sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

RECEITA DE ANO NOVO













Receita de Ano Novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

QUE VENHA 2012









QUE VENHA 2012

A luta de um sindicato de verdade se dá no dia a dia. Os desafios e as lutas são constantes, se engana quem pensa que a luta tira folga.

Neste ano que se encerra, fica a certeza de que lutamos uma boa luta. Nossos princípios e objetivos sempre foram muito claros. Lutamos pela Educação Pública de Qualidade e pela Valorização de trabalhadoras e trabalhadores em educação, mas não só, lutamos pelo funcionalismo público de Novo Hamburgo, afinal, todos somos funcionárias e funcionários de um mesmo patrão.

Finda o ano de 2011, que além das bravas lutas (Dissídio, Plano de Carreira, defesa de 1/3 de HA, IPASEM), de conquistas importantes, de discussões que qualificaram nosso discurso e entendimento sobre a Gestão Democrática, também foi agraciado com riso e alegria. Nossos 6 anos comemorados com o show do Guri de Uruguaiana. SINDPROF/NH unindo trabalho, ação e diversão.

Todas e todos estão de parabéns, não fugimos da luta, e 2012 que bate a nossa porta, se inicia com velhos e novos desafios, para que não esqueçamos que a luta é diária e permanente.

Nosso desejo mais fraterno é de que todos possam ter um UM EXCELENTE 2012.


DIREÇÃO SINDPROF/NH

O DIA DO JUÍZO SOBRE NOSSA CULTURA?

Leonardo Boff
Teólogo, filósofo e escritor
Adital
O final do ano oferece a ocasião para um balanço sobre a nossa situação humana neste planeta. O que podemos esperar e que rumo tomará a história? São perguntas preocupantes pois os cenários globais apresentam-se sombrios. Estourou uma crise de magnitude estrutural no coração do sistema econômico-social dominante (Europa e USA), com reflexos sobre o resto do mundo. A Bíblia tem uma categoria recorrente na tradição profética: o dia do juízo se avizinha. É o dia da revelação: a verdade vem à tona e nossos erros e pecados são denunciados como inimigos da vida. Grandes historiadores como Toynbee e von Ranke falam também do juízo sobre inteiras culturas. Estimo que, de fato, estamos face a um juízo global sobre nossa forma de viver na Terra e sobre o tipo de relação para com ela.
Considerando a situação num nível mais profundo que vai além das análises econômicas que predominam nos governos, nas empresas, nos foros mundiais e nos meios de comunicação, notamos, com crescente clareza, a contradição existente entre a lógica de nossa cultura moderna, com sua economia política, seu individualismo e consumismo e entre a lógica dos processos naturais de nosso planeta vivo, a Terra. Elas são incompatíveis. A primeira é competitiva, a segunda, cooperativa. A primeira é excludente; a segunda, includente. A primeira coloca o valor principal no indivíduo, a segunda no bem de todos. A primeira dá centralidade à mercadoria, a segunda, à vida em todas as suas formas. Se nada fizermos, esta incompatibilidade pode nos levar a um gravíssimo impasse.
O que agrava esta incompatibilidade são as premissas subjacentes ao nosso processo social: que podemos crescer ilimitadamente, que os recursos são inesgotáveis e que a prosperidade material e individual nos traz a tão ansiada felicidade. Tais premissas são ilusórias: os recursos são limitados e uma Terra finita não agüenta um projeto infinito. A prosperidade e o individualismo não estão trazendo felicidade; mas, altos níveis de solidão, depressão, violência e suicídio.
Há dois problemas que se entrelaçam e que podem turvar nosso futuro: o aquecimento global e a superpopulação humana. O aquecimento global é um código que engloba os impactos que nossa civilização produz na natureza, ameaçando a sustentabilidade da vida e da Terra. A conseqüência é a emissão de bilhões de toneladas/ano de dióxido de carbono e de metano, 23 vezes mais agressivo que o primeiro. Na medida em que se acelera o degelo do solo congelado da tundra siberiana (permafrost), há o risco, nos próximos decênios, de um aquecimento abrupto de 4-5 graus Celsius, devastando grande parte da vida sobre a Terra. O problema do crescimento da população humana faz com que se explorem mais bens e serviços naturais, se gaste mais energia e se lancem na atmosfera mais gases produtores do aquecimento global.
As estratégias para controlar esta situação ameaçadora praticamente são ignoradas pelos governos e pelos tomadores de decisões. Nosso individualismo arraigado tem impedido que nos encontros da ONU sobre o aquecimento global se tenha chegado a algum consenso. Cada pais vê apenas seu interesse e é cego ao interesse coletivo e ao planeta como um todo. E assim vamos, gaiamente, nos acercando de um abismo.
Mas a mãe de todas as distorções referidas é nosso antropocentrismo, a conviccção de que nós, seres humanos, somos o centro de tudo e que as coisas foram feitas só para nós, esquecidos de nossa completa dependência do que está à nossa volta. Aqui radica nossa destrutividade que nos leva a devastar a natureza para satisfazer nossos desejos.
Faz-se urgente um pouco de humildade e vermo-nos em perspectiva. O universo possui 13,7 bilhões de anos; a Terra, 4,45 bilhões; a vida, 3,8 bilhões; a vida humana, 5-7 milhões; e o homo sapiens cerca de 130-140 mil anos. Portanto, nascemos apenas há alguns minutos, fruto de toda a história anterior. E de sapiens estamos nos tornando demens, ameaçadores de nossos companheiros na comunidade de vida. Chegamos no ápice do processo da evolução não para destruir mas para guardar e cuidar este legado sagrado. Só então o dia do juízo será a revelação de nossa verdade e missão aqui na Terra.
Reprodução: http://www.adital.org.br

ESPECIALIZAÇÃO EM ÉTICA E EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS


INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES ACESSE:







