sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

DILMA PROMETE 6 MIL CRECHES, MAS ENTREGA 7


DÉBORA ÁLVARES - Agência Estado
A presidente Dilma Rousseff prometeu entregar 6 mil creches até 2014, mas chega à metade do mandato com apenas 7 unidades prontas - uma execução abaixo de 1% - sem previsão de quando serão inauguradas novas unidades. A expectativa de quem tem urgência em matricular os filhos vira decepção.
A primeira meta do Plano Nacional de Educação (PNE) é "ampliar, até 2020, a oferta da educação infantil de forma a atender 50% da população de até 3 anos". Segundo pesquisa do Dieese em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres, apenas 18% das 10 milhões de crianças em idade de creche estavam matriculadas no ano passado. Para suprir a demanda, seriam necessárias cerca de 19 mil unidades, mais do que as 6 mil prometidas.
Estado comparou promessas de campanha feitas em 2010 pela presidente Dilma Rousseff com a execução atual dos programas em dez áreas da administração federal. Os dados usados no levantamento são oficiais, repassados à reportagem pelos ministérios.
Em novembro, a presidente disse haver 3.019 creches em construção. De acordo com o MEC, no entanto, são 1.140 em construção, 1.342 em planejamento, 503 em fase de licitação, 17 paralisadas momentaneamente (os motivos não foram informados), além de 10 cujos projetos são reformulados. Com as 7 creches já entregues, chega-se à quantidade destacada pela presidente. Nenhuma delas deve ficar pronta nos próximos meses, segundo o ministério.
Educação é a área com mais atraso nas metas. Segundo o levantamento, apenas 11,4% das promessas da presidente para o setor foram colocadas em prática até agora. Também não há previsão de cumprir a promessa de destinar 7% do PIB para a educação - hoje, são 5,1%.
Desempenho
As cinco áreas que tratam diretamente do bem-estar social (Cidades, Saúde, Segurança, Educação e Desenvolvimento Social), responsáveis pelas marcas do governo, como Minha Casa, Minha Vida II, Brasil Sem Miséria, Brasil Carinhoso, Bolsa Família, Saúde da Família e Farmácia Popular, apresentam rendimento abaixo dos 50%. Os ministérios afirmam não ser possível analisar os números friamente. Juntos, cumpriram 41,3% das promessas feitas em 2010.
Já uma análise conjunta desses setores e de todas as 31 promessas aponta que 53% dos compromissos foram executados. O bom desempenho, contudo, é puxado por áreas como meio ambiente, comunicação e energia, todos com 100% das metas cumpridas.
Reprodhttp://www.estadao.com.br/ 

QUANDO O QUE IMPORTA É SÓ O LUCRO


Instituições deixam de priorizar a qualidade da educação superior e investem na modernização de suas estruturas como forma de atrair mais alunos e obter lucros   

17/12/2012
Aline Scarso e Michelle Amaral
da Redação 

   
Alunos passam pelas catracas da Universidade Nove de Julho (Uninove),
em São Paulo - Fotos: Rodrigo Alves
   
