, quem mudou mais, o Sindicato ou o PT. A direção agora acusada de sectarismo é a mesma de quando o PT estava na oposição. Não é difícil de responder.

Secretário do governo do PT no RS atacando o CPERS!

Depois dessa acho que vou começar a estocar comida.

O fim, realmente, deve estar próximo.

ADÃO PAIANI é advogado

Fonte: http://www.cpers.com.br

PRODUTOS ORGÂNICOS DA AGRICULTURA FAMILIAR: HORA DA MERENDA, ARTIGO DE MARIA BEATRIZ MARTINS COSTA

[EcoDebate] O Brasil distribui mais de 40 milhões merendas diárias (uma Espanha por dia!) e são as prefeituras que decidem onde e de quem comprar.
Antes de prosseguir , devo registrar que embora o politicamente correto seja a expressão “alimentação escolar”, peço licença para continuar chamando “merenda” nesta linhas, pois “hora de merenda” me remete a confratenização, prazeres simples e sabores honestos.
Poucos brasileiros conhecem a Lei Nº 11.947(16 /06/ 2009) e sua regulamentação (em 22/07/2009) que dispõe sobre mudanças no atendimento da alimentação escolar.
Segundo esta Lei, 30% no mínimo de todo recurso para merenda escolar deve ser comprado de produtos da Agricultura Familiar. O mínimo é 30%, mas pode ser comprado da agricultura familiar até 100% do recurso repassado para alimentação escolar pelo FNDE ( Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação)
O que pouquíssimos brasileiros sabem é que ”os produtos da agricultura familiar e dos empreendedores familiares rurais a serem fornecidos para Alimentação Escolar serão gêneros alimentícios, priorizando, sempre que possível, os alimentos orgânicos e/ou agroecológicos .( de acordo com a Resolução no 38/2/2009)
O papel das merendeiras neste cenário é estratégico, sendo reconhecido e valorizado pelo Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar. Criado pela Ação Fome Zero, este prêmio em 2011 contemplou 22 municípios que tiveram iniciativas bem-sucedidas. Neste ano, o Ministério do Desenvolvimento Social propôs a instituição de mais duas categorias: a de compra de merenda usando produtos orgânicos da agricultura familiar e a de compra de merenda com produtos da sociobiodiversidade, que contemplam a produção e os serviços dos agricultores familiares, extrativistas, povos e comunidades tradicionais, entre outros.
O tema é apaixonante é os desafios ainda são muitos: desde assistência técnica permanente até quebrar preconceitos sobre a capacidade de abastecimento e a qualidade dos produtos da agricultura familiar.
Há um ditado que diz “a palavra convence, o exemplo arrasta”. Quanto mais municípios reconhecerem os benefícios de se promover uma merenda de qualidade em parceria com produtores locais, mais alunos se beneficiarão e mais renda será gerada para a região.
É a hora da merenda no Brasil.
Maria Beatriz Martins Costa, diretora do Planeta Orgânico

