quarta-feira, 30 de maio de 2012

LEITURA DE TEXTO DO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO SEGUE NA QUARTA


Brasil, 30 de maio de 2012
A sessão da comissão especial que analisa o Plano Nacional de Educação (PNE) foi suspensa por volta das 18h desta terça-feira sem que a leitura do texto tenha sido concluída. O relator Angelo Vanhoni (PT-PR) conseguiu apresentar até a meta 10 (de um total de 20) da proposta que define diretrizes para a educação brasileira na próxima década e deverá continuar nesta quarta-feira, às 14h30min.

Segundo o presidente da comissão, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), a votação do novo parecer de Vanhoni – uma complementação de voto – deverá ocorrer no dia 12. O item mais polêmico da proposta é a meta que define o percentual do Produto Interno Bruto (PIB) do País a ser aplicado no setor e consta na meta 20, a última do texto.

O coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação avalia que o texto do projeto está bom, mas está preocupado com a tramitação da proposta. Segundo Daniel Cara, o governo está fazendo uma operação tartaruga para não aprovar o investimento de 10% do PIB para a educação, índice defendido por movimentos sociais e entidades educacionais. O governo até agora acenou apenas com 7,5%. Hoje, União, Estados e municípios aplicam, juntos, cerca de 5% do PIB diretamente na área.

Mesmo que o texto-base do relatório seja aprovado nesta quarta, ainda será necessário votar os destaques ao parecer, que somavam 150. Na complementação de voto, o relator agregou parte deles ao texto.

O diretor de relações institucionais da União Nacional dos Estudantes (UNE), André Vitral, avalia que o PNE está redondo, mas se preocupa com a meta sobre o financiamento da educação, que nem chegou a ser discutida. “A questão que está pegando é a porcentagem do PIB. Defendemos 10% para a educação e nossa pressão é para que seja votado tudo amanhã, mas há um imbróglio dentro do próprio governo em relação a este ponto. É provável que os deputados não cheguem a um acordo”, declarou.

Estão em jogo no projeto metas para todos os níveis de ensino, da creche à pós-graduação, os indicadores de qualidade da educação, as perspectivas de aumento da remuneração dos professores e de qualificação do corpo docente, os critérios para o ensino de jovens portadores de necessidades especiais, entre outros pontos.
Fonte: Portal Último Segundo - IG

SEM CONSENSO, VOTAÇÃO DO PNE É NOVAMENTE ADIADA E DEVE FICAR PARA JUNHO


Brasil, 30 de maio de 2012
Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A votação do projeto de lei que cria o novo Plano Nacional de Educação (PNE), prevista para hoje (29), foi adiada para amanhã (30). O início oficial da reunião atrasou cerca de uma hora por falta de quórum e o relator da proposta, deputado Ângelo Vanhoni (PT-PR), passou o restante do tempo lendo parte do seu voto complementar, construído após a apresentação de 157 emendas ao relatório final da matéria.

Nos bastidores, parlamentares e membros de entidades da sociedade civil disseram que o objetivo do atraso era adiar a votação para que o governo tenha, assim, tempo de unificar os votos dos deputados da base a favor do relatório de Vanhoni.

O ponto mais polêmico ainda é a meta de investimento em educação. O relatório prevê que, no prazo de dez anos, se amplie o financiamento na área para 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) – hoje investe-se 5,1% do PIB em educação. Esse é o limite negociado com o governo. Entretanto, parte dos parlamentares da comissão especial que analisa o PNE e entidades da sociedade civil pressionam para que esse índice seja revisto para 10%.

“A base está rachada, por isso eles estão protelando a votação”, disse Daniel Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, entidade que apresentou diversas emendas ao projeto e trabalha com os parlamentares pela aprovação do patamar de 10% do PIB.

O presidente da comissão especial, Lelo Coimbra (PMDB-ES), avalia que a votação só deverá concluída na segunda semana de junho. Amanhã, continua a leitura do relatório e a votação, na prática, se inicia no dia 12 de junho, já que, na próxima semana, há um feriado.

“A votação está em curso. Existe uma inquietação que é pró-ativa porque encontra eco para que o tema [dos 10% do PIB] seja aprofundado, e o governo também está se comportando dessa forma. Isso é bom”, disse Lelo. Ao término da sessão, Vanhoni disse que ainda “há conversas” em curso sobre a meta de financiamento e que “alguma coisa nova pode acontecer nos próximos dias”, dando a entender que o governo pode aumentar o limite que tinha estabelecido de um investimento máximo de 7,5%.

A deputada Dorinha Rezende (DEM-TO) classificou a reunião como uma “enrolação” porque o governo não queria a aprovação do PNL hoje. “Ele [governo] não teve tempo de organizar a própria base. Todo mundo viu que era enrolação para não votar porque, na verdade, eles vão atrás dos líderes dos partidos para tentar enquadrar os deputados”, disse .

Dorinha apontou que, quando o PNE anterior, que vigorou de 2001 a 2010, foi votado pelo Congresso Nacional, os deputados do PT que hoje fazem parte da base defendiam o patamar de 10% do PIB para a educação. “O governo vai ter que mostrar qual é a coerência. No PNE de 2001, o PT apresentou emenda para 10% e quem apresentou a defesa foi o próprio Mercadante [Aloizio Mercadante, atual ministro da Educação]”, disse.

O PNE anterior tinha como meta o investimento de 7% do PIB em educação, mas o item foi vetado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. 

Edição: Lana Cristina
Fonte: Agência Brasil

domingo, 27 de maio de 2012

ASSEMBLEIA PRESTAÇÃO DE CONTAS


SINDICATO DOS PROFESSORES MUNICIPAIS DE NOVO HAMBURGO

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

No uso das atribuições legais e estatutárias, convoco os ASSOCIADOS e NÃO SÓCIOS do Sindicato, funcionários públicos do Município de Novo Hamburgo exercentes da função de Professor, da base alcançada por este sindicato para a ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA que realizar-se-à na SEDE DO SINDICATO DOS SAPATEIROS, JOAQUIM NABUCO, 177. No dia CINCO DE JUNHO DE 2012 (terça-feira), às 17 horas 30 min em primeira chamada e às 18h em segunda e última chamada, para discutir e deliberar a seguinteOrdem do Dia:

1- Apreciar o balanço financeiro e patrimonial do SINDPROF/NH.
2- Discutir e deliberar sobre Imposto Sindical 2012.
3-Assuntos gerais.

Novo Hamburgo, 25 de maio de 2012.

