- Políticas de inclusão e governamentalidade - Maura Corcini Lopes
- O estatuto da igualdade racial: um olhar sobre a in/exclusão no Brasil -Mozart Linhares da Silva e Cristiane Becker Beise
- Professores pedem 1/3 de hora-atividade |
16 DE AGOSTO DE 2011 DIA DE PARALISAÇÃOCarta à comunidade Senhoras mães, senhores pais, estudantes e comunidade em geral Nós, professoras e professores das Escolas Municipais de Novo Hamburgo, nos dirigimos a vocês para manifestar o nosso comprometimento com a Educação Pública e com cerca de 26.000 mil estudantes que, diariamente, estão conosco nas escolas. Alguns de vocês já devem ter percebido que ainda há escolas sem professores e escolas nas quais os professores estão pedindo demissão. Já se perguntaram o porquê? Como vocês, queremos um mundo melhor para os nossos filhos. Um mundo livre da pobreza, da violência, da injustiça e, pautado por relações de solidariedade e igualdade. Por isso lutamos. Por isto, no dia 16 de agosto PARALISAREMOS nossas atividades às 15h. Sairemos às ruas para chamar a atenção do governo municipal e da sociedade para a necessidade de valorização dos profissionais da Educação de Novo Hamburgo. O SINDPROF/NH vem denunciando desde 2009 a situação precarizante da educação hamburguense. Temos obrigação como entidade, de não nos calarmos diante de tal situação, de defender as nossas escolas municipais e de denunciar a forma pela qual o prefeito Zimmmermann tem tratado a Educação em Novo Hamburgo. Nós professoras e professores acreditamos que lutar em defesa da Educação é uma causa nobre, que justifica qualquer esforço. Afinal, é pela Educação que buscamos melhorar e transformar vidas. Portanto, neste dia 16 de agosto de 2011, abrace a Educação junto conosco, às 15h no Centro Administrativo. Queremos seu apoio na luta pela ESCOLA PÚBLICA DE QUALIDADE PARA TODOS OS HAMBURGUENSES! Obrigado pela atenção, SINDPROF/NH |
O Sindicato dos Professores de Novo Hamburgo (SINDPROF/NH) está convocando os trabalhadores em educação para participarem do "Dia Nacional de Paralisação" que ocorrerá no dia 16 de agosto, com ato público às 15h, em frente ao Centro Administrativo de Novo Hamburgo.
O principal objetivo da mobilização, de acordo com a presidente do Sindicato Luciana Martins, será a defesa da carreira dos trabalhadores em educação. Segundo a líder sindical, no último dia 4, uma assembléia da categoria hamburguense decidiu por unanimidade lutar em defesa do IPASEM, por um PLANO DE CARREIRA que valorize os profissionais da Educação e por 1/3 de HORA ATIVIDADE.
Diante disso, nesta terça-feira, dia 16, a categoria de Novo Hamburgo estará acompanhando o DIA DA PARALISAÇÃO NACIONAL (Jornada Nacional pelo PISO, CARREIRA e PNE), com um ato em frente ao Centro Administrativo em repúdio ao descaso e desrespeito com que a atual administração hamburguense vem tratando os profissionais da Educação e o funcionalismo.
"Esta LUTA é de todos que acreditam na EDUCAÇÃO, que acreditam no SEU TRABALHO de educadores e transformadores'', ressaltou Luciana ao afirmar que a paralisação vai acentuar a luta e fazer valer a Lei e os interesses de uma educação de qualidade. Na avaliação de Luciana é deseducador do ponto de vista da cidadania, que o governo municipal não cumpra a Lei e implemente imediatamente 1/3 de hora atividade em Novo Hamburgo já que o atual prefeito quando era deputado federal votou favorável.
A presidente do SINDPROF/NH disse que é importante a participação de todos para demonstrar ao prefeito que a categoria está unida para exigir os seus direitos. Somente a luta poderá garantir uma educação de qualidade. É hora de perder a paciência e ir à luta. Não cruze os braços para o seu futuro. DIGA SIM À PARALISAÇÃO.
Imprensa/SINDPROF/NH
LEI DO PISO É CONSTITUCIONAL
Prefeito deve cumprir a Lei já!