Parecem shoppings. Prédios suntuosos, fachadas espelhadas e imponentes. Centros de convivência que oferecem desde livrarias até salões de cabeleireiros. Grandes praças de alimentação. Este é o cenário encontrado em boa parte das maiores universidades particulares do país, que cada dia mais preocupam-se com o embelezamento de suas estruturas como forma de atrair mais alunos. Estes, por sua vez, são tratados como clientes, que contratam um serviço e têm a obrigação de pagar por ele. Caso contrário, são impedidos de terem acesso ao ensino e às dependências das instituições.               
“Não é espaço público, é privado. Colocam catracas e só entra quem é estudante e estudante pagante. Aquele que não paga tem a credencial bloqueada até regularizar o pagamento”, conta Donizete Sanches, aluno do curso de Ciências Sociais da Universidade Nove de Julho (Uninove), em São Paulo. Ele mesmo já passou por esse constrangimento quando atrasou o pagamento da rematrícula, por dificuldades financeiras devido ao desemprego. “Cheguei atrasado e não consegui entrar para assistir às aulas”, conta o aluno, que só teve acesso à universidade após emitir um cheque como garantia do pagamento da parcela.             
Especialistas avaliam que essa é uma tendência no ensino superior privado do país, justamente pelo fato de essas instituições terem assumido o papel de empresas prestadoras de serviços. “E, como empresas, pensam prioritariamente nos lucros e na concorrência com as demais instituições”, pontua o Coletivo Saída de Emergência, que reúne estudantes de universidade privadas do Piauí para a construção da Comissão Estadual da Assembleia Nacional dos Estudantes - Livre (Anel).    
Crescimento desenfreado
Rondon de Castro, secretário do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), explica que o impulso para que as universidades privadas tivessem o caráter comercial foi dado pelo próprio governo federal. Na década de 1990, o Brasil concedeu a elas vantagens fiscais para que deixassem de serem geridas por fundações e se transformassem em empresas. Foi então nessa década, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), que houve o pontapé inicial para o crescimento desse tipo de instituição. Isto porque o governo brasileiro precisava cumprir as metas estabelecidas pelo Banco Mundial para que o país recebesse ajuda financeira. “O Brasil concordou com o Banco Mundial em cumprir metas de adaptação ao mercado internacional e as universidades eram um dos pontos fixos. Nós concordamos em transformar as universidades, justamente, em casas de formação de mão de obra”, afirma Castro. Nos oito anos de governo FHC, o número de instituições privadas de ensino superior dobrou, passando de 684, em 1995, para 1.442, em 2002.            
Daniel Iliescu, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), lembra ainda que o aumento das universidades particulares só foi possível devido ao projeto neoliberal em curso no país, que criou o ambiente propício para a proliferação destas instituições. A partir daí, segundo ele, “houve uma expansão desenfreada, sem qualquer controle de qualidade e de função social das universidades privadas”.             
Os governos seguintes mantiveram a expansão. Atualmente, das 2.365 instituições de ensino superior, 2.081 são particulares e apenas 284 são públicas, conforme dados do Censo da Educação Superior 2011, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeirado (Inep) do Ministério da Educação (MEC). Dos mais de 30 mil cursos oferecidos no ano passado, 20,5 mil foram abertos pelas particulares. Além disso, 73,7% dos alunos matriculados em 2011 no ensino superior brasileiro estão no setor privado.                
As universidades particulares contam, ainda, com isenções fiscais por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni) que, desde 2005, somam mais de R$ 3 bilhões. Além disso, as instituições têm garantido o ingresso de estudantes que não poderiam pagar imediatamente pelas mensalidades através do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Atualmente, mais de 500 mil universitários estudam por intermédio do Fies. 
   
   
Estudantes reclamam que prédios se assemelham mais a um shopping
do que a uma unidade de ensino
Segundo o Coletivo Saída de Emergência da Anel, “aplicar essa política de privatização da educação se tornou bastante cômodo para o governo, uma vez que cabe a ele apenas depositar dinheiro público no setor privado, sem se responsabilizar pelo seu bom funcionamento”.             
Uma reportagem da revista inglesa The Economist, divulgada em setembro deste ano, afirma que nenhuma das instituições particulares de ensino superior do Brasil “tem o prestígio ou os recursos das melhores universidades públicas” e “algumas são pouco mais que fábricas de diplomas de qualidade duvidosa”.     
Fábricas de diploma
Segundo dados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) 2011, os piores desempenhos foram registrados em universidades e faculdades particulares. Em todo o país, menos de 2% conseguiram a nota máxima. Para Walcyr de Oliveira Barros, diretor do Andes, isto se deve ao fato de as universidades particulares se dedicarem cada vez menos à pesquisa e à extensão. Ele explica que, por estarem de forma essencial envolvidas com atendimento ao mercado, essas instituições passaram a ser locais de certificação apenas. “Tanto que, de uma forma geral, em torno de 90% da pesquisa produzida no país é feita basicamente nas instituições públicas”, pontua.         
As particulares, por sua vez, utilizam justamente do discurso de inserção no mercado de trabalho como a principal forma de atestar a sua excelência e atrair mais alunos. “O ensino superior particular investe na qualidade das instituições e de seus cursos oferecendo a oportunidade aos seus egressos de ocuparem a maioria dos quadros de funcionários das maiores organizações”, afirma Sólon H. Caldas, diretor executivo da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES). Segundo ele, o aumento dessas instituições “é uma tendência que deverá permanecer, haja visto a necessidade de mão de obra para atender as demandas de crescimento do país”.     
Acessibilidade
 Denis Nunes, formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes (UMC), conta que a necessidade de ingresso ao mercado de trabalho foi um dos elementos fundamentais em sua escolha de universidade. Somado a isso, também está o deficiente ensino recebido na escola pública nos níveis fundamental e médio. “Era fora da minha realidade pensar que um dia conseguiria entrar numa universidade pública. Além disso, com o imediatismo para a decisão do meu futuro, não queria fazer cursinho para me igualar ao aluno que estudou durante toda a vida em escola particular”, relata.               
Em 2011, as universidades particulares absorveram mais de 1 milhão de estudantes provenientes da rede pública, enquanto nas universidades públicas ingressaram aproximadamente 500 mil. O maior ingresso desses estudantes no ensino privado se justifica pela facilidade de acesso a essas instituições, que não têm vestibulares concorridos como as públicas. “Se não tenho condições de pagar um ensino básico de qualidade, as chances de eu conseguir uma vaga em uma universidade pública são extremamente reduzidas”, afirma Henrique Godoy, que se formou em História na Uninove. Para ele, existe uma inversão de papéis na educação superior brasileira, “onde a universidade pública serve as classes mais favorecidas, e a maioria das universidades particulares acaba sendo a única opção para as classes mais baixas”.               
Em defesa do governo, o MEC afirma que está trabalhando para melhorar o acesso também às universidades públicas. “Apesar do forte crescimento da rede privada na década passada, por meio da política de expansão das universidades e institutos federais o Ministério da Educação tem atuado para fortalecer o acesso ao ensino superior também nas instituições públicas”, informou através de sua assessoria de imprensa. 