Luciana Andréia Martins -Presidente

PROFESSOR PRECISA ABRIR A CABEÇA, DIZ JOSÉ PACHECO


José Pacheco
Depois de já ter revolucionado os moldes tradicionais de ensino na Escola da Ponte, o professor português José Pacheco, hoje um estudioso da realidade brasileira, aposta na mudança de mentalidade dos professores e no apoio dos governos para haver inovação em educação. Segundo o educador, é preciso que as iniciativas isoladas que ele tem visto pelo país sejam registradas, avaliadas e incentivadas para não serem perdidas. Mais que isso: os professores devem se dispor a mudar para adotar uma postura mais descentralizada, aberta à reflexão, ao diálogo e à diversidade.
Pacheco se tornou mundialmente conhecido por transformar uma escola pública portuguesa, a Ponte, com uma metodologia ousada: ele acabou com turmas, salas de aula, disciplinas e passou a ensinar conforme a motivação dos alunos. Lá, são os próprios estudantes que se organizam em grupos heterogêneos para estudar os assuntos que lhes interessam, são autônomos para pesquisar, apresentar os resultados para os colegas e, quando se sentem prontos, avisam que podem ser avaliados. O educador já está aposentado, mas sua proposta pedagógica continua sendo aplicada na Ponte e é replicada em vários países, inclusive no Brasil.
Como o senhor definiria inovação em educação?
Os arquivos das universidades estão repletos de teses sobre inovação. Sendo um termo de vasto espectro semântico, eu poderia escolher uma definição qualquer e escrever aqui, mas não farei. Prefiro dizer que, no campo teórico da educação, já tudo foi inventado e que as teses são meras reproduções de teorias… Na prática, aquilo que tem sido considerado inovação não tem sido avaliado e, quase sempre, tem consistido apenas em pequenas mudanças num modelo educacional hegemônico e obsoleto. Esse modelo, dito “tradicional”, aquele em que é suposto ser possível transmitir conhecimento faliu muito tempo atrás.
Nós, brasileiros, somos um povo aberto para inovação?
Sem dúvida que a mistura genética deu origem a um povo criativo. Acompanho algumas práticas embrionárias que provam a capacidade inventiva dos professores brasileiros. São iniciativas que partem de desejos e necessidades sentidas pelos atores locais. Essas práticas (talvez inovadoras) requerem descentralização, questionamento do modelo de relação hierárquica, negociação e contrato, respeito pela diversidade. Tais projetos poderiam constituir-se em oportunidade de mudança, mas o poder criativo não encontra acolhimento junto daqueles a quem compete gerir o sistema. Urge inovar, mas como pode acontecer inovação, se quem decide não tem consciência dessa necessidade?
O que de mais inovador o senhor tem visto pelas suas viagens pelo Brasil?
Tenho visto o trabalho discreto de muitos professores. Um trabalho que talvez mereça ser considerado inovador, mas que, por não ser apoiado pelo poder público, nem avaliado, se perde, quando os professores desistem de querer mudar as escolas, quando desistem de fazer das crianças seres mais sábios e pessoas mais felizes.
Existe mais abertura hoje para projetos que desconstroem a escola tradicional, como a Escola da Ponte ou a Educação Ativa?
Existe abertura por parte de educadores atentos à tragédia educacional brasileira. Há dados que mostram que há alunos que chegam ao ensino médio analfabetos ou incapazes de fazer uma interpretação de texto.
As escolas se converteram ao mundo digital, mas mantêm e reforçam práticas de ensino obsoletas, o improviso e o imediatismo das “novas” práticas faz prosperar o insucesso. Urge instituir novas e autonômicas formas de organização das escolas, mas também recuperar práticas antigas, sem a tentação de clonar a escola da Ponte ou adotar modismos.
Há muitos educadores com um estatuto social degradado, mal remunerados, mas que não desistem de desconstruir o modelo tradicional, de tentar melhorar, melhorando a escola. Eles sabem que o Brasil progredirá através da educação. Mas não aquela educação de que é feita a retórica de político…
Onde estão as principais barreiras para inovar? Nas escolas, entre professores, governantes, pais ou alunos?
A mudança em educação é um processo complexo e moroso: para grandes metas, pequenos passos. Urge buscar uma escola do conhecimento e abandonar um ensino meramente transmissivo, fomentar a organização do acesso à informação e a aprendizagem do uso do conhecimento.
A mudança das instituições passa pela transformação das pessoas que as mantêm. Estabeleça-se uma práxis pautada numa ética da responsabilidade e numa relação dialógica. Que se recuse ideias feitas e se escape à síndrome do pensamento único.
A formação dos professores é deficiente. As escolas são geridas numa racionalidade administrativa e burocrática. Mas o principal obstáculo é o professor, quando assume que o ato de educar é um ato solitário, quando recusa reelaborar a sua cultura pessoal e profissional, no exercício da convivencialidade.
Fonte: Porvir

A EDUCAÇÃO NA MESA DO JANTAR

As informações que circulam nos bastidores é que o ministro Mercadante está implantando um estilo mais gastronômico de gerenciar a relação entre o executivo e o legislativo. Sempre que os parlamentares ensaiam não seguir as diretrizes do Palácio, imediatamente ele convida a base governista para um jantar para tentar contornar a rebeldia.


Fontes confiáveis dão conta de que ontem à noite aconteceu mais um jantar educacional. A motivação é muito importante de ser esclarecida. Há um sentimento bastante favorável no seio da comissão especial que analisa o novo plano nacional de educação no que diz respeito à elevação do percentual de investimentos diretos em educação para a próxima década. Nos bastidores se fala que a sociedade civil teria promessa de votos favoráveis suficientes para vencer.

Não sei se estas previsões são realistas ou otimistas, mas a convocação do segundo jantar com a bancada governista reforça a sua veracidade.

Tudo indica que o prato principal que teria sido servido seria uma pequena melhoria no percentual previsto no relatório do deputado Vanhoni. O ministro Mercadante estaria negociando internamente ao governo um percentual de 8% do PIB de investimento público direto em educação e 8,6% do PIB de investimento público total.

A intenção é clara: convencer os parlamentares favoráveis à aprovação de 10% a recuarem.

Esse episódio relembra o ocorrido na tramitação da Proposta de Emenda Constitucional que deu origem ao Fundeb. Havia fortíssima resistência do Ministério da Fazenda em concordar com uma vinculação percentual de participação da União na complementação do fundo. Por coincidência o percentual também era de 10%. O então todo-poderoso Ministro Palocci passou oito horas discutindo com os parlamentares em audiência pública (bons tempos em que o parlamento garantia tal procedimento!). Ele tentava explicar a resistência da União à vinculação percentual dizendo que caso tal formato fosse aprovado a “a participação da União na educação infantil, fundamental e média, passaria a ter um caráter pró-cíclico em relação à situação de receita e de renda dos Municípios e dos Estados. Ou seja, nos momentos em que o Estado e o Município estivessem com uma situação bastante confortável de receitas, a União compareceria com mais recursos; e naquelas em que Estados e Municípios estivessem numa situação desconfortável de receita, a União compareceria com menos recursos”.

