quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Beto confirma que vai privatizar educação


O Secretário de Educação, Adelmar Carabajal, confirmou nesta quinta-feira, em audiência na Câmara de Vereadores, que vai terceirizar a contratação de professores em pelo menos duas das novas escolas de educação infantil recém inauguradas na cidade. Ele também confirmou que não irá contratar nenhum novo professor, mesmo afirmando que entrarão na rede 600 novos alunos a partir do remanejamento e extinção de turmas no município.
Beto havia sido convidado para dar explicações sobre a extinção destas turmas, que repercutiu muito negativamente nas comunidades, em particular por terem sido pegas de surpresa exatamente no período de matrículas, deixando os pais aflitos e sem certeza nenhuma com relação ao futuro de seus filhos.
Beto confessou que não houve transferência automática dos alunos de uma rede para outra e que os pais deverão procurar as escolas do Estado para providenciarem as matrículas de seus filhos.
Beto mostrou uma matemática muito estranha para justificar seus atos. Ao mesmo tempo em que se vangloria da criação de novas vagas, garante que não haverá contratação de professores, ou seja, ele deverá fazer uma mágica para suprir um número maior de alunos com a mesma quantidade de professores. Isso se ninguém se aposentar ou se exonerar até o fim do ano.
A péssima matemática vai ainda mais longe: Beto justifica que não pode contratar mais professores em virtude da Lei de Responsabilidade Fiscal, mas não explicou de onde vai tirar dinheiro para pagar os empresários proprietários das empresas que sub contrarão os professores terceirizados. Ou seja, dinheiro público para alimentar o lucro dos capitalistas das empresas terceirizadoras, tem, mas para pagar os professores, não. Ele disse que a opinião das pessoas depende de que lado do balcão está. Apenas tergiversa para dizer que agora(sic!) defende os interesses do capital.
Este episódio evidenciou o que viemos dizendo há tempos: este governo é extremamente truculento, não ouve a comunidade e implanta sua política à fórceps. E, da tribuna, Beto dizia que estava aberto à negociação e ao diálogo com a comunidade. Mas só da tribuna, diante dos holofotes, pois na prática, há muito tempo não recebe ninguém para discutir suas políticas educacionais.

“Não sois máquinas! Homens é que sois!”


Charles Chaplin, O Grande Ditador, 1940
Encontramos no Facebook a postagem de uma suposta redação do ENEM. O texto que acompanha e justifica a postagem lamenta a, digamos, “limitação intelectual” da estudante. Diz sentir-se envergonhado.
Nós observamos outra coisa ali: a massificação da cultura consumista através do ENEM. Terá sido coincidência o debate sobre o automóvel, a mais importante indústria do planeta? Isso não constrói o automóvel enquanto cultura incentivando seu consumo (associa o automóvel a algo bom, a responsabilidade)? Não justifica a privatização do petróleo brasileiro e o legitima ainda mais como fonte de energia? Talvez no lugar onde a menina mora nem mesmo existam automóveis e o seu problema real seja a seca. Doeu ver a distância das políticas de educação brasileira com a realidade e a diversidade de seu povo.
Talvez o maior desafio dos trabalhadores em educação neste período histórico seja a resistência a transformação da educação em mera mercadoria reprodutora dos meios de produção capitalistas. Esta visão está expressa nas políticas públicas dos governos, nas três esferas, e é legitimado, inclusive, por parte da “academia”. O Secretário de Educação, Beto Carabajal, por exemplo, no seu trabalho de Mestrado em Educação defendeu o projeto "Tem Gente Atrás da Máquina", de educação profissionalizante da empresa Azaléia. No nível federal, o Pronatec, programa de educação profissionalizante, cumpre o papel de financiar estes cursos, em sua maioria promovidos pelas organizações de classe patronais (FIERGS, FIESP, Confederações). Ou seja, plenamente a serviço dos interesses econômicos do capital.
Na educação “tradicional”, o PNAIC, programa de capacitação de professores, também mostra seu caráter massificante ao reproduzir uma única realidade para o Brasil. O programa não dialoga com as diferenças culturais brasileiras. É uma imposição, agredindo a autonomia pedagógica.
E por ser uma necessidade do capital, e não uma construção social da maioria, estas políticas devem ser impostas sem discussão. É o que a Administração Municipal faz, como gestora final das políticas de educação.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Um fantasma ronda o Brasil