DESIGUALDADE, ELEVADO CUSTO DE VIDA E SISTEMA EDUCACIONAL FALHO EXPÕEM PARADOXOS DA 6ª ECONOMIA DO MUNDO

Apenas sete nações apresentam distribuição de renda pior do que a do Brasil
Em 2011, o Brasil melhorou sua posição na maioria dos rankings internacionais que medem diferentes aspectos do desenvolvimento, mas, por trás de pequenos avanços, o país ainda tem desempenho fraco quando comparado a nações do chamado mundo desenvolvido.
A BBC Brasil reuniu 10 indicadores, divulgados ao longo de 2011, que vão além do Produto Interno Bruto (PIB) e inserem o Brasil em um contexto global em áreas como renda, desigualdade, corrupção, competitividade e educação.
O Brasil, que pode se tornar a 6ª maior economia do mundo ultrapassando a Grã-Bretanha se projeções recentes forem confirmadas, já despenca dezenas de posições quando se considera a renda per capita, resultado da divisão do PIB pela população.
Nessa média, o brasileiro ganha, por ano, o equivalente a US$ 10.710 (contra US$ 8.615 em 2009). Segundo os últimos dados do Banco Mundial, 44 países têm renda per capita superior à do Brasil, entre eles a própria Grã-Bretanha.
A renda dos britânicos, US$ 36.144, é três vezes maior do que a dos brasileiros. Essa diferença, no entanto, vem caindo. Além disso, a renda média do brasileiro continua superior à de seus colegas dos Brics, a Rússia (US$ 10.440), a Índia (US$ 1.475), a China (US$ 4.428) e a África do Sul (US$ 7.275).
Distribuição de renda
Essa simples divisão do PIB pelo total da população, no entanto, sofre críticas de especialistas em desenvolvimento por ignorar aspectos como a má distribuição da renda. Quando a desigualdade entra na equação, a posição do Brasil no cenário global despenca ainda mais, apesar dos avanços alcançados no país nesse quesito.
Tomando como medida o coeficiente de Gini, que mede a desigualdade na distribuição da renda em 187 países, apenas sete nações apresentam distribuição pior do que a do Brasil, segundo dados da ONU: Colômbia, Bolívia, Honduras, África do Sul, Angola, Haiti e Comoros.
O coeficiente usado nesta comparação para o Brasil é de 53,9. Quanto mais perto de 100, maior a desigualdade. A Suécia, com coeficiente de 25, é um dos países com menor concentração de renda.
Apesar dessa péssima posição no quesito desigualdade de renda, o desempenho em outros aspectos do desenvolvimento medidos pela ONU põem o Brasil em uma posição melhor no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
O Brasil tem progredido no IDH e sua posição geral, em 84º lugar, põe o país no grupo de alto desenvolvimento humano, mas ainda longe do grupo mais seleto com desenvolvimento considerado “muito alto”. A lista de 47 países dessa elite é encabeçada pela Noruega.
Competitividade
O IDH engloba diversas áreas como educação, saúde, expectativa de vida, mas dados de outras organizações servem para complementar o quadro do Brasil no cenário externo.
A competitividade da economia brasileira, por exemplo, é medida por instituições como o Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês). No ranking do fórum, o Brasil subiu cinco posições em 2011 e passou a ser a 53ª economia mais competitiva entre 142.
A organização destacou o grande mercado interno e o sofisticado ambiente de negócios como pontos fortes do Brasil, mas enfatizou o sistema educacional, as leis trabalhistas consideradas rígidas e o baixo incentivo à competição como entraves à competitividade brasileira. A Suíça é a primeira nesse ranking seguida por Cingapura.
Em outros quesitos que influenciam a economia, como Corrupção, Ciência e Tecnologia e Educação, o Brasil continua mal, mas teve pelo menos algum avanço.
A nota do Brasil avaliada pela Transparência Internacional sobre corrupção passou de 3,7 para 3,8. Mas apesar dessa “melhora” decimal, o Brasil caiu da 69ª para 73ª entre 182 países.
A queda se explica pelo progresso mais acentuado de outros países e pela entrada de novas nações na lista da ONG. O país mais bem colocado no ranking é a Nova Zelândia ( com nota 9,5), seguida pela Dinamarca (com nota 9,4).
Apesar da queda, o Brasil tem a menor percepção de corrupção entres potências emergentes como Rússia, Índia e China.
“Mas o Brasil não deve se orgulhar disso. Deve ver que há muito a avançar para alcançar o nível dos países desenvolvidos”, alertou o mexicano Alejandro Salas, diretor da Transparência Internacional para as Américas.
“Eu vejo que, às vezes, o tema é colocado em segundo plano, dentro de um contexto de muito otimismo com o crescimento econômico e do novo papel que o Brasil ocupa no mundo”, acrescentou.
Outra área em que o Brasil fica tradicionalmente no “lado B” dos rankings é a de Ciência e Tecnologia. Mas um estudo divulgado em março pela Royal Society, academia nacional de ciência britânica, mostrou um pequeno progresso do Brasil.
A representatividade dos estudos brasileiros teve um ligeiro aumento de 1999 para 2003. Passou de 1,3% do total de pesquisas científicas globais para 1,6%. São Paulo subiu de 38º para 17º lugar como centro com mais publicações científicas do mundo.
“Existe uma diversificação com alguns países demonstrando lideranças em setores específicos como a China em nanotecnologia e o Brasil em biocombustíveis, mas as nações avançadas do ponto de vista científico continuam a dominar a contagem de citações”, analisou o relatório.
A China, no entanto, segue em uma velocidade muito superior à do Brasil e já superou Europa e Japão na quantidade anual de publicações científicas.
Na área de Educação, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) divulga comparações internacionais que incluem o Brasil.
Os últimos dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) pôs o país em 51º lugar entre 65 no ranking de leitura, em 55º no de matemática e em 52º no de Ciências. O país ficou entre os últimos, mas a nota nas três áreas melhorou em relação à pesquisa anterior.
O avanço do Brasil foi elogiado por Guillermo Montt, analista da OCDE.
“O Brasil aumentou os resultados nas três áreas do estudo. Não são muitos os países que conseguiram fazer isso (…) Não é uma surpresa que o país continue em posições baixas no ranking já que o processo de melhoria do ensino é algo lento e muito amplo”, disse à BBC Brasil.
Custo de vida
Na contramão dos avanços, ainda que lentos e graduais, há pesquisas como a do banco suíço UBS feita em 73 países. Segundo o relatório, o poder de compra no Rio e em São Paulo vem caindo nos últimos cinco anos, apesar da elevação dos salários.
A pesquisa ilustra a tendência comparando o custo de vida no Rio e em São Paulo com o de Nova York.
Nas duas cidades brasileiras, o custo de vida representava pouco mais de a metade do custo de vida em Nova York há cinco anos. Hoje, representa, respectivamente, 74% e 69% do custo de vida na metrópole americana.
Também em agosto, a consultoria Mercer divulgou seu ranking anual. São Paulo apareceu como a 10ª cidade mais cara do mundo, subindo 11 posições em um ano. O Rio foi a 12ª, subindo 17.
O Brasil também piorou no ranking que tenta medir a facilidade de se fazer negócios em 183 países. Perdeu seis colocações, caindo da 120ª para a 126ª posição, segundo o Banco Mundial. As avaliações levam em conta dez indicadores e se concentram no ambiente de negócios entre pequenas e médias empresas. O Brasil ficou bem, por exemplo, no item “proteção a investidores”, mas mal no que avalia a facilidade para se pagar imposto.
Entre avanços e retrocessos, o otimismo entre os consumidores brasileiros foi um indicador que manteve, em 2011, o Brasil no topo das pesquisas globais.
Uma enquete da Nielsen, divulgada em outubro, por exemplo, mostrou que, apesar dos sinais de desaceleração na economia, a confiança do consumidor brasileiro foi a que mais cresceu no trimestre anterior à pesquisa entre os 56 países pesquisados pela empresa.
A confiança dos brasileiros ficou atrás somente da de indianos, sauditas e indonésios.
Virada
As projeções recentes de que o Brasil vá superar a Grã-Bretanha em valor de PIB em 2011 não são unanimidade entre centros de pesquisa e ainda precisam ser confirmadas pelos números do último trimestre que saem nos primeiros meses de 2012.
Como a diferença entre as duas economias é pequena, a esperada virada pode não ocorrer em 2011, se perspectivas atuais de crescimento não se confirmarem ou se houver mudanças nas taxas de câmbio dos dois países que influenciem o cálculo do PIB em dólares.
Reportagem de Silvia Salek, da BBC Brasil, publicada pelo EcoDebate, 29/12/2011