O titular do MEC não teve naquela época a brilhante ideia de promover jantares de convencimento e o percentual foi aprovado e inscrito no Artigo 60, VII, d do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Todos os que se dedicam a estudar o comportamento da participação da União no financiamento da educação básica concordarão que este dispositivo foi um dos principais responsáveis pelo percentual de 5,1% de investimentos diretos do PIB em educação.

Recuar significa esquecer os aprendizados da história recente. Espero que os parlamentares sejam fiéis aos compromissos assumidos com a sociedade civil e com o futuro da educação em nosso país. 

A educação brasileira torce para que o jantar não tenha sido um sucesso.
Fonte: http://rluizaraujo.blogspot.com.br/

quinta-feira, 24 de maio de 2012

INFORMAÇÃO IMPORTANTE



















Informamos a todos e a todas que ingressaram no nível 1 magistério a partir de 2010 e que no decorrer concluíram graduação ou que irão concluir até maio de 2013, e o estágio probatório, devem solicitar via protocolo a mudança de nível até o dia 30 de maio de 2012 para garantir a mudança de nível como prevê o Plano de carreira.
Nos colocamos a disposição para maiores esclarecimentos.
OBS: GUARDAR O PROTOCOLO
Veja o que diz o Plano de Carreira:
A mudança de nível, atendidos os demais pressupostos e requisitos de habilitação, vigorará no mês seguinte àquele em que o interessado protocolar cópia autenticada do diploma ou certificado de conclusão ou histórico escolar devidamente registrado pela Instituição credenciada, desde que o pedido prévio de alteração de nível tenha sido protocolado até 30 (trinta) de maio do ano anterior, respeitado o interstício definido no § 4º.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

DE DEMOCRACIA E DE OUTONOS


Este é um período em que nossas consciências devem estar despertadas para compreendermos as manhas e as artimanhas da nossa política
21/05/2012
 Nei Alberto Pies

Meu ideal político é a democracia, para que todo homem seja respeitado
como indivíduo e nenhum venerado” (Albert Einstein)
Viveremos, nos próximos meses, momentos singulares para revisar a nossa cidadania a partir do lugar onde moramos: as nossas cidades. A coincidência dos outonos com os períodos pré-eleitorais potencializa as nossas ações cidadãs e nos convida a estarmos espertos neste período de anúncios e prenúncios. Os outonos forram o nosso chão de folhas deixando as árvores dormentes. Os outonos anunciam a chegada do frio que nos deixa menos mobilizados e atuantes fisicamente, mas não acomodam nossas consciências. Pelo contrário, este é um período em que nossas consciências devem estar despertadas para compreendermos as manhas e as artimanhas da nossa política.
Prestemos atenção aos rituais, aos comportamentos, aos discursos, às estratégias dos candidatos. Revisemos a sua vida pessoal e comunitária para perceber se guardam coerência e consistência em seus propósitos. Vivamos este tempo como um tempo de graça para aperfeiçoarmos a nossa cidadania e nosso poder de decidir os rumos que desejamos para as nossas cidades.
A disputa eleitoral que se aproxima é antecipadamente marcada por disputas, promessas, jogos e seduções de muitos e difusos interesses, jogados nos bastidores. Estes interesses são calorosamente alinhavados para que possam traduzir-se em propostas concretas para melhorar a qualidade de vida em nossas cidades. A aparente acomodação do outono contrasta com os intensos movimentos que geram os debates, as reuniões, os acordos que geralmente se operam na “calada das noites”. Ao fim e a cabo, anunciam-se os protagonistas que representam este ou aquele projeto político: os candidatos a prefeito, vice-prefeito e a suas nominatas de candidatos a vereadores.
Embora seja sagrado o nosso direito de votar, as eleições não esgotam a democracia, mas são um momento mais intenso de debate dos rumos de nossa cidadania. A verdadeira democracia se concretiza a partir do protagonismo cidadão e da participação da sociedade na proposição, encaminhamento e cobrança de políticas públicas. Por isso mesmo democracia é uma forma de convivência que exige que superemos a “alienação dos sujeitos”. As pessoas envolvidas e interessadas nas políticas devem participar das decisões, em diferentes níveis e situações. A separação entre aqueles que decidem e executam e os beneficiários, além de possibilitar manobras, gera desinteresse por conviver em grupo e em sociedade.
As contradições da democracia não param por aí e exigem ainda que incluamos a todos, em sua condição de cidadãos e sujeitos de direitos. A verdadeira democracia não tolera a existência de excluídos. A fome, a miséria e a discriminação dos mais pobres, além de agredir e negar a dignidade humana, “abortam” a cidadania. Em tempos eleitorais, estes são os alvos mais fáceis de manipulação e enganação. Em tempos outros, quem aborta a cidadania de muitos é a burocracia. Mas este já é tema para uma reflexão.
Nei Alberto Pies é professor e ativista de direitos humanos. (pies.neialberto@gmail.com)

sexta-feira, 18 de maio de 2012

INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO E SAÚDE CONTINUAM DISTANTE DOS PADRÕES INTERNACIONAIS, DIZ IPEA



Apesar de terem crescido nos últimos dez anos, os investimentos públicos nas áreas de saúde, infraestrutura e educação no país, ainda estão longe de alcançar os padrões internacionais, segundo levantamento apresentado hoje (15) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre o ano de 2010.
O estudo Brasil em Desenvolvimento: Estado, Planejamento e Políticas Públicas destaca o papel que as áreas sociais desempenharam, na primeira década dos anos 2000, para sustentação e dinamização da economia.
Na educação, os investimentos públicos representaram 5% do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com o Plano Nacional de Educação, o padrão internacional, que é de 7%, seria alcançado em 2020. Há dez anos, eram investidos cerca de 3% do PIB na educação. Na saúde, os investimentos somaram 3,77% do PIB. Em dez anos, houve crescimento de 1,27 pontos percentuais. “Seria necessário quase dobrar os investimentos para alcançar o padrão internacional de 7%”, explicou Aristides Monteiro Neto, coordenador do estudo.
Os recursos destinados ao setor de infraestrutura de transporte, por sua vez, representaram 0,7% do PIB, enquanto o padrão internacional é 3,4%. Há dez anos, o percentual era 0,2%. Os padrões têm como base os países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que agrupa os países mais industrializados do mundo.
“Temos um caminho ainda de construção de investimento na área social. O desafio é fazer isso sem comprometer as exigências do investimento em infraestrutura”, disse o presidente do Ipea, Marcio Pochmann. Um dos caminhos apontados pelo estudo é estimular investimentos pelo setor privado. De acordo com o estudo, o setor público atuou fortemente no estímulo a atividade produtiva nos últimos anos, mas a capacidade de investimentos já chega a um limite.
Para Monteiro Neto, diante da possibilidade de esgotamento das fontes de recursos, que não permitiria alcançar os patamares internacionais nas áreas sociais em médio prazo, é necessário ter foco na aplicação das políticas. “Países da América do Sul e Ásia que gastam 5% do PIB tem padrões educacionais melhores que o Brasil. Eles nos apontam que nem tudo é recurso financeiro. A melhor utilização do recurso existente pode gerar melhores resultados”.
O estudo mostra, ainda, um crescimento dos investimentos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, diminuindo a disparidade histórica com o Sul e o Sudeste. “Percebemos uma inflexão do ponto de vista da geografia do investimento. As regiões que eram menos dinâmicas foram as que mais cresceram. A região Centro-Oeste, por exemplo, é onde mais cresceu o setor industrial”, disse Pochmann.
Fonte: Agência Brasil