MESA DE NEGOCIAÇÃO PERMANENTE

Em reunião com o Executivo, no dia 03 de janeiro, os representantes do mesmo, restabelecem a Mesa de Negociação e dizem que estão abertos ao diálogo com os trabalhadores municipais. Os próximos encontros deixarão claro se esta “abertura” é verdadeira.
A nossa experiência com a atual administração tem mostrado que discurso e prática geralmente andam em descompasso.  
Acreditamos ser fundamental relembrar alguns fatos a respeito deste importante instrumento de diálogo entre os servidores e o governo municipal, a Mesa de Negociação, que deveria discutir as demandas dos trabalhadores municipais, o que até o momento não “funcionou” adequadamente.
Em 2010 houve um total silenciamento da administração em relação a este instrumento; mesmo tendo assumido este compromisso na Mesa de Negociação.
Em 2011 no mês de abril, mês de nossa data base, o SINDPROF/NH cobrou da administração que cumprisse o compromisso assumido em 2010. Discurso e prática: descompasso.
Após a cobrança do SINDPROF/NH durante os meses de maio a outubro diversas reuniões foram agendadas e muitas canceladas. Nos encontros que ocorreram o tema tratado foi o Plano de Carreira dos professores admitidos a partir de 2010.  Algumas aconteceram sem objetividade, em outras as propostas encaminhadas para Mesa por parte da administração eram realizadas verbalmente, “palavras ao vento” que na reunião posterior eram alteradas pelo Executivo. Um período delicado e exaustivo no qual percebíamos muitas vezes que a Mesa de Negociação era apenas a mesa da “enrolação”. Mas, mesmo nestes momentos mantivemos uma postura proativa, discutindo, defendendo e pontuando firmemente a necessidade de um Plano de Carreira que buscasse a valorização do magistério e de todos os trabalhadores municipais pois esta é uma marca da direção do SINDPROF/NH.
Em dezembro no “apagar das luzes” o SINDPROF/NH é chamado pela administração, para uma reunião da Mesa de Negociação, acreditávamos que seria retomada a pauta estabelecida pela administração em maio de 2011, com temas prioritários a serem tratados nesta Mesa, no entanto, não foi o que aconteceu sendo tratada naquele momento uma pauta dos trabalhadores da COMUSA, reivindicação esta legitima e que consideramos ser fundamental que administração atenda.
Mas, apesar disto, avaliamos que a reunião de dezembro foi positiva e serviu para que “minimamente” pudéssemos acordar a data e horário da próxima reunião, que aconteceu dia 03/01/2012 (terça-feira) e o compromisso de retomarmos os temas em aberto da Negociação Salarial 2011.
Conforme, acordado a reunião de janeiro aconteceu nesta última terça-feira. Representando a administração estiveram presentes o Procurador do município e o Diretor de Recursos Humanos (representando a Secretaria que esta de férias) e uma representante da Secretaria de Educação (Rocio). É necessário lamentar a ausência do Secretario de Educação ou uma de suas diretoras neste momento, pois como a reunião foi marcada com antecedência consideramos um desrespeito tal postura. Representando os trabalhadores municipais: Luciana Martins e Valderes Dávila (Direção do SINDPROF/NH), Luciane Bortolli e Pedro Pimentel (Direção GSFM), Milena (Direção da Associação dos Servidores da Comusa) e os colegas da COMUSA Marino e Felix.
Nesta reunião foram tratados os seguintes temas:
ADP (Adicional de Dedicação Plena) para as coordenadoras e coordenadores pedagógicos e orientadoras (es);
O escalonamento das incorporações dos ADPS;
Reconhecimento do Mestrado e Doutorado no Plano de Carreira dos professores e professoras admitidos antes de 2010;
Alteração do Artigo  Plano de Carreira dos professores e professoras admitidos a partir de 2010.
Legislação sobre o assedio moral.
O GSFM entregou uma proposta para “ISONOMIA”  dos auxiliares administrativos da COMUSA.
Após ouvir e manifestar-se sobre os temas tratados os representantes do executivo assumiram o compromisso de trazer um posicionamento claro e objetivo em relação aos temas tratados para a próxima reunião dia 07.02.2012.
Esperamos que o Executivo acerte o passo e que discurso e prática não sejam paradoxos  e que realmente a MESA DE NEGOCIAÇÂO ocorra de fato e que possamos avançar no diálogo e nas conquistas para todos(as) servidores públicos municipais. 

WAL MART: RETRATO DO 1% NOS EUA

Por Heloisa Villela, de Washington, no blog Viomundo:
Na última década, uma única empresa americana se tornou o grande símbolo do que é o capitalismo selvagem. Foram muitos os processos na Justiça por discriminação e maus tratos contra a rede de hipermercados Wal-Mart. Mas isso é café pequeno perto das relações trabalhistas que a empresa impõe aos funcionários. E o trabalho constante, e eficiente, para impedir a sindicalização dos funcionários.


A fama ruim não afetou em nada os negócios. Hoje, os seis herdeiros de Sam Walton, fundador da empresa, têm uma fortuna calculada em US$ 93 bilhões, o que significa toda a riqueza somada dos 30% mais pobres do país. Ou seja, “essa família é o retrato do 1%”, disse Jennifer Stapleton, diretora assistente do grupo “Making Change at Wal-Mart”, que nós podemos traduzir por promover mudanças no Wal-Mart. A referência, clara, é ao slogan mais conhecido do movimento Occupy, que tomou as ruas e praças de várias cidades americanas e sempre fala no crescimento da desigualdade nos Estados Unidos. Os 99% versus 1%.