SINAL VERMELHO PARA A FALTA DE DEMOCRACIA

Secretaria de Educação de Novo Hamburgo na contramão da História...

A secretaria de educação de Novo Hamburgo está sempre nos surpreendendo, lastimável que não seja positivamente. A elaboração do calendário escolar sempre foi pauta de discussão das escolas municipais, até então, professoras e professores coletivamente elaboravam sugestões de calendário e enviavam para a secretaria, que por sua vez, repassava para que as escolas pudessem votar naquele que mais adequado estava para ser executado. Eis que, “democraticamente”, o calendário de 2012 foi elaborado no gabinete, até mesmo a comissão “criada” para este fim, recebeu-o praticamente pronto. Tudo pela democracia.

A Secretaria de Educação demonstra mais uma vez toda sua incapacidade de diálogo, e de inabilidade para lidar com questões do coletivo. Não “ouve” a comunidade escolar sobre o calendário escolar 2012. Há anos os professores e professoras sempre tiveram oportunidade de expressar sua opinião sobre o calendário, momento este, onde os professores e professoras discutem as necessidades das escolas, suas concepções de calendário e expressam sua opinião sentido-se desta forma “atores” e não executores de um calendário elaborado nos gabinetes.

Um direito que já havíamos conquistado está sendo usurpado da categoria. A secretaria da educação hamburguense tem tornado uma prática “patrolar” o direito dos profissionais da educação, aprova projetos sem discutir com quem de fato tem propriedade sobre o assunto, elabora calendário escolar no gabinete, na contramão da história, quando uma grande maioria dos municípios divide e em muitos casos, deixa sob responsabilidade de cada escola a elaboração do mesmo.

Autoritarismo, inabilidade e falta de diplomacia três simples adjetivos que tornam a secretaria de educação de Novo Hamburgo um espaço de intransigência, de intolerância. O envio deste calendário para as escolas é a prova cabal de que a democracia não faz parte do vocabulário desta secretaria.

PLANTÃO DE ATENDIMENTO NO SINDPROFNH


      Informamos que a partir de 22/12/2011 estaremos atendendo todas as quartas-feiras, das 15h às 18h. A partir de 1º/02/2012 voltaremos ao atendimento normal. 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

PROJETO DO IPASEM É REJEITADO



Nesta quinta-feira 08.12 os vereadores  rejeitaram o projeto que ameaça a AUTONOMIA DO IPASEM.
Esta foi a primeira votação do projeta na próxima quinta-feira ele entra em votação novamente.
VEJA OS VEREADORES QUE VOTARAM A FAVOR DOS PROFESSORES E PROFESSORAS:
Luiz Carlos Schenlrte (PMDB), Gerson Peteffi (PSDB), Jesus Maciel (PTB), Leonardo Hoff (PP), Raul Cassel (PMDB) e Volnei Campagnoni (PCdoB).
A direção do SINDPROF/NH acompanhou a sessão e manifestou aos vereadores o posicionamento da categoria. O pedido  foi para que o projeto fosse rejeitado  o que aconteceu. 
A direção agradece os vereadores que votaram favorável aos professores e professoras.







REJEITADAS MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO DO IPASEM

 Projeto tinha como objetivo alterar conselho deliberativo
Projeto de Lei Complementar n° 7/2011, do Executivo, que altera a legislação referente ao Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores Municipais – Ipasem, foi rejeitado em primeiro turno na sessão desta quinta-feira, 8. Votaram contra Luiz Carlos Schenlrte (PMDB), Gerson Peteffi (PSDB), Jesus Maciel (PTB), Leonardo Hoff (PP), Raul Cassel (PMDB) e Volnei Campagnoni (PCdoB). Esse tipo de matéria exige a aprovação por no mínimo oito votos.

Uma mudança é no Conselho Deliberativo, órgão de deliberação máxima do instituto, com poderes para a formulação de suas políticas e diretrizes. Caso aprovado, seria composto de cinco membros, sendo quatro representantes dos Servidores Públicos Municipais, indicados pelas entidades classistas, dentre os ativos, e um dentro os inativos. Atualmente,  existem quatro membros representantes do Poder Executivo Municipal, indicados pelo Prefeito.