ADIAMENTO DA VIGÊNCIA DO ACORDO ORTOGRÁFICO TEVE APOIO DE SENADORES


Marcos Magalhães e Gorette Brandão

Os brasileiros terão mais três anos para adaptar-se às novas normas da língua portuguesa. O adiamento, estabelecido por meio do Decreto 7875/2012, assinado pela presidente Dilma Rousseff e publicado no Diário Oficial da União desta sexta-feira (28), contou com o apoio e o estímulo de senadores da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).
A implantação definitiva do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, firmado em 1990 por todos os países de expressão portuguesa, deveria ocorrer no Brasil a partir de 1º de janeiro de 2013, segundo decreto presidencial de 2008.
O novo decreto publicado nesta sexta-feira ampliou o período de transição até 31 de dezembro de 2015. Até lá, coexistirão a norma ortográfica atualmente em vigor e a nova norma estabelecida por meio do acordo.
No final de novembro, os senadores Cyro Miranda (PSDB-GO) e Lídice da Mata (PSB-BA) levaram à ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, sua preocupação com o curto período até então existente para a implantação definitiva das novas normas ortográficas. Durante o encontro, a ministra disse não se opor à ampliação do período de transição estabelecido no acordo firmado pelos países de língua portuguesa.
Três meses antes, a senadora Ana Amélia (PP-RS) e o senador Cyro Miranda haviam apresentado um projeto de decreto legislativo (PDS 498/2012) destinado a ampliar o período de transição para seis anos – três a mais, portanto, do que o estabelecido por meio do novo decreto presidencial.
A partir da adoção definitiva pelo Brasil das normas estabelecidas pelo acordo, os concursos públicos e as provas escolares deverão cobrar o uso correto da nova ortografia. Documentos e publicações deverão também circular perfeitamente adaptados às novas regras.
A adequação dos livros didáticos começou em 2009, quando o acordo entrou em vigor e começou o período de transição. Na opinião da senadora Ana Amélia, no entanto, o prazo de adaptação foi curto.
“O assunto demanda maior tempo de maturação, bem como integração mais ampla com os demais países envolvidos”, diz a senadora na justificação da proposta.
A assessoria da senadora Ana Amélia (PP-RS) divulgou que, para ela, a prorrogação do prazo permite esclarecer as dúvidas sobre as novas regras, além de ampliar o debate e aprofundar o entendimento entre especialistas, educadores e estudantes. A senadora participou da definição do novo prazo, integrando o grupo interministerial formado por representantes dos Ministérios das Relações Exteriores, da Educação e da Casa Civil.
De acordo com a parlamentar, ainda são inúmeras as dúvidas entre educadores e alunos.
- Com mais três anos de prazo, será possível ampliar o entendimento sobre os ajustes na língua portuguesa e implementar mudanças, se estas forem necessárias – afirmou.
A senadora alertou para a falta de participação de docentes na discussão. Ela também lembrou ter sido a autora, juntamente com o senador Cyro Miranda, de projeto de decreto legislativo que propôs o adiamento do início da reforma ortográfica em seis anos, o dobro do prazo previsto no decreto.
- Mas a importância do tema, especialmente por se tratar de um acordo internacional, exigiu um decreto presidencial - disse Ana Amélia.
A senadora ressaltou que todos os signatários do acordo adotaram períodos de transição mais longos. Em Portugal, por exemplo, o período de convivência entre as duas normas vai até 2015. Em Cabo Verde, o prazo só acabará em 2019.
Agência Senado

VOTAÇÃO DO PNE NO SENADO É ADIADA PARA 2013


A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado adiou a avaliação do novo Plano Nacional da Educação (PNE), que agora só deverá ser retomado no ano que vem. A decisão ocorreu na última terça-feira (17), a pedido do relator, senador José Pimentel (PT-CE). 

O novo PNE (PLC 103/2010) entrou em pauta na semana passada, mas teve sua avaliação na CAE adiada devido ao pedido de vista coletiva feito pelos demais senadores depois da leitura do relatório de Pimentel. Esse novo adiamento foi justificado pelo relator em razão do grande número de novas emendas – foram mais de 30 – recebidas desde o dia 16.