quinta-feira, 17 de maio de 2012

"A VERDADE, PARA QUEM MAIS PRECISA DA VERDADE", POR EMIR SADER


O Brasil tinha uma dívida com sua democracia: dizer a verdade do que aconteceu quando a democracia foi violentada
O poeta alemão Bertold Brecht, em seu texto "As dificuldades para dizer a verdade" enumera uma série dessas dificulades, até concluir pela última e mais importante: fazer chegar a verdade para quem mais precisa da verdade.

Como disse a Presidenta Dilma no seu histórico depoimento no Senado, na ditadura não há verdade, só mentira. A verdade só pode existir na democracia, porque é objeto da livre vontade das pessoas de dizer as coisas como realmente säo.

O Brasil tinha uma dívida com sua democracia: dizer a verdade do que aconteceu quando a democracia foi violentada, saqueada, sangrada, por militares golpistas e por todos os que os apoiaram e se beneficiaram da aventura ditatorial. A transição democrática necessita, para se completar, da versão oficial do que realmente aconteceu quando foi instaurado o pior momento da história republicana do Brasil.

A aprovação da Comissão da Verdade - e agora a nomeação dos membros que a compõem, - coloca a democracia brasileira em condições de conhecer a verdade do que foi feito, em nome do Estado brasileiro, durante a ditadura. Como, alguns valendo-se da força selvagem, em nome dos supostos interesses da "segurança nacional", usurparam o Estado e todo seu poder - de armas a impostos, de capacidade de espionagem à de assassinato e desaparição dos corpos das vítimas, de cerceamento da verdade e imposição da mentira - liquidaram a democracia a duras penas construída pela cidadania e impuseram o reino do terror durante mais de duas décadas no Brasil.

Precisam da verdade, antes de tudo, as vítimas e seus familiares, que têm o direito de saber o que foi feito, quais os responsáveis por tudo o que foi feito em nome do Estado brasileiro contra os que resistiam à ditadura militar. Precisam saber o destino dos seus seres queridos, encontrar seus corpos e dar-lhes a respeitosa sepultura, honrando-os para sempre como mártires da luta pela democracia no Brasil.

Precisam da verdade os meios de comunicação que não se vergaram à convocação ao golpe militar, ao apoio ao terrorismo de Estado - a sua quase totalidade naquele época -, para cumprirem com seu dever democrático de dar a informação veraz dos fatos e resgatar a liberdade democrática a toda a informação, conspurcada por órgãos de imprensa que se dobraram diante do regime de terror, prosperaram com ele e se fizeram seus porta-vozes.

Precisa da verdade, sobretudo, a democracia, que só pode existir quando passa a limpo o que foi feito dela, em nome supostamente da sua defesa. Precisa da verdade, porque a democracia só existe com a verdade e a transparência.

Os membros da Comissão da Verdade nomeados pela Presidenta Dilma tem todas as qualificações e as condições de resgatar a verdade para a democracia brasileira e podemos estar certo que farão isso. O Brasil sairá melhor do seu trabalho, que merece todo o apoio, porque a democracia não tem medo da verdade e só existe plenamente na verdade.
Fonte: Carta Maior

VETA TUDO DILMA: EM DEFESA DO CÓDIGO FLORESTAL


Por Luiz Zarref
Dirigente da Via Campesina Brasil
O projeto que altera o Código Florestal brasileiro, votado nesta semana na Câmara dos Deputados, representa a pauta máxima ruralista. A bancada apoiadora do agronegócio e defensora daqueles que cometeram crimes ambientais mostrou sua coesão e conseguiu aprovar um texto de forma entrelaçada, comprometendo todo o projeto.
O texto está de tal forma que se a presidenta Dilma Rousseff vetar partes dele, continua a mesma coisa. Exemplo: se vetar a distância mínima de floresta recuperada na beira de rios que ficou em 15 metros - atualmente é de 30m -  o texto ainda fica sem nenhuma menção de recuperação nestas áreas. O turismo predatório em mangues também fica permitido, segundo o projeto.
Os ruralistas também aproveitaram para dificultar o processo de Reforma Agrária, com a restrição de dados governamentais para a população e até mesmo com a tentativa de anular as áreas improdutivas por desrespeito ao meio ambiente, tal como manda a constituição.
O pousio, ou seja, o descanso que se dá a terra cultivada, ficou sem qualquer restrição de tempo e de técnica. Isso acaba com o conceito de área improdutiva. O texto viabiliza as áreas que estavam paradas desde a década de 1990 com regeneração de florestas. São 40 milhões de hectares nesta situação.
Além disso, os ruralistas fragilizaram o Cadastro Ambiental Rural, de forma que a população não tenha acesso aos dados, escondendo todos aqueles que cometem crimes ambientais e ferindo o princípio da transparência governamental para a sociedade.
A presidenta Dilma tem até a semana que vem para anunciar seus vetos, mas movimentos sociais e organizações ambientalistas já estão mobilizados para que a presidente derrube integralmente o projeto que saiu do Congresso Nacional.
A presidenta tem nas mãos ainda vasto apoio de parlamentares, organizações camponesas, sindicatos, sociedades científicas, entidades da igreja pelo veto global.
O papel dos setores progressistas é fazer pressão, enfrentar ideologicamente os ruralistas e criar um clima para que a presidenta Dilma faça o veto completo desse projeto. O meio ambiente e a Reforma Agrária estão seriamente comprometidos com esse texto que sai do Congresso Nacional.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

ORGANIZAÇÕES EXIGEM 10% DO PIB PARA A EDUCAÇÃO 


Diversas organizações ligadas à educação e a ciência promoveram na quarta (9/5), em Brasília, o ato público "PNE JÁ! – 10% do PIB em educação e 50% dos Royalties e do Fundo Social do Pré-sal para Educação, Ciência e Tecnologia." O objetivo  era pressionar a Comissão Especial que trata do Plano Nacional de Educação (PNE) a aprovar o projeto de lei com uma meta de investimento que atinja 10% do PIB para o setor nos próximos dez anos.
A CNTE, representada pelo seu Secretário de Assuntos Educacionais, Heleno Araújo Filho, foi uma das organizações presentes no evento. Em discurso aos deputados e deputadas, Heleno reafirmou a importância do investimento de 10% do PIB na Educação no PNE.