Esta semana, Jennifer e o grupo de empregados que brigam por melhores condições de trabalho estão comemorando uma vitória importante. Depois dealguns anos de negociações com a empresa, um grande fundo de investimentos da Holanda decidiu vender todas as ações do Wal-Mart que tinha em carteira. Até junho do ano passado, o fundo ABP tinha mais de US$ 120 milhões de dólares investidos no Wal-Mart. Interessante é o processo através do qual a empresa concluiu que não dava mais para apostar no futuro da gigante corporação norte-americana.

Em 2007, o ABP começou a analisar as empresas nas quais investe, de olho em práticas responsáveis de administração. A quantidade de processos e reclamações a respeito de direitos trabalhistas envolvendo o Wal-Mart chamou a atenção da especialista do fundo, Anna Pot. Durante os últimos quatro anos, representantes do fundo de investimento se reuniram com a empresa de Arkansas em busca de esclarecimentos e de uma perspectiva de mudança.

Em outubro passado, o grupo Making Change at Wal-Mart adotou uma estratégia diferente. Decidiu jogar o jogo que os empresários entendem. Convidou analistas financeiros, representantes dos fundos de investimento, para uma reunião na véspera do encontro anual deles com a empresa. E não é que 50 apareceram? Um deles era Anna Pot, do ABP. Informações sobre o encontro, fotos e vídeo estão aqui:

http://makingchangeatwalmart.org/2011/10/11/walmart-associates-former-store-managers-meet-with-analysts-at-annual-investor-conference-in-bentonville/

Empregados do Wal-Mart relataram os erros que a empresa comete, não apenas nas relações trabalhistas, e sugeriram mudanças na administração dos negócios, inclusive dos estoques. Foi uma oportunidade única para os analistas dos fundos de investimento. Pela primeira vez eles tiveram um raio-X do interior do Wal-Mart, com todos os problemas que a empresa nega, ou tenta esconder.

Agora, três meses depois do encontro, o fundo anuncia a venda de todos os papéis do Wal-Mart. Entre triunfante e preocupada, Jennifer conversou com o Viomundo.

Quando foi criado esse grupo que quer promover mudanças no Wal-Mart?

Começamos em janeiro de 2011 para dar apoio à organização United for Respect at Wal-Mart que vem tentando forçar a empresa a mudar. Nós estamos com eles.

E como conseguiram atrair os analistas dos fundos para esse encontro?

Simplesmente convidamos e eles vieram. Uns 50 ao todo. No encontro, os funcionários falaram abertamente sobre retaliações, condições de trabalho, possíveis soluções para melhorar a empresa. Quando ela foi fundada, pelo Sam Walton, no começo dos anos 60, a visão era bem diferente. Bem, a ABP já tinha uma longa história com a empresa. Eles estavam conversando, tentando promover mudanças, mas chegaram à conclusão que não houve mudança alguma. A Anna Pot viu um anúncio de emprego deles procurando alguém de Recursos Humanos que enfatizava a necessidade de continuar impedindo a sindicalização dos funcionários.

Para vocês, a decisão do fundo holandês é uma vitória?

É e não é. A decisão é um reconhecimento global do que os trabalhadores falam há anos. Eles se sentiram ouvidos e mais fortes. Mas, ao mesmo tempo, nós preferimos que fundos como este continuem investidos na empresa, com voz lá dentro, porque eles têm mais poder de barganha. Mas entendemos a posição deles. Não dá para colocar dinheiro em uma empresa assim. E nós achamos que outros fundos vão acabar fazendo a mesma coisa. Esperamos que a decisão do ABP sirva de alerta para a família Walton, que ainda detém mais de 50% das ações da empresa, para que promovam mudanças verdadeiras. Hoje, essa é a família mais rica do país. Um verdadeiro exemplo do crescimento desigual nos Estados Unidos.

Nota do Viomundo: A rede Wal-Mart tem lojas em vários países. Entre eles: Argentina, Brazil, Canadá, Chile, China, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Índia, Japão, México, Nicaragua, Porto Rico, Reino Unido, Paquistão e Estados Unidos. No segundo semestre de 2010, funcionários da empresa, de diferentes países, formaram uma aliança global, para construir solidariedade e objetivos comuns.

Fonte: VIOMUNDO