O PNE deveria ter entrado em vigor em 2010. Depois de quase dois anos de tramitação, o projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados e, agora, começa a ser debatido no Senado. Depois de aprovado pela CAE, o projeto passará ainda pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). Em seguida, a proposta passará pelo Plenário, antes do retorno à Câmara para avaliação das alterações que serão feitas no texto pelos senadores. Depois da reavaliação, a matéria será encaminhada à sanção presidencial.

O relatório de Pimentel marca o início da tramitação do Projeto de Lei Complementar 103/2010 no Senado. O documento gerou polêmica entre os movimentos ligados à educação devido aos recuos em relação ao projeto aprovado na Câmara. 

Confira os principais problemas da proposta:
Dinheiro público para a educação pública: O relatório de Pimentel acaba com a obrigação de destinar os 10% do PEB exclusivamente para a educação pública. A proposta retira o termo “pública” da redação da Meta 20 e abre brechas para a transferência de recursos públicos para o setor privado, especialmente através do ensino profissionalizante e do ensino superior.

Meta intermediária: O relatório também retira a submeta que previa alcançar o investimento público equivalente a 7% do PIB no quinto ano de vigência da Lei, contrariando a principal orientação da 1ª Conferência Nacional de Educação (CONAE). Para especialistas, essa alteração tira condições de a população acompanhar o cumprimento das metas e atrapalha o próprio planejamento do governo.

Privatização da Educação superior e profissionalizante: 
O texto proposto por Pimentel também desresponsabiliza o Estado para com a oferta direta de ensino técnico-profissional e superior. O relatório do senador exclui as metas de expansão de vagas públicas e fala em “vagas gratuitas", o que inclui bolsas e convênios com escolas e faculdades particulares.

Royalties do petróleo para a educaçãoOutra emenda proposta no relatório de Pimentel estabelece que todos os recursos provenientes das compensações pela exploração de recursos minerais e pelo uso dos recursos hídricos da União sejam destinados à educação. O texto, no entanto, não estabelece os percentuais destinados à área.
Fonte: Agência Senado

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A GENTE NÃO QUER SÓ COMIDA!


Não só de festas se encerra o ano letivo. No meio da estafante tarefa dos documentos  elaborados, postagem no sigam e entrega do resultado final da avaliação aos responsáveis por nossos alunos, chega ao Sindprof  denuncias de assédio moral. São gestos e palavras de desvalorização e humilhação de colegas. Não se cale, contate conosco e faça o seu registro.  Acesse também o site http://www.assediomoral.org.

COMIDA
"Bebida é água
Comida é pasto
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?
A gente não quer só comida,
A gente comida, diversão e arte
A gente não quer só comida,
A gente quer saída para qualquer parte
A gente não quer só comida,
A gente quer bebida, diversão, balé
A gente não quer só comida,
A gente quer a vida como a vida quer
Bebida é água
Comida é pasto
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?
A gente não quer só comer,
A gente quer comer e quer fazer amor
A gente não quer só comer,
A gente quer prazer pra aliviar a dor
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer dinheiro e felicidade
A gente não quer só dinheiro,
A gente quer inteiro e não pela metade."




Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Brito

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

ASSEMBLEIA GERAL DOS PROFESSORES

O cartaz já está na escola e a publicação saiu hoje no Jornal NH. Faça a diferença participando da Assembleia Geral para discutir e aprovar a pauta de negociação salarial de 2013. Juntos somos mais fortes.
"Só quando se percebe como parte de um coletivo se tem condições de lutar de forma organizada por outras coisas".  Carmen Lucia Bezerra Machado, professora e pesquisadora da FACED?UFRGS

sábado, 1 de dezembro de 2012

QUAL VALORIZAÇÃO?



Por César Fraga

Foto: Igor Sperotto
 Foto: Igor Sperotto | Extra Classe nº 169, de Novembro de 2012
Carmen Lucia Bezerra Machado
Educadora, socióloga, professora da Faced/Ufrgs, pós-doutora em Educação, Carmen Lucia Bezerra Machado participou do painel de encerramento da Semana da Consciência Profissional, promovida pelo Sinpro/RS (ver p.18). Nesta entrevista, fala a respeito do cenário atual do magistério e dos problemas da profissão docente. Ex-aluna da Ufrgs (1976 – 1986 – 1983), fez doutorado em Educação pela PUCRS em 1997 e pós-doutorado pela Uerj (2009–2010) e mantém produção intelectual intensa desde sua dissertação Movimento Operário Sindical no Rio Grande do Sul: 1930–1937 e da tese Desafios Presentes na Universidade e redige artigos com base nas leituras de Antonio Gramsci em diálogo com outros autores. Atua na coordenação do grupo de pesquisa sobre Formação de Professores para o Mercosul/Cone Sul, do Núcleo de Estudos, Experiências e Pesquisas em Trabalho, Movimentos Sociais e Educação (Tramse) e na Pós-graduação em Educação e Saúde Construindo juntos humanas possibilidades sociais, raciais, culturais e tecnológicas do trabalho do sujeito coletivo, nos espaços educativos da sociedade civil, da Ufrgs.