Existe algo de muito perverso no modo como o grupo no poder vem exercendo este poder. Nasceram da negação do capital e da herança stalinista do socialismo, mas hoje colocam todo o conhecimento e domínio do processo social-econômico adquirido na luta a serviço do capital e das classes dominantes. E numa sinistra inversão, o fantasma da prática stalinista, policialesca e manipuladora da história volta a assombrar abraçado ao capital.
É o “Grande Irmão” de George Orwell, que a tudo vê e a tudo controla. Quem poderia imaginar que os governos deste grupo teriam presos políticos; violência policial contra o povo; fariam leis antiterrorismo; invadissem casas e organizações de militantes atrás de “documentos”; apreenderiam livros de história, se mesmo ontem eles estavam do outro lado da trincheira?
Este clima sinistro dá calafrios em quem vive no dia-a-dia a opressão sofisticada deste grupo sobre os trabalhadores. Estamos numa terra sem lei, ou melhor, como diz a máxima: “Aos amigos tudo; aos inimigos, a lei”. Ficou claro isso no leilão de Libra; está claro também quando a administração ignora sentença que determina a aplicação de 1/3 de hora atividade aos professores municipais.
Evidentemente que não é ignorância da lei, mas intenção manifesta em descumpri-la em benefício de sua política. “Mandaram” as diretoras das escolas prepararem tabelas de horários prevendo a aplicação do 1/3 de hora atividade no ano passado, mas nada estava escrito e nada foi cumprido. Neste ano, também estão “mandando” calcular como ¼ de hora atividade, mas além de não ser o que determina a lei, também não possui nenhuma garantia de aplicação.
A propósito, anunciaram com pompa e circunstância a inauguração de 4 novas escolas, mas até agora nenhum professor foi chamado para trabalhar nestas novas classes (muito menos, evidentemente, para preencher os horários que eventualmente se abririam com a ampliação da hora atividade). Pior que isso, alguns concursados telefonaram para a administração e receberam como resposta que nestas novas escolas os professores seriam terceirizados.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Sindprofnh visita a Mostratec Junior


Visitamos nossas colegas professoras orientadoras e seus alunos e alunas para prestigiar os qualificados projetos do Ensino Fundamental apresentados na Mostratec Junior. Este evento científico é mais uma prova da necessidade da implementação de 1/3 de hora atividade. Trabalho de qualidade exige tempo e investimento.



quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Por que Lauermann não nos recebe?

Dia do professor é dia de lutar.
Existem duas lógicas conflitantes dentro do discurso e da prática da educação. Uma visão, incorporada principalmente pelos trabalhadores, é a de uma educação humanista, que forme seres humanos críticos, independentes e sujeitos de sua própria história. A outra visão pretende formar “mão-de-obra qualificada”; entende que o papel da educação é preparar as pessoas para o mercado de trabalho.
É um debate antigo e tem a ver com o desenvolvimento das forças produtivas e a divisão social do trabalho. Entretanto, o problema se agudiza na medida em que o capitalismo aprofunda sua estrutura na sociedade para resgatar as taxas de lucro em permanente queda.
Funciona assim: a fim de ampliar suas taxas de lucro, o capitalismo desenvolve tecnologias que reduzem o tempo entre a aquisição do capital constante (investimentos em equipamentos e matéria-prima) e a entrega final (venda e realização do lucro), mas principalmente passando pela produção, onde está o capital variável. Estas novas tecnologias exigem dos trabalhadores domínio de códigos de comunicação mais complexos e antes desnecessários.

Esta exigência de conhecimento provocada pelo desenvolvimento das forças produtivas faz com que o capitalismo moderno amplie a produção de mão-de-obra qualificada a operar estas tecnologias. Isto responde, por exemplo, o porquê dos investimentos em cursos técnicos (Pronatec) e a ampliação da estrutura física e operacional do sistema de educação.
Também responde sobre os métodos pedagógicos verticais que estão sendo aplicados na educação brasileira: treinamentos uniformes para os professores, desconhecendo as realidades locais e as diferenças e impondo como única realidade o mercado, como o PNAIC. Também a s provas de avaliação aplicadas desde o ensino fundamental até a universidade tem como objetivo a padronização da educação brasileira.
Mas ampliar o sistema de ensino é também ampliar o quadro de trabalhadores na educação. E para frear a queda das taxas de lucro do capital com o investimento em capital variável (força de trabalho), é necessário achatar salários. Mais uma vez, isto responde o porquê da insistência na retirada de direitos através de mudanças nos planos de carreira.
Mas tudo isso responde, principalmente, porque os administradores do Estado não podem negociar com os trabalhadores; responde o porquê da violência contra as manifestações populares e, mais, qual o limite dos capitalistas para garantirem suas taxas de lucro. Não é possível para os representantes do capital nos governos cederem a qualquer tipo de debate proposto pelos trabalhadores, na medida em que são lógicas irreconciliáveis: uma busca formar sujeitos críticos e independentes; outra, centrada no lucro, seres alienados e autômatos.