"Estamos juntos nessa luta porque a ausência de um Plano Nacional de Educação mexe com a Educação do país. Nós queremos um PNE já! Mas isso não significa um PNE qualquer. Queremos um Plano Nacioanl de Educação que garanta o direito à educação para todos e todas. Queremos um PNE que estimule e fomente neste pais a gestão democrática, que valorize os profissionais da educação. Para que tenhamos um PNE para valer, do jeito que o Brasil quer, tem que haver mais orçamento para educação. Por isso, deputados e deputadas, estamos aqui nessa pressão e vamos continuar pressionando enquanto não conquistarmos o que é preciso para a Educação brasileira!".

A CNTE ainda entregou aos deputados e deputadas presentes carta aberta com argumentos que mostram a necessidade do investimento de 10% do PIB.
A manifestação contou com o apoio de vários estudantes, liderados por entidades do movimento estudantil, como UNE (União Nacional dos Estudantes) e UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), dos deputados da Comissão de Educação (CEC) e da Comissão Especial do PNE, como Fátima Bezerra (PT), Newton Lima (PT), Ivan Valente (PSOL) e da sociedade científica, representada pela SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e ANPG (Associação Nacional dos Pós-Graduandos).

A decisão de realizar um ato público a favor dos 10% do PIB para a educação surgiu após reunião que ocorreu em abril entre as entidades envolvidas no tema. "Essas organizações são redes que têm frente de atuação e dinâmica própria e, na medida em que se unem, elas somam forças para influenciar o debate público junto à sociedade brasileira e, principalmente, na posição do Congresso Nacional e do Governo Federal", afirma o presidente da UNE, Daniel Iliescu.
Para a presidente da SBPC, Helena Nader, "as sociedades científicas são totalmente dependentes do processo educacional. O começo de tudo reside na educação, sem educação nós não teremos ciência, tecnologia e inovação. Esse ato mostra como todos nós estamos unidos em nome de um único ideal, que é o de transformar a sociedade brasileira pela educação", afirmou.
Para as entidades organizadoras, o PNE é a principal ferramenta para garantir o acesso a uma educação pública de qualidade. "O PNE é um documento estratégico, que deve ser valorizado, principalmente, por ter sido construído pela sociedade civil. O PNE passou por todas as conferências estaduais de educação, que aprovaram com grande força os 10% do PIB para a educação", diz a presidente da UBES, Manuela Braga.
Na terça-feira (8/5), a Campanha Nacional pelo Direito à Educação publicou uma Carta Pública aos parlamentares da Comissão do PNE, para que alguns temas sejam destacados por eles, antes do relatório final ir para o Senado Federal.

Dentre os temas que merecem destaque, a Campanha Nacional pelo Direito à Educação aponta o fim das creches noturnas, aperfeiçoamento da proposta de substituição às expectativas de aprendizagem e também o aumento do financiamento, que, segundo os cálculos da Campanha, deve ser o equivalente a 10% do PIB, para o Brasil alcançar, ao menos, um patamar mínimo de qualidade em educação nos próximos dez anos.

Segundo o coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, "o Brasil continuará a expandir na próxima década o acesso a educação, sem qualquer padrão de qualidade, se o Congresso Nacional aprovar para o próximo PNE qualquer patamar inferior a 10% do PIB para educação pública".
As entidades estudantis mobilizaram para o Ato as seguintes entidades:
Associação Nacional de Política e Administração da Educação (Anpae)
Associação Nacional dos Pós-graduandos (ANPG)
Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped)
Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes)
Campanha Nacional pelo Direito à Educação
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE)
Conselho Nacional de Educação (CNE)
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee)
Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Conif)
Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed)
Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra)
Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes)
Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes)
Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica e Profissional (Sinasefe)
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES)
União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime)
União Nacional dos Estudantes (UNE)
Fonte: CNTE com informações da Campanha Nacional pelo Direito à Educação

A BEM DA VERDADE!


LUZIA R. PEREIRA HERRMANN

Como a verdade pode ser manipulada, de acordo com os interesses de quem a anuncia!
Vejam o caso do Magistério, com relação ao piso. Um cidadão, gaúcho, enquanto parte do Governo Federal, recebendo apoio de sua base política no Estado, assina a lei (tão esperada) que estabelece um piso (básico do plano de carreira) para o magistério.
Esse mesmo cidadão se compromete (discurso gravado) com o cumprimento dessa lei, mantendo os planos de carreira, na sua campanha para se eleger governador do Estado, inclusive, com a possibilidade (promessa gravada) de ser estendida aos funcionários de escola. Uma vez eleito (no primeiro turno), nega-se a cumprir, utilizando os mesmos argumentos que criticava, juntamente com seus aliados políticos, num passado recente, quando a governadora Yeda negou-se também a pagar.
Tarso Genro, agora, numa manobra vil e mesquinha (porque conhece a situação financeira da categoria), oferece um completivo salarial àqueles cujo básico não atinge o valor do piso. Como se não bastasse, ainda tenta colocar uns contra os outros, dizendo que o CPERS está impedindo que colegas melhorem seus proventos. Ora, isso é, no mínimo, repugnante! Esse cidadão e seus asseclas distorcem os fatos, pois o que querem, na realidade, é “acalmar” uma parcela da categoria, que recebe os mais baixos salários, com esse completivo (que não corresponde a lei do piso), ou seja, não tem a menor intenção de cumprir a lei.
Analisem a declaração do chefe da Casa Civil, Carlos Pestana: “Quero ver o que o CPERS vai dizer a esses quase 35 mil professores se a justiça decidir que eles terão de devolver o dinheiro ficar anos sem receber e ainda correr risco de ver o passivo se transformar em precatório”. Atentem para essas palavras, que comprovam o que vimos afirmando - o governo não tem intenção de cumprir a lei do piso.
A bem da verdade: o CPERS/Sindicato cobra o cumprimento da lei: Piso Salarial Nacional como básico do Plano de Carreira de nossas categorias! Não queremos completivos – Queremos a lei.
O CPERS/Sindicato cobra que o Judiciário e o Ministério Público cumpram seus papéis! (Imaginem não pagar IPVA, IPTU, ICMS, entre outros!)
Nossa categoria tem história e essa história foi construída “entrelaçada” com a do seu sindicato, que sempre impulsionou as lutas por direitos e incentivou a busca da formação, da qualificação profissional, e, assim, melhorar seu salário.
Temos a convicção de que nossos (as) colegas não se deixarão enganar por seus governantes. Um governo que, a partir de suas Coordenadorias, está impondo projetos, sem um prévio levantamento de dados, que, no mínimo, mostrasse quais as condições para colocá-los em prática. Há descontentamento nas escolas, uma vez que as dificuldades não estão sendo ouvidas, tampouco solucionadas.
Nenhuma confiança nos governos! Estejamos, mais do que nunca, unidos no nosso sindicato, pois é com ele que contamos na defesa de nossos direitos. “Eles” (governantes) não conhecem a realidade das escolas! “Eles” só cobram, fazem pressão psicológica para que “a escola funcione” e não façamos as lutas.
A bem da verdade: o governo do Estado não valoriza a Educação e os Educadores! Mente, engana, tenta nos dividir porque somos fortes quando unidos.
O Piso Salarial é uma Lei! Cumpra-se! Esperamos que a justiça seja feita!