Extra Classe – Como a senhora vê essa onda de debates sobre a valorização docente?

Carmen Lucia Bezerra Machado – 
São manifestações que não valorizam de fato, mas têm o discurso da valorização de todas as profissões e da importância do trabalho do professor. É o discurso do político, dos gestores, dos expoentes da sociedade. Discurso que tem na mídia e no que ela está visualizando, que culpa e responsabiliza o professor. Ou seja, valoriza a educação e desvaloriza o professor nos processos que não dão certo ao longo da educação escolar e não escolar, formal e informal.

EC – Qual a consequência disso?

Carmen – 
Esta visão da sociedade vai se confrontar com as formas pelas quais os professores vêm se percebendo. Na realidade, eles têm sido formados para serem bons seguidores. E nisso a escola obtém sucesso. Forma tecnicamente muito bem os profissionais para darem aula, manterem os alunos quietos, aprenderem a reproduzir o conhecimento estabelecido. Acho que a escola ainda ousa muito pouco.

EC – Os professores em formação vêm discutindo questões como salários e condições de trabalho?

Carmen –
Eles não querem discutir salário e condições de trabalho. Consideram que se olharem para isso não serão professores, porque sabem que vão ganhar pouco, portanto, como gostam da profissão, apesar de ser um gostar um tanto idealizado, preferem não falar sobre isso, porque isso perturba, incomoda, dói. Já interiorizaram a ideia de que são vocacionados e que devem cumprir seu papel na sociedade, seja por motivos religiosos, filosóficos ou políticos. Usam argumentos diferentes para justificar essa condição de acomodação.

EC – Faltarão professores? Há desestímulo entre os jovens com a carreira?

Carmen –
 Já faltam professores em algumas disciplinas. Um sintoma disso é que nas instituições privadas, por exemplo, as licenciaturas estão fechando porque não têm quem queira pagar caro para depois não ter espaço no mercado de trabalho.

EC – E o trabalho do professor?

Carmen –
 Há a precarização das condições. Ela se dá de muitas formas: aumento da jornada, aumento do número de alunos em sala de aula, redução do apoio tecnológico. Tudo que é agregado como tarefa envolve tempo para realização e acaba ficando naturalizado. Ou seja, ele já é mal pago para estar em sala de aula e não tem qualquer remuneração por tudo que fizer fora dela.

EC – Como medir isso?

Carmen –
 Esse processo de precarização, que parece muito discursivo, se concretiza quando um professor trabalha no mínimo 40 horas para atender 20 horas em sala de aula e outras 20 mandando e-mails, postando tarefas, corrigindo. Ou faz de conta que é a outra alternativa, para os professores que têm 60 horas em sala de aula. É um discurso que fala sobre qualidade e que não tem um correspondente na condição na qual o trabalho se realiza.

‘‘Uns professores passaram a se negar a entrar em sala de aula, outros a não ter condições de estar em aula, pelo estresse, pela situação
de tensão’’
EC – Como a senhora avalia a remuneração dos professores na rede privada?

Carmen –
 Os salários poderiam ser melhores. Algo que é usado por quem contrata o trabalho para justificar a ausencia de aumentos é dizer que cresceu o número de professores que atendem o mesmo grupo de alunos. Só que, se somarmos o volume de contratados, não vai chegar nem perto do montante que está dado neste valor.

EC – Isso tem a ver com a mercantilização do ensino?

Carmen –
 A gente não pode esquecer que desde o ano 2000 a Organização Mundial do Comércio (OMC) considerou a educação um produto comercializável. De lá para cá surgiram instituições de ensino com capital aberto. Em outras palavras, a bolsa de valores comercializa ações de instituições (empresas), que vendem a sua possibilidade de associatividade e de lucro. Ora, se é uma mercadoria posta à venda, dá lucro e alguém ganha dividendos, quem ganha esses dividendos o faz, com certeza, em cima do trabalho dos professores. Pois, dividendo é aquilo que sobra para a empresa daquilo que foi gasto, mantido e acumulado como riqueza. Em suma, nessas instituições o aumento de produtividade não corresponde à remuneração. Em instituições tradicionais é um pouco diferente. Na década de 1990, quatro alunos pagavam todas as despesas de professores de uma turma durante a carga horária de 20 horas frequentadas pelo aluno. Por outro lado, não tenho dúvida de que aumentou o número de alunos por turma e que o número de alunos necessários para pagar o salário dos professores é menor. Hoje, de dois a três.