Por isso, nossa expectativa de que o governo municipal vá nos receber espontaneamente é bastante pequena. Já se passaram muitos dias desde que requeremos audiência e já há mais de dois meses a Mesa de Negociação Permanente não se reúne. Isto significa que as decisões unilaterais continuarão a serem tomadas e os nossos direitos a serem agredidos.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Aos professores em luta


O Sindiprof NH quer dar os parabéns e manifestar sua solidariedade a todos os trabalhadores em educação em luta. Em todo o país, professores se mobilizam e lutam contra o avanço das políticas neoliberais sobre a educação e os direitos dos trabalhadores.
Os trabalhadores em educação do Rio de Janeiro são um exemplo emblemático do momento histórico que vivemos, tanto pela violência do Estado contra os educadores, quanto pela resistência destes. A criminalização dos movimentos sociais com a prisão de manifestantes, leis proibindo máscaras, invasões de residências de ativistas, uso de armas químicas (spray pimenta, gás lacrimogênio), balas de borracha, helicópteros, revelam a importância da imposição de um mero Plano de Carreira.
Não são elogios, palmas e reconhecimento que as autoridades e a mídia desfilam neste Dia do Professor a verdadeira face da educação sob a nova etapa de desenvolvimento do capital. A violência policial, a truculência e o autoritarismo, a distorção midiática, o achatamento salarial dos trabalhadores, o sucateamento dos equipamentos e a educação a partir de cartilhas são, isto sim, a cara da nova educação no Brasil e no mundo.
Todos os professores que lutam merecem os parabéns, não neste dia apenas, mas no cotidiano de enfrentamento com a realidade de opressão e exploração que o capital tenta impor. Trocar valores, experiências positivas, construir conceitos universais é uma tarefa cada dia mais difícil frente a avalanche do individualismo, do consumismo, da ganância, da violência, do medo e da impunidade.

Mas os professores estão mostrando que resistem dentro e fora da sala de aula. E, como um novo ciclo de crise ainda mais aguda, os trabalhadores se auto-organizam e lutam.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Salário de deputado, prestígio de jogador

Salário de deputado, prestígio de jogador
Salve o professor!

Por Francisco Rodrigues, professor municipal

Ficamos deveras tristes e desolados ao ouvirmos homenagens ao dia do professor em uma potente rádio, meio de comunicação integrante de grande empresa midiática do sul do país. Citava esta seus anseios em relação ao respeito que deveria ser dedicado ao professor aqui por estes pagos. “Desejamos o salário de deputado e o prestígio de jogador de futebol aos professores”, disse por repetidas vezes, como convém para marcar a data ora comemorada (?).
Os professores ficam enrubescidos e talvez, um tanto quanto desencorajados, conscientes da atual situação que se encontra a Educação nesse país, e sabedores também, da árdua tarefa que os aguarda no dia a dia. Lamentam que tão importante meio de comunicação se manifeste para confundir a opinião popular no que diz respeito às práticas pedagógicas, persistentes e elucidativas que consistem na labuta de quem ensina.  Ao citarem o salário do deputado e o prestígio do jogador, nos parece claro o pouco caso que é dada a questão, já que o professor nunca vislumbrou tal possibilidade. Até porque, acreditamos haver uma inversão nesses valores econômicos e morais. Quem deveria possuir prestígio seria o Deputado, e o jogador, o salário.
O professor historicamente tem buscado em suas falas e suas ações, com seriedade e perseverança, a qualidade na educação, fator este que certamente resultaria em salário digno e investimentos em estruturas compatíveis com a qualidade requerida. Se o professor tivesse sido atendido e levado a sério, há algum tempo, logicamente que hoje não estaríamos amargurando a deficiência de serviços públicos apresentados na Educação, Saúde e Segurança, por quem se diz político de carreira, ou com qualquer cargo, que quando chega o fim do mês é necessário desfalcar o erário público para satisfazer seus instintos consumistas.
Nestes últimos dias recebemos a visita da Presidente da República, aqui em Novo Hamburgo, que também se manifestou em prol do aumento salarial dos professores. Seria uma ótima colocação por parte desta mandatária, desde que não fosse pronunciada em NH, terra na qual seus próprios adeptos trabalham insistentemente em diminuir salários e dificultar as ações desta categoria com procedimentos equivocados e lamentáveis.