Outra diz respeito à composição da Diretoria Executiva, órgão de administração executiva e representação legal do Instituto. Se fosse aprovado o projeto de Lei Complementar, o Ipasem  passaria a ter Diretor-Presidente, Diretor de Assistência e Diretor de Previdência. Atualmente, conforme a Lei Complementar 2.204/2010, a Diretoria Executiva é constituída de dois membros: Diretor Presidente, cargo ocupado hoje por Eneida Genehr, e Diretor de Administração, atualmente preenchido por Valnei Rodrigues. Agora cabe ao Conselho Deliberativo nomeá-los e destituí-los. A proposta votada hoje extingue o cargo de Diretor de Administração, constante no Anexo II e IV da Lei Municipal 2.204, e prevê que cabe ao prefeito municipal a tarefa de nomear e destituir os membros da Diretoria Executiva, ouvido o Conselho Deliberativo. 
Debates
Raul Cassel (PMDB) e Volnei Campagnoni (PCdoB) posicionaram-se contra a proposta na tribuna, antes da votação, por representar mais gastos ao instituto. Matias Martins (PT) disse achar os cargos importantes. O presidente Leonardo Hoff (PP) defendeu a não aprovação do projeto. “Hoje, há uma paridade nas indicações para o conselho. E, sobre a criação de novos cargos, é óbvio que é para acomodações políticas.”

EDUCAÇÃO AMEAÇADA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS


Próximo de completar um ano de tramitação na Câmara dos Deputados, o PL nº 8.035/10, que versa sobre a aprovação do novo Plano Nacional de Educação, corre o risco de não ser aprovado por nenhuma das casas do Congresso (Câmara e Senado), dada a proximidade do recesso parlamentar. O prazo limite para a leitura do parecer do relator Ângelo Vanhoni (PT-PR), na Comissão Especial do PNE, é dia 01/12.

A CNTE e outras entidades da sociedade civil têm pressionado para que a Câmara dos Deputados conclua o processo de votação do PNE, ainda em 2011, evitando assim maiores prejuízos à regulamentação - já atrasada - do art. 214 da Constituição, que estabelece vigência decenal ao Plano Nacional de Educação. Há expectativa de que o relator proceda à leitura de seu parecer na quinta-feira (01), mas a decisão parece ainda condicionar-se a negociações com o Governo sobre o percentual do PIB a ser destinado para a área educacional.
Outro assunto que entrou na pauta do Parlamento, semana passada, diz respeito ao reajuste do piso nacional do magistério. A Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara rejeitou o substitutivo aprovado pelo Senado - fruto de negociação com o Governo e que prevê aumento real do piso - fixando o INPC/IBGE como único fator de reajuste.

Essa decisão da CFT/Câmara, além de causar grande revolta na categoria, também se mostra contraditória às metas do PNE, em especial à que pretende igualar as remunerações médias dos professores com a de outros profissionais com mesmo nível de formação. Ademais, a simples correção inflacionária coloca o piso do magistério em patamar de valorização abaixo do Salário Mínimo e afronta preceitos constitucionais condizentes à remuneração dos servidores públicos (art. 37, X, CF) e à vinculação do piso à sua principal fonte financiadora, o Fundeb (art. 60, ADCT/CF).

Diante dessa grave situação envolvendo o piso do magistério, a CNTE foi obrigada a criar uma nova frente de luta no Congresso, para além do PNE, com vistas a reverter a decisão da CFT/Câmara, que põe em risco os objetivos da Lei 11.738. A Confederação agirá imediatamente no sentido de recolher assinaturas de parlamentares para apresentação de Recurso de Plenário com a finalidade de alterar a decisão da referida Comissão. Para tanto, contamos com a força de nossos sindicatos filiados em todo país.

A educação precisa ser prioridade de fato!

   Fonte:   http://www.cnte.org.br/


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

JANDIRA FEGHALI: TAXAR 997 MILIONÁRIOS LEVANTARIA R$ 10 BI PARA A SAÚDE PÚBLICA

por Luiz Carlos Azenha

A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados deve apreciar nesta quarta-feira, 7 de dezembro, o parecer da relatora Jandira Feghali (PCdoB-RJ) sobre o Projeto de Lei Complementar 48/11, de autoria do deputado Dr. Aluizio (PV-RJ), que trata da Contribuição Social das Grandes Fortunas.
Um imposto sobre as fortunas está previsto no inciso VII do artigo 153 da Constituição de 1988, nunca regulamentado.
A relatora pretende transformar o imposto em contribuição, permitindo assim que o dinheiro arrecadado seja vinculado a um tipo específico de gasto: o financiamento da saúde pública.
O imposto incidiria sobre 38.095 contribuintes, aqueles que têm patrimônio superior a 4 milhões de reais. As alíquotas teriam variação de 0,40% a 2,1%.
A relatora Jandira Feghali disse que, ao analisar os dados obtidos junto ao Fisco, constatou o tremendo grau de concentração de riqueza no Brasil: pelos cálculos da deputada, a contribuição arrecadaria 10 bilhões de reais taxando apenas os brasileiros com patrimônio superior a 100 milhões de reais, ou seja, 997 pessoas.
Considerando os dados de 2009, a contribuição levantaria 14 bilhões de reais.
“Vamos servir a 200 milhões de brasileiros com uma contribuição de fato em quem concentra patrimônio no Brasil”, diz Jandira.
Ela argumenta que taxar fortunas não é nenhuma novidade. O imposto existe na França para quem tem patrimônio superior a 600 mil euros, segundo ela.
Jandira também lembrou do milionário estadunidense que pediu para ser taxado. Ela se refere ao investidor Warren Buffett. De fato, nos Estados Unidos, existe até mesmo um grupo, chamado Patriotic Millionaires, que lidera uma campanha pela taxação de no mínimo 39,6% para quem tem renda superior a 1 milhão de dólares anuais. Uma pesquisa do Spectrum Group, publicada pelo Wall Street Journal, descobriu que 68% dos milionários entrevistados defendem aumento de imposto para os mais ricos.
A CSGF brasileira não trata de renda, mas de patrimônio acumulado.
Se você tem um Fusca paga 4% do valor em IPVA, mas a posse de um avião particular, de um helicóptero ou iate não é taxada, argumenta a deputada comunista.
Jandira diz que, pelos cálculos do ministro da Saúde Alexandre Padilha, a pasta precisa de um reforço de orçamento de 45 bilhões de reais por ano para dar conta das necessidades do setor. A contribuição dos milionários cobriria uma parte razoável disso.
Fiz duas provocações à deputada: 1)  Os milionários brasileiros têm um poder político considerável e, como disse Garrincha sobre a tática infalível  do técnico Vicente Feola para derrotar os russos, só falta combinar com o adversário; 2)  O argumento clássico dos conservadores é de que, ao taxar os mais ricos, eles perdem o incentivo para produzir as riquezas que, eventualmente, se espalham por toda a sociedade (a famosa economia do trickle-down, do ex-presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan, segundo a qual as migalhas que caem lá de cima acabam nos alimentando).