EC – Como estão as relações entre trabalho e saúde?

Carmen –
 Eu tenho uma aluna de mestrado que fez uma dissertação sobre o processo de adoecimento docente em que ela foi perguntar aos professores de todas as redes e níveis de ensino, que trabalhavam em duas ou mais escolas, como eles viviam e como era sua relação com o trabalho. O que ela encontrou foi o adoecimento em toda a sua profundidade. Uns professores passaram a se negar a entrar em sala de aula, outros a não ter condições de estar em aula, pelo estresse, pela situação de tensão, outros pelo desconhecimento, se debatendo entre formas de ensinar, além dos que somatizavam as suas situações. A aluna propôs entrevistas e muitos não queriam sequer falar sobre o assunto, optando por escrever. Esse dado é importante, porque no momento em que o professor aceita fazer seu relato condicionando que isso seja escrito em um momento para ser lido em outro, mostra o quanto os docentes não conseguem falar entre si sobre seus problemas. Isso significaria se expor para o outro. Entender a lógica e o processo de adoecimento é entender como a própria condição do trabalho se coloca e se move.

EC – O que fazer?

Carmen –
 O primeiro movimento desses professores seria buscar a interlocução do Sindicato para seus problemas, porque enquanto as pessoas
 Foto: Igor Sperotto| Extra Classe nº 169, de Novembro de 2012
‘‘ com certeza, grupos com mais de 40 pessoas são programas de auditório’’
não conseguem individualmente perceber o Sindicato como uma instância de representação e vivem isso isoladamente, para o capital é excelente, porque não se questiona, não se problematiza. A busca individual por apoio, por troca, por espaço de discussão é o primeiro passo, mas não é suficiente. Individualmente a gente entende o processo de cada um, mas só quando se percebe como parte de um coletivo se tem condições de lutar de forma organizada por outras coisas.

EC – O professor pode vivenciar essa busca por direitos com o aluno?

Carmen –
 Um exemplo disso foi a última greve da Ufrgs, que fez a diferença, pois permitiu que um grupo que estava acomodado, aparentemente pacato, cada um isolado e vivendo seu mundinho particular, se integrasse. No momento da greve, os professores novos puderam reconhecer nos professores mais antigos com quem poderiam conversar, com quem puxariam certo tipo de debate, além de identificar que outras posições que não as oficiais existiam e as forças políticas envolvidas. Os professores não podem perder de vista que os movimentos reivindicatórios também possuem um aspecto pedagógico importante para os estudantes. No momento que os professores mostram para os seus alunos que estão organizados, vivenciam com e para os alunos como se defende e se conquista direitos no ambiente democrático.

EC – E a questão do crescente número de alunos por turma? Como a senhora vê isso?

Carmen –
 Vou responder a esta pergunta contando uma história, porque eu acho que ela fala mais do que qualquer teoria. Eu certamente hoje tenho uma relação com meus alunos que eu não podia ter há 16 anos. Atualmente tenho cerca de 120 a 180 alunos por semestre. Eu consigo ter um rosto, um nome e uma história de cada um deles. Consigo conhecer meus alunos e dialogar com eles. Tenho tempo para, ao longo do semestre, com cada um deles examinar uma situação, orientar, perguntar, ouvir e há este tempo que é possível, porque é o tempo, seja na sala, seja presencial, seja em rede, para esta possibilidade. Quando eu trabalhava nas instituições privadas eu tinha 44 horas por semana em sala de aula de dez a 14 turmas diferentes e 700 alunos. Com esses números, eu conseguia saber o que aconteceu naquela turma e guardar, eventualmente, o nome de um ou outro aluno. Mas eu não tenho como saber o que o aluno pensa se ele não escrever em uma prova, porque não há tempo para eu escutar um minuto cada um dos meus alunos numa sala de aula que tenha entre 50 e 70 alunos, como eu tinha. Tendo 78 alunos numa turma, como é comum na universidade, por certo, uns cinco vão perguntar e ninguém mais vai falar senão o professor.

‘‘Uns professores passaram a se negar a entrar em sala de aula, outros a não ter condições de estar em aula, pelo estresse, pela situação
de tensão’’
EC – A aula pode virar uma zona de atrito por conta do inchaço das turmas?

Carmen –
 Existe até a situação de deixar para fazer a pergunta fora da aula para os demais não terem acesso. Isso é sintomático. O próprio perguntar na aula significa a plenitude do diálogo. O que temos é 78 numa sala de universidade e 25 a 35 na Educação Básica. Num processo de alfabetização, como um professor consegue acompanhar 25 alunos? O processo de alfabetização é de uma delicadeza, de uma profundidade, porque a criança está ali pronta para aprender. O que ela aprender bem e corretamente ela aprende uma vez só, o que ela aprender de forma capenga (ou sem solidez e sem embasamento), em qualquer situação poste rior terá de se desconstruir aquilo e, desconstruir.Botar abaixo o que já está erguido, é fácil, reconstruir já é bem mais difícil, porque haverá resistência para qualquer aprendizado de coisas diferentes.