Nada nem ninguém poderá nos dividir!


LUZIA R. PEREIRA HERRMANN   é professora e diretora do 8º Núcleo do CPERS/Sindicato (Estrela)

domingo, 13 de maio de 2012

EDITAL DE PUBLICAÇÃO DE CHAPAS


SINDICATO DOS PROFESSORES MUNICIPAIS DE NOVO HAMBURGO
                        REGISTRO SINDICAL 46000023173/2005-10
                             EDITAL DE PUBLICAÇÃO DE CHAPAS
A Comissão Eleitoral, no uso das suas atribuições legais, torna pública a nominata dos candidatos da única chapa inscrita, para disputar a direção do Sindicato para o triênio 2012- 2015. A eleição será realizada no dia 14 de junho de 2012. CHAPA 1; Andreza Mara Formento- Presidente;   Francisco Carlos Rodrigues Lopes- Vice-Presidente; Valderes Dávila Koenig  -1ªSecretária; Maria Elena Apolo Schaab -2ª Secretária;   Maria Cecília Braun -1ª Tesoureira;   Maria Olisa da Silva Alves - 2ª Tesoureira;  Suplentes: Lenira Brisch; Leila Maria Colombo; Sandra Terezinha Finken; Rosane Lisboa Madeira; Cleber Renato da Cunha Machado;Rejane Luiza Doering.
Comunica, outrossim, que o prazo para a impugnação é de cinco dias úteis a contar deste edital, na sede do Sindicato dos Professores na Rua Gomes Portinho, 17, sala 605. Bairro Centro/Novo Hamburgo, das 17h30min às 18h.
                               Novo Hamburgo, 14 de maio de 2012.
                              Jaqueline Maria Staudt - Comissão Eleitoral

sexta-feira, 11 de maio de 2012

LEITURA | EDIÇÃO 181 O NOVO FORMADOR


Pesquisa revela que professores são as figuras que mais influenciam a formação de leitores, mas os próprios docentes ainda estão no processo de aprender a gostar dos livros

Carmen Guerreiro

Gustavo Morita
Professores: principais influenciadores de leitura
Em uma sala do 7º ano do ensino fundamental na década de 1990, a professora de português pediu que cada aluno escolhesse um livro de seu interesse para ler. Ao final do processo, propôs exercícios aplicáveis para qualquer obra que os alunos tivessem escolhido. Esse ritual, que se repetiu ao longo de todo o ano letivo, é uma memória que marcou Thaís Granato, hoje veterinária. "A liberdade foi o que me cativou. A descoberta de diversos temas que me interessavam, justamente no início da adolescência, incentivou o desenvolvimento da minha identidade", conta. "A possibilidade de escolher os temas que quisesse, sem pressão, permitiu que eu tivesse uma ótima ligação com a leitura", continua. Não por coincidência, a época foi a mesma em que ela leu, à parte das tarefas da escola, seu primeiro livro por iniciativa própria: História Sem Fim, de Michel Ende.
A história de Thaís dialoga com uma das conclusões da pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", recém-divulgada pelo Instituto Pró-Livro e pelo Ibope Inteligência. Uma das conclusões do estudo é que, pela primeira vez, a figura que mais influencia os leitores (considerados pessoas que leram ao menos um livro nos três meses precedentes ao questionário da pesquisa) são os professores, logo acima das mães, que sempre lideraram a função.
A investigação dos motivos pelos quais essa mudança aconteceu será tema de um próximo estudo do Instituto Pró-Livro, mas a gerente de projetos da instituição, Zoara Failla, já faz suposições. Para ela, uma das coordenadoras da pesquisa, o resultado se explica pelo investimento dos governos na melhoria das bibliotecas escolares e em formação de professores como mediadores de leitura. "Espero que estejamos conseguindo resultados nesse sentido", diz. Já Ezequiel Theodoro da Silva, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual da Campinhas (Unicamp), e autor do site Leituracritica.com.br, faz uma análise menos otimista. "Há um movimento de conscientização maior dentro da classe do magistério e uma sensibilidade melhor dos governos para a importância de ler, mas nada disso melhorou o desempenho em leitura até agora. Todas as pesquisas mostram que os avanços em leitura são diminutos", observa.
Para o pesquisador, se o suposto investimento fosse o motivo dessa mudança na função do professor como incentivador, o retrato da leitura no Brasil hoje seria completamente diferente. A própria pesquisa da Pró-livro mostra que os brasileiros leem cada vez menos - a amostra de leitores caiu de 55% em 2007 para 50% em 2011. O dado, somado aos resultados catastróficos do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) em relação à leitura, já revela um cenário negativo. Silva responsabiliza parte desse panorama justamente à má formação de professores. "Um fenômeno terrível no Brasil é o enfraquecimento da formação de professores em função da privatização das faculdades. Ainda mais na questão da leitura, que fica debilitada porque é tratada nessas escolas em termos de didática em geral", critica.
Transposição de responsabilidadeO real motivo para o professor ter assumido a função de fazer os jovens pegarem gosto por livros, ainda de acordo com o pesquisador, é decorrente de um fenômeno preocupante. Essa transferência de papéis viria junto com o movimento dos pais, especialmente das mães, de trabalhar fora de casa e não ter tempo de acompanhar os estudos e incentivar a leitura com os filhos. Com isso, a responsabilidade é repassada para a escola. "Muitas coisas que eu aprendi com os meus pais, como escovar os dentes e me alimentar corretamente são hoje esperadas da escola. A descoberta da pesquisa remete a esse enfraquecimento de responsabilidades familiares e o fortalecimento das responsabilidades da escola", afirma Silva. Ele enxerga os professores como "super-homens" e "mulheres-maravilha", no sentido que é esperado que eles assumam a responsabilidade da família ao mesmo tempo que não são dadas as condições ideais de trabalho para que eles façam isso - logo, a expectativa é sobre-humana.
Além da questão do trabalho e da falta de tempo dos pais, Zoara, do Pró-Livro, explica que a melhora da condição econômica média do brasileiro só se refletiu na questão de bens materiais, e não culturais. Isso quer dizer que mesmo quem hoje faz parte da classe média não se identifica com a leitura. "Só ganharam poder aquisitivo, mas não podemos dizer que deram um salto na questão da leitura. E se esse é o perfil da mãe, a escola precisa suprir essa lacuna", explica. Segundo ela, a maior parte das famílias não tem livros em casa e um percentual grande de chefes de família só possui o ensino fundamental e/ou são analfabetos, o que se reflete em como a criança cria seu conceito sobre o livro. "É mais fácil a família criar esse gosto pela leitura a partir do exemplo, lendo em casa ou presenteando com livros."
A afirmação de Zoara se baseia na conclusão da pesquisa de que 49% dos leitores veem ou viam suas mães lendo sempre ou de vez em quando, enquanto 63% de quem não lê relatou que nunca viram a mãe ler. Quando a mesma pergunta é feita em relação ao pai, então, os resultados são bem piores: apenas 32% viram seus pais lendo sempre ou eventualmente, enquanto 68% dos não leitores nunca tiveram essa experiência. Além disso, o estudo mostra que quem ganhou livros ao longo da vida com mais frequência tende a ser leitor. Entre os que não leem, 87% nunca foram presenteados com um livro.
Exemplos reaisAna Graziela Cabral, atualmente professora particular de língua portuguesa e literatura, enxerga seu perfil retratado pela pesquisa, bem como o dos pais e alunos com quem tem contato. "Dentre os fatores que levam ao decréscimo do interesse dos jovens pelos livros, pode-se destacar a falta de valorização da leitura em casa, de forma que os filhos não encontram nos pais um espelho, transferindo para o professor a imagem de leitor modelo", afirma. "Esses e muitos outros fatores sociais e culturais tornam o docente o maior responsável por imprimir nos alunos um genuíno interesse pelos livros."
Patrícia Oliveira, professora do 2º ano do ensino fundamental da E.E. Professor Astor Vasques Lopes, de Itapetininga (SP), concorda com Ana Graziela. Nos projetos de incentivo à leitura feitos pela escola - descritos na página 40 - ela participa da contação de histórias para os alunos, e observa como os pais convidados para a atividade ficam, assim como os filhos, admirados com a forma como eles trabalham os livros. "Nosso papel na sala de aula é servir de exemplo para o aluno, porque se não demonstrarmos interesse ele também não vai querer ler. Mas o pai também nos vê como exemplo porque se espelha em como o professor lê", diz.