Portanto, neste 15 de outubro, queremos lembrar dos professores, meditar sobre sua função, e colocar esta função na balança, para termos a noção exata da sua imensidão. A exploração a qual eles são expostos e os correspondentes investimentos que os nutrem para enfrentar, derrotar e erguer a sociedade, capacitando-a para os enfrentamentos que precisam ser ultrapassados em busca de uma grande nação, que sem sombra de dúvida, depende mais de professores do que de deputados e jogadores de futebol.

Dia do professor

Mobilização dos professores municipais em 2009

O Sindicato dos Professores Municipais de Novo Hamburgo surgiu há 8 anos, do movimento proposto por alguns colegas professores que defendiam a ideia de que é possível fazer uma frente de luta dos educadores. Nascido no banco da praça, após uma jornada exaustiva de trabalho, estas professoras e professores mostraram que educação não se faz apenas dentro das salas de aula.
O Sindprof NH surge a partir da necessidade de defender as professoras e professores municipais dos ataques da administração pública, consolidadas pelo modelo capitalista. Inicialmente, vários espaços foram cedidos para abrigar os educadores. Começaram as reflexões, as discussões sobre o ambiente de trabalho, estrutura, saúde e legislação. Á medida que crescia o grupo de discussão se firmava o espaço de luta das trabalhadoras e trabalhadores. O sindicato tomou corpo, tomou espaço, tornou-se referência na defesa da educação pública de qualidade. Interagindo com diversos sindicatos da região, possui autonomia em relação às suas decisões e ações diante da categoria. Este espaço sempre foi local de afirmação e atualmente todas as escolas municipais participam das decisões através dos seus representantes no Conselho Político Sindical. As reuniões ocorrem mensalmente e propõe que professoras e professores estejam sempre atualizados sobre as demandas políticas da educação e legislação do trabalho e da infância.
Oito anos se passaram e trazemos na bagagem a marca de muitas vitórias como entidade sindical. Mesmo tendo sido brutalmente atacados em 2008, com o fim do plano de carreira 336/2000, não deixamos de lutar pela educação hamburguense. É nosso papel defender que a máxima “os professores não são uma classe unida” está errada: Novo Hamburgo tem mostrado ao longo destes anos que tem professores críticos, responsáveis, sérios, políticos e acima de tudo, capazes de lutar com garra pela educação pública de qualidade. Têm feito seu papel de agente social denunciando o descaso da administração pública em relação à estrutura física das escolas, falta de professores, adoecimento do corpo docente, disseminação do apostilamento e transformação da educação em mercadoria.
Este Sindicato dedica a homenagem a todas as professoras e professores que têm enfrentado inúmeras dificuldades no chão de suas salas de aula. Educadores que mesmo com o assédio que sofrem, buscam forças para enfrentar o autoritarismo que invade as escolas municipais da cidade. São a estes professores, que não se conformam em ter suas salas lotadas de alunos, janelas quebradas, salas sem portas, falta de 1/3 de hora atividade, que dedicamos o dia 15 de outubro e os oito anos de SINDPROF/NH.
Foram muitas conquistas durante estes 8 anos, entre elas podemos destacar  o auxilio alimentação para os professores (2008), o reconhecimento das 40h para a aposentadoria (2009); eleição para diretores e diretoras de escola (2009); aposentadoria especial para todos os professores que atuam em espaços educativos (2009); auxílio alimentação para os professores que trabalham 20h (2011); a equiparação dos salários dos facilitadores de informática aos professores  assistentes de informática (2011). Foi o primeiro sindicato a ganhar na justiça o direito a 1/3 da hora atividade e tem se destacado pela determinação na luta contra a discriminação (agora em agosto, ganhou uma liminar para que uma professora representasse nossa categoria em um congresso sobre  mutação genética na Europa); tem incansavelmente, lutado para que ocorra a reclassificação dos professores conforme a lei 2340; está pressionando a administração para que seja respeitado o direito das professoras e dos professores da educação infantil, que já sofrem por receberem menor salário e agora, por falta de organização, precisam largar seus alunos, sua comunidade escolar e abandonar seu planejamento pedagógico para suprir as vagas das professoras e professores que Novo Hamburgo perdeu.
Todos estes avanços foram conquistados com o esforço, a determinação e a disposição de luta do megistério, através  da mobilização e realização de reuniões, assembleias e manifestações para que tivessem seus direitos reconhecidos. Apesar de tantas vitórias, nem tudo são flores: estamos sofrendo diversos ataques. O mais grave deles, que ocorreu em 2009, foi a extinção do plano de carreira 333 e que seus reflexos continuam atingido todas e todos. O novo plano, 2340/2011 tem causado a exoneração de muitas professoras e professores que, além de terem salário diferenciado, precisam lutar para que seja cumprida a lei.