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

ASSEMBLEIA NEGOCIAÇÃO SALARIAL


      Dia 1º de dezembro 2011 foi realizada na sede do SINDPROF/NH a Assembleia para decidir e construir a pauta que vai nortear a negociação salarial de 2012 . Pois como é sabido, a data base  é 05 de abril e para que a negociação seja promissora, é necessário estarmos bem organizados e participativos.
      Foram deliberadas na pauta as seguintes questões: salariais; plano de cargos, carreiras e vencimentos; funcionais; educacionais; formação e valorização profissional; gestão democrática.
      Em breve estaremos postando a pauta em sua íntegra. 

domingo, 4 de dezembro de 2011

ORGANIZAÇÕES PEDEM DEBATE SOBRE PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

A tramitação do Projeto de Lei 8035, de 2010, que trata do Plano Nacional de Educação (PNE), está parada há cerca de um ano. Organizações querem a volta da discussão das metas apontadas no texto. 


O documento situa 20 pontos para o avanço da qualidade da educação no país até 2020. Na última quarta-feira (30), na Câmara dos Deputados, e também nas redes sociais na internet, foi realizado o “arrastão”. A mobilização pediu pela a leitura do projeto de lei do novo PNE seja compartilhada com a sociedade.
Um dos principais pontos de discordância é a definição do percentual do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação. A proposta do governo é passar de 5% para 7%, mas as organizações da sociedade civil e entidades ligadas ao setor de educação pressionam por 10%.
De acordo com a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, sem um plano nacional, estados e municípios estão sem orientação para construírem seus planos. Aponta ainda que a situação não ocorre por falta de participação, já que cerca de 4 milhões de pessoas compareceram às etapas municipal, estadual e federal da Conferência Nacional de Educação (Conae).
Nestes espaços, foram estabelecidas propostas para o novo PNE. Apesar disso, em dezembro de 2010, o Executivo passou ao Congresso Nacional um texto que não continha as principais deliberações da Conae. Até o momento, o texto já recebeu 2 mil 915 emendas.
Desde outubro deste ano, a divulgação do relatório é adiada. Caso a leitura do documento seja feita na próxima semana, o novo Plano Nacional de Educação poderá ser votado até 21 de dezembro, inpicio do recesso parlamentar em Brasília. (pulsar/adital)

“GESTÃO ESCOLAR DEVE SER DEMOCRÁTICA”

por Redação Portal do Professor

16 300x200 Gestão escolar deve ser democrática

Professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com atuação no Departamento de Administração Escolar e Planejamento Educacional e no Núcleo de Política Educacional, Planejamento e Gestão da Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação, Luciana Rosa Marques carrega em seu currículo a realização de pesquisas desenvolvidas em escolas públicas de Recife que alcançaram sucesso na gestão escolar.
Em entrevista ao Jornal do Professor, a professora afirma que a gestão escolar é um tema atual e recorrente de pesquisas acadêmicas. Mas não há, segundo ela, uma fórmula única para uma gestão bem-sucedida, porque cada escola tem suas particularidades que devem ser levadas em consideração.
“A gestão escolar democrática não é um caminho fácil, mas deve ser construída com a participação de representantes dos diferentes segmentos da comunidade escolar. Todos devem ser tratados de forma igualitária, com direito a voz”, sustenta Luciana Rosa Marques, que defendeu, no doutorado em sociologia, a tese A descentralização da gestão escolar e a formação de uma cultura democrática em escolas públicas.
Jornal do Professor – O que é essencial para uma gestão escolar de sucesso?
Luciana Rosa Marques – Uma gestão pode ser considerada de sucesso se trabalhar na perspectiva da democratização, da participação, da inclusão social. Ou seja, uma gestão que seja participativa, que esteja atenta à diversidade presente na escola, que trabalhe na perspectiva inclusiva e que esteja comprometida com a construção de uma escola justa, acessível a todos.
JP – Qual a formação que um professor deve ter para ser um gestor bem-sucedido?
LRM – Hoje a gestão é um dos componentes da formação dos professores nas diretrizes curriculares do curso de pedagogia e das licenciaturas. Essa formação, no entanto, deve acontecer continuamente. É importante que os docentes em cargos de gestão reflitam sempre sobre como construir uma escola de qualidade e socialmente referenciada.
JP – As qualidades pessoais do educador são importantes? O que é preciso para esse profissional promover uma boa experiência de gestão escolar?
LRM – A principal qualidade é estar atento à construção de uma gestão participativa na unidade escolar que dirige. É preciso também saber que uma boa gestão não é construída sem a participação do coletivo da escola.
JP – Como envolver pais e professores nos projetos da escola?
LRM – Inicialmente, devido à tradição centralizadora da sociedade e da escola brasileira, é preciso chamar os professores e, especialmente, os pais à participação. À medida que a escola consegue envolver os diferentes segmentos em sua gestão, vai construindo uma cultura democrática e os sujeitos começam a perceber os efeitos de sua participação e, com isso, a percebem como importante.
JP – O que é uma gestão democrática descentralizada e por que é importante para a boa gestão escolar?
LRM – A boa gestão tem que ser democrática. A gestão democrática é a que envolve os diferentes segmentos na gestão da escola, particularmente por meio de um conselho escolar atuante, que discuta e delibere sobre as questões pedagógicas, administrativas e financeiras. Mas a democratização da gestão escolar não é fácil de ser construída e deve ser entendida como um processo contínuo, que pode ser dar de forma bastante diferenciada em cada escola. As relações democráticas que se constroem nas escolas públicas são contingentes, contextuais e imprevisíveis. Assim, consideramos a democracia como uma construção que se dá não por leis ou normatizações, mas pela ação das pessoas nos diferentes espaços sociais, podendo, portanto, assumir formatos diferenciados. Estudo realizado em escolas de um município na região metropolitana do Recife demonstrou que nas escolas estudadas a democracia se solidifica como prática política, baseada em relações horizontais, o que contribui para a formação política dos sujeitos sociais pertencentes ao espaço escolar. As entrevistas e observações realizadas nas escolas demonstraram que efetivamente a gestão se constrói de forma democrática, com a participação dos representantes dos diferentes segmentos da comunidade escolar que são tratados de forma igualitária, com respeito a suas diferenças, que têm direito a voz, e que são, portanto, reconhecidos. Em cada uma das escolas estudadas, a democracia é construída de forma diferenciada, apesar de estarem submetidas à mesma política educacional.
JP – O Brasil avança em políticas públicas que permitem o surgimento de boas experiências em gestão escolar?
LRM – Acredito que sim. No nível da legislação, a gestão democrática da educação é um princípio constitucional, consagrado na Constituição cidadã de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1966, e em numerosos instrumentos legais dos sistemas de ensino do país. O Ministério da Educação tem alguns programas de fortalecimento da gestão democrática, como o Programa de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, a Escola de Gestores e o Pradime. Todas essas iniciativas, certamente, têm contribuído para a construção e o fortalecimento da gestão democrática nas unidades escolares públicas brasileiras. O tema da gestão escolar ocupa um espaço significativo na produção acadêmica da área de educação. Além de vários programas de pós-graduação terem a temática como uma linha de pesquisa, a Associação Nacional de Política e Administração da Educação, que é a entidade mais antiga na área de educação, congrega um grande número de pesquisadores da área. Nos diferentes eventos científicos de educação (congressos, simpósio, reuniões) vemos um aumento expressivo de trabalhos sobre gestão.
* Publicado originalmente no Portal do Professor.
Reprodução: http://envolverde.com.br

