Foto: Tânia Rêgo, Agência Brasil - Manifestação na assembléia de professores no Rio de Janeiro, mas poderia ser aqui... |
Nos últimos dias temos visto um ascenso na luta dos
professores por todo o país. Em vários estados e municípios brasileiros os
professores pararam ou estão parados por conta da ofensiva do capital contra a
educação. Em todos os lugares o debate é basicamente o mesmo: alterações nos
Planos de Carreira dos educadores, com a redução de direitos e implantação das
políticas tecnizantes do ensino.
E os representantes do capital nos governos, de Novo
Hamburgo à Brasília, passando por praticamente todo o espectro partidário (com
honrosas exceções) mostram que irão utilizar todos os meios para garantir a
implantação destas políticas. E todos os meios inclui a criminalização dos
movimentos de protesto e o uso irrestrito de violência para reprimir os
trabalhadores.
As forças produtivas sob o capitalismo chegaram a tal ponto
de desenvolvimento que não é mais possível que os trabalhadores não dominem
minimamente códigos de comunicação complexos, a fim de poderem operar as novas
tecnologias. Analfabetos não compram smart fones e não conseguem operar na
linha de produção máquinas com tecnologias avançadas.
A produção de uma força de trabalho massissamente preparada
para operar as novas tecnologias exige a ampliação do sistema educacional, além
da subordinação do seu método pedagógico à lógica da produção capitalista. Há
uma contradição aqui típica do capitalismo: ao mesmo tempo em que exige especialização
da força de trabalho, o capital desvaloriza esta especialização com o achatamento
dos salários dos profissionais a partir da lei da oferta e da procura (que só
vale para a mercadoria trabalho).
Isto responde porquê os governos federal e
municipal se dedicam com tanto afinco na construção de novos prédios escolares
e, ao mesmo tempo, tratam os professores com tanto desrespeito. No projeto do capital, se não há espaço para uma
educação humanizadora, muito menos há espaço para a democracia e o debate.
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