O Supremo Tribunal Federal julgou totalmente constitucional a Lei Federal nº 11.738, de 16 de julho de 2008, que regulamentou o piso salarial profissional nacional do magistério público da educação básica (PSPN).
Isso quer dizer que os direitos assegurados por essa lei devem ser aplicados imediatamente e de forma integral pela administração dos estados e municípios.
EM NOVO HAMBURGO O QUE DEVE MUDAR IMEDIATAMENTE?
O percentual destinado à hora-atividade.
Atualmente, temos 20% (4 horas) da nossa jornada de trabalho de 20 horas destinadas às atividades pedagógicas que extrapolam a regência de classe, incluindo aqui inclusive a formação continuada.
A Lei do Piso, que deve ser aplicada imediatamente, estabelece que o mínimo destinado para hora-atividade deve ser de 33,33%, o que corresponde a aproximadamente 7 horas.
Esse é o mínimo estipulado por lei e deve ser efetivado sem demoras!
Em Novo Hamburgo a prefeitura realizou concurso em 2010 e tem professores aguardando para serem chamados, portanto, só falta vontade política.
PARA CONQUISTAR ESSE DIREITO: MOBILIZAÇÃO
Em assembleia realizada no dia 04 de agosto, professoras e professores se posicionaram sobre a necessidade de nossa organização e mobilização para conquistar a imediata aplicação da hora-atividade de 33,3%.
16 DE AGOSTO- 15h- ATO PÚBLICO EM FRENTE À PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVO HAMBURGO
Participe! Vamos juntos organizar a luta para pressionar a Prefeitura e conquistar esse direito!
Luiz Carlos de Freitas Professor e especialista em avaliação O ex-ministro da educação do Chile, J. Lavín, recém demitido, desenvolveu um sistema que ficou conhecido como “semáforos de Lavín”. Ele usa o mapa do Chile combinado com geo-referenciamento para localizar a escola e acessar o seu resultado em provas nacionais. A cor da escola revela sua nota. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no Brasil, mais recatado, tem um site que permite identificar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de cada escola pública. Qual a novidade de Gustavo Ioschpe? Ele quer mais. Ele quer garantir que a comunidade local saiba do Ideb e tenha vergonha ou orgulho de sua escola. A ideia é que se a comunidade souber da nota da escola, então ela vai pressioná-la e, com isso, irá operar-se o milagre da melhoria da escola. Haveria, ainda, uma concorrência entre as escolas que, envergonhadas, procurariam mudar - como ocorre no maravilhoso mundo dos negócios, onde perdedores e vencedores disputam a atenção dos clientes. Nessa visão, a comunidade é um “conjunto de clientes”. A base dessas ideias tem sempre a mesma fonte: anos 90, nos Estados Unidos. Lá, como se sabe, elas não melhoraram a educação (em 10 anos de Programa de Avaliação Internacional de Estudantes, Pisa, os Estados Unidos continuam na mesma e os testes nacionais não mostram nada diferente; há quem diga que piorou), mas criaram um mercado educacional de US$ 800 bilhões. É um celeiro que contabiliza outras ideias como dar bônus para escolas, “ensinar” para os testes, privatizar via contratos de gestão (charter schools), lei de responsabilidade educacional com fechamento de escolas e demissão de professores. Não há país algum que tenha testado mais “maldades” contra as escolas e seus profissionais do que os Estados Unidos - sem sucesso. A questão é o objetivo dessas ideias. Lá como cá, incluindo a filial chilena, os setores empresariais organizaram-se para tentar definir a agenda educacional nacional - aqui, sua forma de organização mais evidente é o Movimento Todos pela Educação. Têm direito. É sabido que o Brasil cresce a um ritmo que exige formação acelerada de mão de obra e, se isso não ocorrer, o valor do salário vai aumentar afetando o lucro. É fundamental, para segurar o salário, que haja uma base de oferta de mão de obra maior. Some-se a isso que as tradicionais reservas de exploração de mão de obra barata (as mulheres e o campo) estão esgotando-se. Neste quadro, dependente cada vez mais de produtividade para assegurar o lucro, o que estamos assistindo, hoje, é a uma disputa das corporações pelo controle da agenda educacional - tanto ao nível dos Estados e municípios, como ao nível federal. Está sendo reproduzida, no Brasil, a estratégia do “business roundtable” dos anos 90 nos Estados Unidos, quando um grupo de cerca de 300 CEOS de