Apoio ao professor leitorApesar de a família não cumprir seu papel na maioria das vezes, a responsabilidade pelo crescimento do papel do professor como influenciador não pode ser totalmente desvinculada da figura docente. Aos poucos, o professor tem assumido a função de estimular a leitura conforme ele próprio toma gosto pelos livros. "Ele não mudou seu papel, só  está assumindo mais plenamente e eficientemente sua função de mediação de leitura", aponta Zoara. Arlete Ansbach, diretora da mesma E.E. Professor Astor Vasques Lopes, observa essa ampliação do envolvimento docente com a leitura em sua equipe e avalia que somente agora muitos educadores estão se tornando leitores competentes. "A própria formação continuada hoje já exige essa competência. As HTPCs trazem textos, indicações de livros, o que faz com que o professor seja um leitor. Ele gostando de ler, o aluno pega gosto também", defende.

E que tipo de apoio os professores precisam na hora de assumir a responsabilidade de incentivadores da leitura? O primeiro suporte, defende Zoara, do Pró-Livro, é a formação inicial e continuada. Segundo ela, não só os professores de português, mas de todas as disciplinas, precisam envolver os livros em suas aulas, pois a leitura é fundamental na absorção do conhecimento e hoje está desvalorizada na universidade. "É fundamental que se perceba a leitura como uma das principais ferramentas para a aprendizagem, o que não acontece nos cursos de formação", alerta.
Um segundo aspecto de apoio ao educador seria, dentro das escolas, melhorar o atendimento e infraestrutura das bibliotecas. A pesquisa do Pró-Livro revela que esse espaço só é utilizado pelos estudantes, e isso não apenas nas escolas, mas também nas bibliotecas públicas. "A população em geral diz que esse é um lugar para desenvolver tarefas escolares, que não é visto como instrumento de cultura", afirma Zoara. Ela comenta que o modelo de biblioteca pública brasileiro contribui para essa visão, porque os horários não são propícios para quem trabalha longas horas - como muitos pais e a maioria dos professores - e que não há bibliotecários que cativem ou que sejam mediadores de leitura, ou seja, não interagem com quem vai ao espaço nem tentam estimular o interesse pela leitura. No caso das bibliotecas escolares, o cenário é pior, de acordo com Ezequiel Teodoro da Silva, da Unicamp. "São raras as que têm um bibliotecário. Mesmo assim, há uma série de outras carências como o espaço da biblioteca e o abastecimento pobre de livros", diz. Com esses problemas, é difícil para o professor encontrar o suporte  de que precisa para o seu trabalho.
Gustavo Morita
Tanto as bibliotecas públicas quanto particulares só são utilizadas pelos estudantes
Soluções para aproximar o jovem do livroMesmo com as falhas na sua formação e a deficiência das bibliotecas, a responsabilidade pela leitura passou às mãos do educador. É possível encontrar soluções criativas para aproximar os jovens do mundo dos livros, de forma a fazer com que eles se identifiquem e estabeleçam um paralelo entre sua realidade e o conteúdo lido. Isso ainda não ocorre com frequência, segundo Zoara, da Pró-Livro. "O professor ainda não é um mediador de leitura. Ela continua sendo desenvolvida como uma tarefa, uma obrigação", observa. A pesquisa mostra que a maior parte dos leitores brasileiros é formada por estudantes. Ou seja: uma vez que concluem seus estudos e, por isso, não têm leituras obrigatórias, param de ler. Segundo Zoara, repetir por todo o país a mesma lista de "clássicos da literatura" é um "massacre, não um despertar". "O professor, além de não ter essa competência como mediador, também não é um leitor. Como ele não tem esse hábito, é difícil ter um grande repertório e conhecer o que está na prateleira para poder indicar um livro adequado à realidade dos alunos."
Para se aproximar de seus estudantes, uma dica da professora Ana Graziela é seguir o ditado "se não pode vencê-la, junte-se a ela" em relação à tecnologia. Isso porque o ritmo acelerado de vida em que as crianças estão inseridas está mais em sintonia com tecnologias como o celular e a internet do que com a tranquilidade do ritmo da leitura de um livro. "Encontro crianças e famílias que consideram uma tortura a necessidade de encarar um livro. O maior desafio é criar estratégias para alcançar esse público, sem que o aluno se torne menos crítico e argumentativo. Sugiro que a literatura seja associada a outras mídias, fazendo com que elas sejam apenas o gatilho para disparar o interesse", explica.
Para ela, isso não significa deixar de indicar um livro, e sim trabalhá-lo em paralelo a outras mídias. Ela sugere a criação de blogs literários, a premiação dos maiores leitores da turma e a criação de projetos de experimentação literária, por exemplo, aliados a mídias digitais. Mesmo que o professor não seja afeito à tecnologia, diz Zoara, sempre é possível escolher uma leitura adequada para a faixa etária, falando sobre aquela leitura e depois desenvolvendo trabalhos lúdicos e criativos, como dramatizações, resenhas e games.
Uma alternativa para os docentes que buscam incentivar o gosto pelos livros, mas não contam com o apoio da escola e têm pouco repertório e condições para desenvolver um trabalho complexo, é se inscrever em um projeto de leitura. Existem muitos oferecidos por ONGs, empresas e governos em todo o país. Um deles é o grupo "Projetos de Leitura", liderado pelo escritor Laé de Souza que gratuitamente, mediante inscrição, envia a escolas do Brasil inteiro um kit com livros e um projeto a ser desenvolvido a partir deles, com manual do professor, exercícios e folhas de avaliação. Hoje o movimento tem oito projetos (três deles para escolas) e atende a 300 escolas de ensino fundamental e médio. "No final da leitura, fazem a discussão do texto e atividades sugeridas, como adaptação para o teatro. Cada aluno escreve um texto se baseando nas histórias e as melhores crônicas vão para um livro que editamos todo ano", descreve Souza.
Investir na famíliaO projeto de uma professora mineira envolve os pais nas atividades leitoras
Preocupada com a falta de interesse e envolvimento de seus alunos em todas as atividades que exigiam a capacidade leitora, a professora de língua portuguesa e literatura Ana Graziela Cabral, que lecionava o 5º ano do ensino fundamental no Centro Pedagógico de Educação Básica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tomou a iniciativa de aproximar os livros de seus estudantes sem fazer disso algo obrigatório. "Deparava-me com crianças a cada dia menos críticas, com uma menor capacidade interpretativa e argumentativa. Optei por envolver a família no problema, para que, longe dos muros da escola, o aluno pudesse encontrar um referencial de um bom leitor", conta. Ela criou o projeto "Incentivo à leitura: o livro que marcou minha vida", no qual os alunos deveriam pedir a um familiar a indicação de uma obra que tivesse marcado a sua vida. Em sala de aula, os jovens elaboravam entrevistas sobre aquele livro ao seu parente. O familiar deveria então, junto ao aluno, buscar o livro em uma biblioteca ou comprá-lo, e o jovem tinha de ler a obra. Depois disso, os estudantes faziam uma série de atividades em sala de aula, apresentavam o livro à turma e depois no pátio − junto ao parente − e produziam uma carta de recomendação da obra para outras turmas. "Os resultados foram surpreendentes. Tive retorno de pais que relataram que, após a indicação do primeiro livro, os filhos passaram a ler novas indicações de familiares de uma forma espontânea. Há também alunos que relataram que os pais passaram a dedicar tempo a momentos de leitura com o filho", comemora.
Revista Educação