PARA UNICEF, ADOLESCENTES BRASILEIROS TÊM DIREITOS MAIS VIOLADOS DO QUE OUTROS GRUPOS

por Gilberto Costa, da Agência Brasil
17 281x300 Para Unicef, adolescentes brasileiros têm direitos mais violados do que outros grupos
Brasília – O relatório Situação da Adolescência Brasileira 2011, divulgado quarta-feira (30) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em Brasília, aponta evolução do quadro social em que vivem os jovens brasileiros de 12 a 17 anos, mas também avalia que este estrato da população tem alguns de seus direitos mais violados do que outros grupos etários.

O documento assinala problemas atuais como maior incidência de pobreza, risco de morte violenta, privação da convivência familiar e comunitária, e outras situações que podem influenciar negativamente o futuro, como gravidez na adolescência, exploração sexual, abuso de drogas, contágio com doenças sexualmente transmissíveis e baixa escolaridade.
De dez áreas investigadas, o relatório aponta evolução em oito aspectos no período de 2004-2009. Diminuíram, por exemplo, os percentuais de jovens de 12 a 17 anos que não estudam e não trabalham (de 6,6% para 5,4%); de adolescentes que só trabalham (de 4,8% para 3,4%); e de adolescentes não alfabetizados (de 2,5% para 1,6%).
A taxa de abandono no ensino médio caiu de 15% para 11,5%, enquanto o percentual de quem frequenta o ensino médio subiu de 44,4% para 50,9%. Segundo o relatório, dois de cada dez adolescentes de 15 a 17 anos estão fora da escola. Metade dos que frequentam sala de aula ainda está no ensino fundamental, quando já deveria estar no ensino médio. A escolaridade média na faixa etária é 7,3 anos de estudo, quando deveria ser superior a nove anos de estudo.
Além de menos escolarizados do que deveriam ser conforme a legislação que regra a educação no Brasil, os adolescentes são mais pobres do que o conjunto da população. Segundo o Unicef, a pobreza afeta 29% dos brasileiros e a extrema pobreza afeta 11,9%; entre os meninos e meninas de 12 a 17 anos, esses percentuais são 38% e 17,6%, respectivamente.
Para a representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, os adolescentes pobres “têm menos chances de chegar às mesmas oportunidades” que jovens de outros estratos sociais. Para o estudante Israel Victor de Melo, 16 anos, que participou da discussão sobre o relatório do Unicef antes da divulgação, “a sociedade está falhando em algum ponto” e “é sinal de que (o país) deve distribuir renda”. Segundo ele, “país rico tem que crescer economicamente e crescer em direitos humanos”.
Na avaliação da representante Marie-Pierre Poirier, “as desigualdades sociais historicamente construídas determinam como vão ser afetados os adolescentes”. Ela estima que o Brasil tem, nesta década, a oportunidade histórica de “quebrar o ciclo infernal da pobreza” e aproveitar os próximos anos de esperado crescimento econômico para aumentar os direitos e as condições de vida dos adolescentes. “O que está fazendo por muitos tem que fazer por todos”, assinala.
De acordo com o relatório do Unicef, o investimento social na adolescência é estratégico porque o país vive o período de “bônus demográfico” de ter 11% de sua população na faixa etária de 12 a 17 anos (mais de 21 milhões de pessoas), o maior contingente da história e que declinará nos próximos anos. “Um momento inédito de possibilidades reais para se fortalecer os importantes avanços das últimas décadas nas áreas de saúde, educação, da inclusão”, diz o documento.
O relatório do Unicef compila dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério da Saúde, do Ministério da Educação, entre outras fontes.
Edição: Lílian Beraldo.
* Publicado originalmente no site Agência Brasil.