diferentes empresas convenceram - com grande apoio da mídia - vários estados a embarcar nestas ideias. O experimento mais famoso, hoje conhecido jocosamente como o “milagre do Texas”, no governo Bush, deu base para o fracassado “No Child Left Behind”, quando ele se tornou presidente. As tabuletas de Gustavo Ioschpe são herdeiras deste ideário. Há muito mais ações em andamento. O Ideb é uma boa medida? Acadêmicos de todos os matizes dizem que não. O Ideb é uma medida precária, construída quando o Inep se entusiasmou com o No Child Left Behind americano. Baseia-se em uma medida de fluxo combinada com uma medida de desempenho. Qualidade da educação básica é mais que isso. O Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp), em São Paulo, é uma formulação mais exigente e mais problemática ainda, pois acredita que se as escolas tiverem bônus por “carregar” a parte de baixo da curva de rendimento dos alunos usualmente com maiores problemas, então também dedicar-se-ão a ensinar para eles. Há mais causas em jogo. Quanto mais pressão se faz, mais se cria potencial para “corrupção” da medida. A realidade das escolas não é fácil e como mostra Atlanta (EUA), no desespero, apela-se à fraude para sobreviver. Com o Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) em São Paulo não é diferente. Na outra ponta, quanto mais se pressiona, mais se corre o risco do magistério “jogar a toalha”. Em São Paulo o volume de bônus distribuído em 2010 é menor do que em 2009 e as notas do Saresp despencaram em 2010. Mas, se tivermos um “bom Ideb”, devemos colocá-lo em uma tabuleta nas escolas? Penso que não, apesar de não ter nada contra um bom Ideb. Os resultados devem ser prioritariamente para consumo pedagógico da escola. Precisam ser circunstanciados e validados internamente (técnica e politicamente), antes de produzirem consequências locais. Além disso, a escola é da comunidade e tudo que não queremos é ver a comunidade contra a escola. Melhor seria apostarmos em processos que a aproximassem da escola e criássemos mecanismos intraescolares concretos que dessem voz à comunidade, de forma organizada e democrática, para discutir a escola e seus resultados junto com seus profissionais - incluindo as demandas que elas têm a fazer ao poder público, chamando a comunidade para a defesa de um bem público. É preciso superar a ideia de “comunidade-cliente” importada da área dos negócios. O desafio é envolver os pais na discussão organizada da qualidade da escola, de forma produtiva e constante. Devemos utilizar a força da comunidade para fazer com que os governos locais construam uma politica educacional baseada nas necessidades das escolas - trabalhar com as escolas e não contra elas. A Suécia, por exemplo, combina as notas de avaliação externas (tipo Prova Brasil) com a avaliação pessoal dos professores sobre seus alunos. Isso aumenta a autoridade dos professores, dá força para a escola e provê uma melhor estimativa do que acontecerá no futuro com os alunos. A proposta de Ioschpe, de adicionar pressão externa em um País que ainda tem “escolas de lata”, não é uma boa política. Temos que confiar em nossas escolas e em nossos professores; confiar na criação de instrumentos de cobrança e de melhoria da qualidade acordados entre escolas, comunidades e governos. Pressão, não vai ajudar. É como se colocássemos na porta de cada Delegacia de Polícia uma tabuleta com os índices de criminalidade do bairro esperan-do que, com isso, ela reduzisse. Muito cômodo; pouco eficaz. Quando as escolas e seus profissionais estiverem envergonhados e as comunidades iradas com suas escolas, o que se espera que aconteça? Que mais professores talentosos venham dar aulas nestas escolas? Quando as escolas estiverem com a imagem comprometida na comunidade, o que se espera que aconteça? Que a comunidade olhe para sua escola com respeito? Que se aproxime para ajudar na educação dos filhos? Em resumo: se os laços entre a escola e a comunidade se romperem, não se espere melhoria na educação. Escolas não são fábricas de sapato e comunidades não são “conjuntos de clientes”. A política educacional de Nova York caiu por confiar na “responsabilização por pressão”, não sem antes ter suas medidas de aprendizagem “corrompidas”. No Brasil, a ideia de Ioschpe poderá destruir a pouca credibilidade do Ideb. Reprodução do site:CNTE |