CNTE CRITICA DIVULGAÇÃO DE IDEB PELAS ESCOLAS


A secretária-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marta Vanelli, criticou o Projeto de Lei 1530/11, que obriga as escolas de ensino básico a divulgar, em placas afixadas na porta dos estabelecimentos, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) da escola. O projeto está sendo discutido em audiência pública na Comissão de Educação e Cultura.

Segundo ela, o Ideb não é recurso de avaliação dos estabelecimentos da educação do País, e sim um instrumento de diagnóstico. Na visão dela, a divulgação do índice, como prevê a proposta, vai servir para "tirar o aluno da escola pública e levá-lo para a escola particular", o que seria prejudicial ao sistema educacional como um todo. "Temos que ter escolas boas para todos, não importa onde esteja a escola."
"Fixar a placa na frente de uma escola é lembrar a criança todos os dias que ela está em uma escola ruim", disse. Além disso, para ela, a ideia nas entrelinhas do projeto é de que "escola tem que melhorar" independentemente se recebe condições financeiras para isso. "E qual é a responsabilidade do gestor público, como os secretários municipais e estaduais, nesse esforço?", questionou.

Marta defendeu a formulação de um instrumento completo de avaliação da escola, que inclua, por exemplo, as condições estruturais em que a escola está inserida.

Esclarecimentos
O diretor de Estatísticas Educacionais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Carlos Eduardo Sampaio, esclareceu que o Ideb aponta apenas se o aluno passou de ano e se tem as competências adequadas em português e matemática para o seu ano escolar. Segundo ele, o Ideb é uma referência da qualidade da escola, mas não é completo e não engloba todos os indicadores de qualidade.

Ele afirmou que o site do Inep já divulga os resultados do Ideb. Além disso, um boletim com os resultados é enviado a cada escola.
A audiência ocorreu no Plenário 10.
(10/05/12 Agência Câmara)

terça-feira, 8 de maio de 2012

CARTÕES DO SUS PARA FUNCIONÁRIOS DA PMNH


Segundo informações obtidas no IPASEM, a Fundação Nacional da Saúde passa a exigir o cartão do SUS mesmo para os usuários do Instituto.

Para obter o cartão:

Providenciar cópias de documentos
CPF
Registro Geral (carteira de Identidade)
Comprovante de residência.
Documento de dependentes (cópia de carteira de identidade ou registro de nascimento).

Encaminhar ao protocolo do IPASEM até dia 15 de maio e aguardar retorno.
Obs. O cartão deve ser encaminhado no município em que reside.


sábado, 5 de maio de 2012

UM PAÍS FORTE E SÉRIO SE CONSTRÓI COM CRIANÇAS E PROFESSORES


    Um país forte e sério se constrói com crianças e professores
O restante com boas leis complementares


Se você acha que precisamos preservar o meio ambiente,
eduque as crianças!

Se você acha que a carga tributária é demasiadamente pesada,
eduque as crianças!

Se você acha que o retorno dos impostos em serviços, é uma afronta,
eduque as crianças!

Se você acha que o atendimento do SUS é uma droga,
eduque as crianças!

Se você quer paz e acha que basta de violência,
eduque as crianças!

Se você acha que estamos perdendo muitos jovens para o crack,
eduque as crianças!

Se você acha que a violência contra a mulher está em condições insuportáveis,
eduque as crianças!

Se você acha que a indústria do consumismo e a filosofia que leva ao precoce e imediato prazer está dominando os jovens,
eduque as crianças!

Se você acha que, embora troque constantemente de candidato, os políticos continuam com o cx 2, desvios e enriquecimento ilícito,
eduque as crianças!

Se você acha que os vereadores da sua cidade estão legislando para os seus próprios bolsos,
eduque as crianças!

Se você acha que esta miscelânea de partidos políticos, só resulta em negociatas de cargos influentes e aquinhoados que serve para os mesmos se perpetuarem no poder,
eduque as crianças!

Mas nunca esqueça! Para educarmos as crianças precisamos de professores bem remunerados e com leis complementares justas, porque bons eles já são.

Francisco Rodrigues (do Alegrete)
05/maio/12 Prof. Ed. Fís.