ENSINO E MUDANÇA: UM PASSEIO PELO FUTURO

por Rosa Alegria*
“Os analfabetos do futuro não serão aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que não sabem aprender, desaprender, e reaprender.” Alvin Toffler
12 Ensino e mudança: um passeio pelo futuro
Rosa Alegria.
É nas escolas que as novas gerações poderão aprender a criar o futuro que desejam. Afinal, só temos aprendido o passado. Que tal aprendermos também o futuro?
Olhando para trás e percorrendo os últimos vinte e cinco anos num flashback imaginativo, dá para ter ideia da magnitude das mudanças que hoje vivemos e que irão continuar mais rápido daqui em diante.
Vinte e cinco anos atrás a Coreia começava a competir com os EUA na indústria de transporte, informação e comunicação; não existia a União Europeia, nem a Organização Mundial do Comércio, nem o Tribunal Penal Internacional. Não tínhamos a AIDS, os transgênicos de toda ordem, ônibus espaciais, telefones celulares, internet… Casamento gay era sacrilégio, ensino à distância em tempo real era cena de ficção científica, consumidores colaborando na criação/produção de produtos que ele mesmo viria a utilizar, quem poderia imaginar? Grupos de aprendizagem coletiva, centros de pesquisa abertos a cidadãos comuns, livros eletrônicos Kindles descartando livros de papel, música digital disponível free nas máquinas de todos os tamanhos, a consciência de que a vida pode ter fim com o aquecimento global, tudo além da imaginação. A ovelha Dolly, o ataque às torres gêmeas e a invasão Wikileaks seriam fruto de imaginações delirantes.
No campo do ensino, as tecnologias aplicadas nas escolas eram utilizadas mais para melhorar a qualidade do conteúdo do que para potencializar a capacidade de aprendizagem. Tempos do ábaco, de atenção farta, da tabuada na cola, do estojo com cheiro de madeira, não voltam mais.
Se as tendências atuais tendem a se acelerar, vai acontecer o que o inventor-futurista Ray Kurzweill tem propagado: esse século irá assistir a mudanças tecnológicas numa escala 80 vezes maior do que no século 20. Isso sem falar no mutante quadro geopolítico do mundo que já começa a revelar uma reorganização das forças de poder do norte ao sul.
Diante desse novo mundo, o que as escolas e centros de aprendizagem podem fazer para que o choque do futuro que o Alvin Toffler profetizou nos anos 80 não seja tão intenso? Como podemos tirar proveito dessas mudanças?
Aqui alguns caminhos que percorro nesse passeio pelo futuro, que pelo que parece, já está batendo na porta.
Estudar para o futuro
Como aprender a conviver com as mudanças? Como aprender a implementá-las? As nossas escolas preparam pessoas para o que virá? Certamente não. As mudanças pelas quais passamos constantemente só poderão ser destiladas em soluções se formos capazes de nos orientar para o futuro.
Um dos aspectos que definem uma sociedade é sua atitude em relação ao tempo. O Brasil, eterno país do futuro, atuando na contramão do seu destino programado, tem se orientado excessivamente pelo presente e se mobilizado sempre para o curto prazo, o que nos torna uma sociedade atrofiada pelo imediatismo. Esse nosso insistente apego pelo presente retroalimenta nosso comportamento e nos limita na capacidade de criar um projeto de nação que fortaleça nossa autoestima, defina nossa identidade e nos eleve multidimensionalmente como referência mundial.
É nos espaços da escola que essa mudança temporal de olhar o mundo deverá ocorrer, principalmente no ensino fundamental que tem perdido toda a riqueza imaginativa inerente às crianças.
As escolas precisam reexaminar o horizonte temporal que aplica no seu sistema de aprendizagem e mudar as perspectivas abordadas nas salas de aula, já que desde nossa tenra infância, nunca aprendemos o futuro nas salas de aula. Muito pelo contrário: sempre aprendemos o passado e fomos punidos por ele, caso não conseguíssemos memorizar infinitos números e datas. Nossos cérebros foram sempre demandados a processar o que já foi e nunca o que será ou que poderá ser. Se em vez de só sermos avaliados pela capacidade de registrar o passado, engessando nosso potencial criativo, fôssemos avaliados pela capacidade que temos de imaginar mundos possíveis, o que poderia acontecer? Como estaríamos enfrentando os desafios atuais? Certamente com muito mais proatividade e segurança.
As escolas de ontem e de hoje sempre estiveram presas nesse lapso temporal. Diante dessa macrotransição histórica, precisam conectar-se com o que irá acontecer, com o que poderá acontecer e com o que poderão ajudar a fazer acontecer, preparando essa nova geração a dar sentido ao seu futuro, ao nosso futuro comum.
Novas realidades cognitivas
Estudos revelam que a exposição constante a estímulos digitais, como games, equipamentos móveis, sobreposição de imagens, pode mudar o cérebro e a maneira como ele percebe as coisas e processa a informação. Tudo indica que os cérebros dessa geração que Don Tapscott (Wikinomics) denomina de “geração digital” têm mudado.
Diante disso, ao formar profissionais para o futuro, nas escolas o aluno não pode continuar sendo passivo, restrito a apenas olhar, ouvir, memorizar. A nova proposta pedagógica sustentada pela interatividade supõe participação, cooperação, bidirecionalidade e pluralidade de conexões entre conhecimento, informação e atores participativos. O ambiente 2.0 veio expandir todas as múltiplas possibilidades na dança informativa multimídia dos hiperlinks, wikis, twitters, redes sociais diversas, criando espaços para que as escolas ocupem e façam os alunos criarem ideias a partir de imagens, inventando e reinventando tudo o que pode tocar, ver, cheirar, ouvir, respondendo a estímulos multissensoriais, transformando e construindo tudo aquilo que está ao seu alcance.
A escola deve ser esse espaço das infinitas possibilidades para deixá-las todas ao alcance dos alunos que precisam desenhar o mundo que desejam a partir de um novo imaginário e de uma nova realidade cognitiva.
Aprender a desaprender
A vez do especialista consagrado pela era industrial está chegando ao fim. A era do conhecimento requer perfis latitudinais, multifuncionais, policompetentes. Nessa era de mudanças velozes é preciso sair das amarras da especialidade e abrir as portas dos silos de conhecimento, abrindo-se para o novo. Tempo de desaprender e reaprender à luz de um novo olhar sobre a mesma realidade. Como especialistas não somos mais nada do que guardiães de um saber sem validade, resultado de um diploma também com prazo de validade.