Ouvimos neste início de ano o discurso politiqueiro prometendo melhorias no plano de carreira, valorização, melhores condições de trabalho. O que não tem sido possível, graças a falta de vontade política desta administração, que desvaloriza os professores e professoras municipais, optando por dividir a categoria seguindo  a lógica do Império Romano: “dividir para conquistar”. No entanto, a categoria não se furta de fazer o debate sobre a importância e a necessidade de valorizar os professores e professoras e tem travado diversas lutas através do posicionamento e do apoio da comunidade hamburguense, na busca por uma educação de qualidade para as nossas crianças, jovens e adultos; por nossa valorização; pela imposição de melhores condições de trabalho; pelo movimento contra o assédio moral e a promoção da saúde do docente.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O que representa a visita de Dilma

Foto: Tânia Rêgo, Agência Brasil - Manifestação na assembléia
de professores no Rio de Janeiro, mas poderia ser aqui...

Nos últimos dias temos visto um ascenso na luta dos professores por todo o país. Em vários estados e municípios brasileiros os professores pararam ou estão parados por conta da ofensiva do capital contra a educação. Em todos os lugares o debate é basicamente o mesmo: alterações nos Planos de Carreira dos educadores, com a redução de direitos e implantação das políticas tecnizantes do ensino.
E os representantes do capital nos governos, de Novo Hamburgo à Brasília, passando por praticamente todo o espectro partidário (com honrosas exceções) mostram que irão utilizar todos os meios para garantir a implantação destas políticas. E todos os meios inclui a criminalização dos movimentos de protesto e o uso irrestrito de violência para reprimir os trabalhadores.
As forças produtivas sob o capitalismo chegaram a tal ponto de desenvolvimento que não é mais possível que os trabalhadores não dominem minimamente códigos de comunicação complexos, a fim de poderem operar as novas tecnologias. Analfabetos não compram smart fones e não conseguem operar na linha de produção máquinas com tecnologias avançadas.
A produção de uma força de trabalho massissamente preparada para operar as novas tecnologias exige a ampliação do sistema educacional, além da subordinação do seu método pedagógico à lógica da produção capitalista. Há uma contradição aqui típica do capitalismo: ao mesmo tempo em que exige especialização da força de trabalho, o capital desvaloriza esta especialização com o achatamento dos salários dos profissionais a partir da lei da oferta e da procura (que só vale para a mercadoria trabalho).
Isto responde porquê os governos federal e municipal se dedicam com tanto afinco na construção de novos prédios escolares e, ao mesmo tempo, tratam os professores com tanto desrespeito.  No projeto do capital, se não há espaço para uma educação humanizadora, muito menos há espaço para a democracia e o debate.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Sindprof reafirma objetivos políticos