EC – Com isso, os problemas de indisciplina vão aumentar?

Carmen –
 Os problemas de indisciplina aumentam, até porque temos uma sociedade individualista em que o indivíduo só olha para si. Como é que quem olha só para si vai estar preocupado se o outro terminou ou não, perguntou ou não, perturbou ou não? 

EC – De repente, as crianças são hiperativas e precisam ser medicadas...

Carmen –
 Pois é. Aí, as crianças “precisam” de Ritalina e quetais para que fiquem amortecidas. Mas o que é este amortecimento? É resultado da falta de pessoas em quantidade suficiente para atender o aluno com qualidade, cuidado, atenção, espaço, materiais, condições. E isso vale para a educação privada ou pública em todos os níveis.

EC – Qual seria a quantidade ideal de alunos em cada nível?

Carmen – Pergunto: o ideal é aquilo que é possível ou o que é desejável? Eu poderia dizer que o meu ideal é 20 alunos. Mas tenho colegas que trabalham com turmas de 50 e acham que é ótimo por conta da forma como trabalham. Eu, se tivesse que trabalhar com 50 alunos todo o tempo ficaria afônica. Incidiria na primeira doença da profissão: a perda da voz. Sem a minha principal ferramenta, eu não trabalho. Mas, com certeza, grupos com

EC – E o velho argumento de que as aulas universitárias na Europa são para turmas numerosas com até 200 alunos ou mais?

Carmen 
– Normalmente o que se pensa é isso. Sim, mas é apenas uma aula por semestre neste formato e os alunos estudam sozinhos com tutores que vão fazer reuniões e estudos sistemáticos com grupos de oito a dez pessoas. Sem falar que são tutores de elevadíssima qualificação e que exercem papel docente, como os professores que temos aqui no cotidiano das escolas.

EC – Mas para as séries iniciais esta quantidade reduz bastante não é?

Carmen –
 A educação se tornou tão mercadoria que virou tema de análise midiática para que encontremos a solução. Outro dia li no jornal um elogio a um professor que faz um trabalho “maravilhoso” que não deixa nenhum aluno sem o caderno ser lido e nenhum aluno volta para casa sem um comentário por escrito sobre a tarefa que realizou. Só que este professor tem 12 alunos e três monitores dentro da sala, e é a condição na qual a escola que mais cobra dos pais pelo ensino para os seus alunos vai poder aparecer para dizer que é a melhor. Este professor até ganha relativamente bem se comparado a outros que ganham muito mal, e ele tem só 12 alunos. Mas esta não é a realidade das escolas, trata-se da exceção que é mostrada apenas para dizer que é possível fazer. Mas é possível assim, 12 alunos, um professor, dois monitores e mais os professores especializados de música, de teatro, de educação física etc. Ele tem 20 horas com a turma, mas desses, pelo menos oito alunos estão assistindo aulas de outras áreas.

EC – Turmas cheias colaboram para a indisciplina?

Carmen –
 Uma outra aluna, minha bolsista, que foi fazer estágio em uma escola que atende à população carente, encontrou a seguinte situação. Na alfabetização, mais de 20 crianças de seis anos em uma sala, sem o mínimo hábito de convivência. Cada um que levanta dá um chute no outro. Essa é a relação que as crianças estão mantendo entre si naquele ambiente. A professora que é titular da disciplina muitas vezes não sabe o que fazer. Então, a gente convive com tantos graus de violência do ponto de vista da civilidade mais elementar que o convívio fica difícil. São crianças pequenas que já sabem que, para sobreviver, tem de bater. E veja bem, eu não disse que essa escola não é privada, porque sei de situações similares em todas as redes. E quando o professor não entra neste jogo de participar da violência – muitas vezes o profissional também entra nesse tipo de relação –, constata que todo mundo está agredindo, e então ele agride para poder se proteger e se impor numa situação que é limite e desafiadora. E este processo é excessivamente desgastante para o professor, que continua tendo que voltar para a sala, para aquele mesmo grupo dia após dia e tem de constituir aquilo que do ponto de vista social eles não têm em outro lugar.

EC – Somam-se a isso outras questões que afetam o docente?

Carmen –
 O professor não entrar neste jogo é muito difícil, muito desafiador, porque ele também vive numa situação de violência, porque tem de trabalhar 60 horas por semana, em três locais diferentes, 20 horas em cada local com inúmeras turmas para ganhar um salário que dá para sobreviver. E nem estou falando de acumular riqueza, mas poder se manter com dignidade, ter as necessidades básicas atendidas, e ainda ter de conviver com formas de agressão e muitas vezes sendo também agredido.