Os principais desafios e multicrises que definem esse novo milênio (violência, globalização da inflação, escassez da água, exclusão social, volatilidade da moeda, alta no preço dos alimentos, aquecimento global e tantas outras) requerem soluções que transcendam disciplinas individuais em suas categorias (por exemplo, engenharia, geografia, psicologia, matemática, economia). Os novos programas nas escolas devem se esforçar para descobrir o que há de comum entre essas disciplinas e criar ambientes favoráveis para que os alunos identifiquem caminhos comuns que levem a uma vida sustentável. “Sustentabilidade XXI, educar e inovar sob uma nova consciência” é uma obra com visões inovadoras assinada pelo empresário Rodrigo Loures; ele se pauta no princípio da “educação na sustentabilidade” como passo evolutivo da educação ambiental, integrando todos os sistemas que afetam a vida no planeta.
A escola que vem de dentro
Afogados que estamos pelas afluências, sobras, excessos e obsolescências materiais e simbólicas, estamos sedentos de silêncio, vazio e interioridade. Sobre a interioridade, nenhuma escola trata. Como se estivéssemos vivendo apenas um lado da realidade e jogando fora todo o potencial criativo. Afinal de contas, somos completos. A única espécie com capacidade de enfrentar o mundo exterior e o mundo interior ao mesmo tempo.
Estamos tentando cuidar do mundo exterior, do botox ao aquecimento global. Mas o que estamos fazendo com relação ao mundo interior? Esse mundo no qual se ancora a nossa existência, ao qual recorremos para tomar decisões e imaginar o que queremos não está na constelação didática das escolas.
Esse deslocamento do subjetivo e do interior nos tem afastado da fonte inesgotável de riqueza que vem de dentro e no qual encontramos um infinito número de possibilidades, como se ainda não tivéssemos aberto a Caixa de Pandora de nosso destino.
O caminho está na incorporação do imaginário e do intangível em cada disciplina que compõe as grades curriculares e deixar fluir o que falta: a imaginação, o sonho, o tácito, o intocável, o não-visto. Na obra recém-lançada “Educação para a Era da Sustentabilidade”, Arnoldo de Hoyos, professor de Estudos do Futuro da PUC-SP nos inspira com visões sobre educação e sustentabilidade e nos coloca em contato com pensadores como Alceu de Amoroso Lima, que escreveu em 1954 “Meditação sobre o mundo interior”, do qual foi pinçada essa linda reflexão: “O homem completo, isto é, o homem normal é aquele que vive interiormente sua vida exterior e não sepulta em si, egoisticamente, sua vida interior”.
Viver a vida em sua intensidade e plenitude requer ir além da materialidade e alcançar valores intangíveis tão sagrados na agenda dos processos criativos. Por isso, temos que antes de tudo, instalar uma escola permanente dentro de nós, tonificar nossos sentidos, flácidos pelos modelos, construir nossos castelos e alicerçá-los de valores universais, estruturando a base dos ensinamentos que irão nos fortalecer e capacitar para viver a vida, não como ela é, mas como desejamos que seja.
Estudo do Projeto Millennium − Futuros Possíveis para a Educação e Aprendizagem 2030
O Ministério da Educação e Desenvolvimento de Recursos Humanos da Coreia do Sul pediu à rede de pesquisadores do Projeto Millennium, rede internacional que estuda o futuro de grandes temas da humanidade, uma avaliação de possibilidades futuras no campo da educação e aprendizagem visualizando o horizonte de 2030 como a ancoragem de planos de longo prazo.
Quais são algumas das possibilidades de ensino e aprendizagem para o ano 2030? O que podemos fazer hoje para tirar proveito dessas novas possibilidades? Já que novas ideias podem levar a caminhos inusitados, é prudente perguntar o que de negativo e o que de positivo poderia delas surgir?
Para responder a estas perguntas, os pesquisadores recolheram mundialmente as visões de 213 especialistas em educação e áreas correlatas. Essas são algumas das possibilidades voltadas ao mundo high-tech para a educação em 2030:
• Programas para melhorar a inteligência coletiva
• Conhecimento e aprendizagem just-in-time
• Educação individualizada
• Uso de simulações
• Avaliação contínua dos processos de aprendizagem individual para prevenir instabilidade emocional e doenças mentais
• Nutrição individualizada para melhor desenvolvimento cognitivo
• Inteligência geneticamente aumentada
• Uso de simulações globais on-line como ferramentas de pesquisa social
• Utilização de comunicações públicas para ajudar na busca do conhecimento
• Dispositivos de inteligência artificial portáteis
• Mapeamento completo das sinapses humanas para mapear os processos de aprendizagem
• Mecanismos para manter cérebros adultos saudáveis por períodos mais longos
• Química para o aprimoramento do cérebro
• Web 17.0 – integração de dados, análises, discussões, fóruns numa estrutura organizada e semântica. A Web Semântica que utiliza realidade virtual e contém um sub-sistema inteligente
• Sistemas integrados de aprendizagem ao longo da vida
• Programas que visam à eliminação dos preconceitos e ódio
• E-teaching: sistemas eletrônicos de inteligência para professores
• Computadores com inteligência extra-humana
• Micróbios artificiais para aumentar a inteligência
• O ensino da moral e a aplicação de novas métricas (inteligência emocional e inteligência espiritual)
• O cérebro global: o desenvolvimento de um conhecimento coletivo a caminho da formação de um cérebro global e de novos estágios da consciência humana
• Estudos inter-religiosos e inter-culturais
• O uso crescente de jogos, incluindo jogos on-line para o aprendizado
• Unidades modulares de conhecimento: ferramentas de gestão para que cada aluno possa baixar o que precisa
Todos esses futuros possíveis servem como sinalizadores de caminhos estratégicos que levem a um novo sistema de ensino e aprendizagem. Provavelmente muitos desses avanços não estejam disponíveis para todos em 2030, mantendo ainda as lacunas no conhecimento e nas capacidades e talentos. Questões de custo, interesses políticos e resistências de grupos de interesse, e, principalmente, o medo das instituições vigentes de perderem o poder instalado frente às novas capacidades educacionais. Esses são aspectos intangíveis que o estudo não ilustra com evidência e pressupostos de uma economia sustentável, que só poderá ser realidade através da formação de novas lideranças que nasçam de um novo sistema de educação.
* Rosa Alegria é Mestre em Estudos do Futuro – Universidade de Houston, Clear Lake, EUA Pesquisadora de tendências, especialista em processos de inovação, Vice-Presidente do NEF Núcleo de Estudos do Futuro da PUC-SP e Diretora do Nodo Brasileiro do Projeto Millennium
** Publicado originalmente na Revista da ESPM Escola Superior de Propaganda e Marketing – volume 18 – edição 5 – set/out 2011 e retirado do site Mercado Ético.