Tomaz Silva/ABr - Greve dos professores em São Paulo

A direção do Sindprof esteve reunida nesta quarta-feira, 02, com a Comissão de Educação da Câmara de Vereadores, vereadores Issur Koch e Roger Corrêa, presidente da Comissão. O Vereador Betinho, também membro da Comissão, não compareceu. O Sindicato procurou a Comissão a fim de que mediem o retorno às negociações entre o Sindicato e a Administração Municipal. O presidente da Comissão, Roger Corrêa, se comprometeu a tentar uma reunião com o prefeito Luis Lauermann e o Secretário de Educação, Adelmar Alberto Carabajal.
O Sindprof reitera que sua única e exclusiva preocupação é com o retorno ao debate e o atendimento das reivindicações do magistério municipal. Queremos apenas que o Executivo sente na mesa de negociações e apresente suas propostas de encaminhamento em relação a vida funcional dos professores para que eles possam ter ciência do seu futuro; assim como também ter a oportunidade de ouvir nossos entendimentos sobre a educação municipal.
Infelizmente o governo municipal vem se negando a negociar com os trabalhadores em educação. As reuniões da “Mesa de negociação permanente” que ocorreram não decidiram nada e os representantes da prefeitura sequer aceitaram assinar ata. O Secretário de Educação, Adelmar Alberto Carabajal, só se fez ausente e todas as medidas que tomou até o momento são unilaterais.
O Sindprof reafirma sua independência de governos e partidos; reafirma seu compromisso de classe e que seus objetivos são políticos, isto é, defender, irrestritamente, os interesses dos professores municipais. Não dividimos os debates acerca do caráter ou da personalidade de quem quer que seja, o que significa também que não iremos nos imiscuir nas prerrogativas de gestão.
Reafirmamos, por consequência, que o plano de carreira imposto pelo executivo na administração passada ainda continua sendo objeto de discussão para a categoria. Não podemos aceitar que trabalhadores que exercem rigorosamente a mesma função sejam tratados diferentemente. Pelo princípio da isonomia, exigimos que o governo enquadre igualmente todos os professores.
A Administração Municipal também foi condenada em outubro de 2012 a implementar o 1/3 de hora atividade. A administração recorreu, obteve o direito de ir à instância superior, mas não a suspensão da decisão. Esta é uma exigência da categoria que o governo deve cumprir não por conta do problema legal, mas porque qualifica a educação de nossas crianças.

Estes são os temas que estão em debate para os professores municipais de Novo Hamburgo e que exigimos negociar com a Administração Pública.

Solidariedade ao Sindprof NH

PARADOXOS...

Na vida nos deparamos com paradoxos, contradições.

Perplexos, assistimos a violência praticada contra os professores no Rio de Janeiro, com o uso irracional de bombas de efeito moral, spray de pimenta e outros artefatos. No Rio Grande do Sul, recentemente, ocorreram episódios semelhantes.

Leio no site do SINDPROF (Sindicato dos Professores Municipais de Novo Hamburgo) que sua presidente foi transferida, no mínimo de forma equivocada e no máximo arbitrária, conforme nota de solidariedade do Grêmio dos Funcionários. Seja de forma equivocada ou arbitrária é uma atitude que, sem dúvida, atinge todos os trabalhadores.

Nesse momento é indispensável que não se poupe esforços para que o diálogo se restabeleça. A verdade é que governos estaduais e municipais descumprem leis (Lei do Piso Nacional, por exemplo) e respondem, muito deles, com autoritarismo e arrogância quando os educadores exigem seus direitos.

Vale lembrar aos que desempenham cargos no Executivo (estadual ou municipal) que nenhum governo que desrespeitou a educação passou impune. Almejar educação de qualidade e não respeitar os educadores são atitudes paradoxais, contraditórias.

Defender a democracia, lutar pela mesma, como muitos que hoje estão no poder fizeram no passado, e, agora não aceitar a crítica e negar-se a sentar à mesa de negociação é como rasgar a história em que foram protagonistas.

Por outro lado, os educadores não suportam mais as desculpas dos governos de que não têm dinheiro para a educação, enquanto para outros setores sobram recursos.

É lamentável e extremamente decepcionante ver episódios como os do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul. Bombas contra educadores! A perseguição a sindicalistas não tem nada de democrático.

Tais atitudes tornam-se extremamente paradoxais ao partirem de executivos, liderados pelo partido, cuja maior estrela é ex-sindicalista e foi presidente da República. Talvez seja o momento de alguns reverem seu passado e lembrar seu tempo de luta. Quem sabe isso desarmaria os ânimos e aumentaria a compreensão com os que ainda lutam!

Siden Francesch do Amaral
Diretor Geral do 14º Núcleo CPERS/Sindicato


NOTA

O Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (SIMPA) manifesta seu repúdio à tentativa de transferência de local de trabalho da presidente do Sindicato dos Professores Municipais de Novo Hamburgo (SINDPROFENH), Andreza Mara Formento.

A tentativa de transferência é mais um exemplo de assédio moral no serviço público. A professora Andreza Mara Formento não pode ser punida por exigir uma gestão democrática e transparente dos recursos públicos da Educação em Novo Hamburgo.

Exigimos que o prefeito Luis Lauermann (PT) tome providências para combater as práticas de assédio moral no serviço público municipal e investigue a denúncia de perseguição política à dirigente sindical.

Porto Alegre, 01 de outubro de 2013

SIMPA – Sindicato dos Municipários de Porto Alegre