‘‘ Entender a lógica e o processo de adoecimento é entender como a própria condição do trabalho dos professores se coloca e se move ’’
EC – Como conviver com isso e com o falso discurso da valorização?

Carmen –
 Há uma regra que diz que o professor tem de ser o adulto capaz de tomar definições e encaminhamentos. Ou seja, um regramento que é extremamente complexo e que permite situações esdrúxulas. Se um professor pedir para um aluno pintar uma parede vai ter de pagar a tinta e o valor da hora de trabalho. A construção coletiva deixa de existir e o compartilhamento não faz sentido. O aprender junto e o trocar também não, enfim. Por certo, para se dar valor a si mesmo, primeiro tem de ser reconhecido. Se a pessoa não se reconhece nem em si, também não se reconhece no outro, e o discurso sobre valores e valorização do professor pode virar uma armadilha. Se fala muito facilmente em valorizar, mas se não tem o correspondente em remuneração, condição de trabalho, condição da existência, condição do espaço físico, não é valorização. E puxar o debate da valorização a reboque de uma necessidade meramente econômica do setor produtivo, já desconstitui o lugar deste tema. Reforça a tese da mercantilização, da força de trabalho e faz parecer que os professores só fazem greve para ganhar aumento e só vale o dinheiro, como se o professor ter acesso às coisas de que necessita para ser um bom professor (cursos, jornais, livros, bens culturais) fosse por meio de um passe de mágica e que tudo pode se resolver pelo voluntarismo.
Reprodução do JORNAL EXTRA CLASSE.
Fonte: http://www.sinpro-rs.org.br

ASSINADO PROTOCOLO QUE PADRONIZA CALENDÁRIO ESCOLAR DE 2013 NO RIO GRANDE DO SUL


Foi assinado no dia 22 de novembro, no gabinete da Presidência da Assembleia Legislativa do RS, o protocolo de intenções que formaliza e padroniza o calendário escolar para 2013 no Rio Grande do Sul.  Pelo acordo firmado com representantes das redes pública e privada, o ano letivo terá início entre os dias 20 e 27 de  fevereiro de 2013 e encerramento previsto para 20 de dezembro de 2013.
O Presidente da AL saudou padronização do calendário escolar e se mostrou preocupado com a proposta da Lei Geral da Copa, que cria recesso escolar de um mês em 2014 em todas as instituições de ensino brasileiras e colocou-se à disposição para que o recesso escolar ocorra somente nos dias dos jogos.

Foi signatário pelo Sinpro/RS na assinatura do documento o diretor Celso Stefanoski. Também estavam presentes: Raul Gomes, representante do Conselho Estadual  de Educação do Rio Grande do Sul (CEED/RS); Júlio Dornelles, representante da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs); Milton Leo Gehrke, diretor do Sindicato dos Estabelecimentos do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe RS); Liege Lana Busius, vice-presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação; e Robison Giudicce Minuzzi, presidente da Federação das Associações e Círculos de Pais e Mestres do Rio Grande do Sul.  
Fonte: http://www.sinpro-rs.org.br

 

MERCADANTE: REPASSE DE ROYALTIES PARA EDUCAÇÃO NÃO PREJUDICA MUNICÍPIOS



Às vésperas da decisão sobre o projeto de redistribuição dos royalties do petróleo, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, rebateu na quinta-feira, 29, o argumento de que o repasse integral dos royalties para a educação é contra o interesse dos municípios.
Pelo contrário, não estamos tirando R$ 1 dos municípios. Só queremos que eles vinculem [o dinheiro] à educação”, disse. “Se analisarmos os municípios que tiveram muitos royalties ao longo dos anos, eles têm calçadas lindas, obras suntuosas, mas que projeto de futuro eles terão no dia em que não houver mais petróleo, que é uma riqueza não renovável?”, argumentou.
Após participar de cerimônia no Palácio do Planalto, Mercadante avaliou que o país precisa pensar em um projeto de longo prazo e que a base deve ser a educação de qualidade para todos. “Só seremos um país desenvolvido no dia em que tivermos educação universal e de qualidade”, reforçou.
Na sexta-feira, 30, vence o prazo para a presidenta Dilma Rousseff decidir se veta ou sanciona o projeto de redistribuição dos royalties do petróleo.
Independentemente da decisão que ela vai tomar em relação ao projeto da Câmara, sobre o veto, um tema que está em aberto, nossa luta para vincular 100% dos recursos do pré-sal, do pós-sal e todos os royalties do petróleo para a educação contínua”, concluiu Mercadante.
Com informações de Agência Brasil.