segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Dia do professor

Mobilização dos professores municipais em 2009

O Sindicato dos Professores Municipais de Novo Hamburgo surgiu há 8 anos, do movimento proposto por alguns colegas professores que defendiam a ideia de que é possível fazer uma frente de luta dos educadores. Nascido no banco da praça, após uma jornada exaustiva de trabalho, estas professoras e professores mostraram que educação não se faz apenas dentro das salas de aula.
O Sindprof NH surge a partir da necessidade de defender as professoras e professores municipais dos ataques da administração pública, consolidadas pelo modelo capitalista. Inicialmente, vários espaços foram cedidos para abrigar os educadores. Começaram as reflexões, as discussões sobre o ambiente de trabalho, estrutura, saúde e legislação. Á medida que crescia o grupo de discussão se firmava o espaço de luta das trabalhadoras e trabalhadores. O sindicato tomou corpo, tomou espaço, tornou-se referência na defesa da educação pública de qualidade. Interagindo com diversos sindicatos da região, possui autonomia em relação às suas decisões e ações diante da categoria. Este espaço sempre foi local de afirmação e atualmente todas as escolas municipais participam das decisões através dos seus representantes no Conselho Político Sindical. As reuniões ocorrem mensalmente e propõe que professoras e professores estejam sempre atualizados sobre as demandas políticas da educação e legislação do trabalho e da infância.
Oito anos se passaram e trazemos na bagagem a marca de muitas vitórias como entidade sindical. Mesmo tendo sido brutalmente atacados em 2008, com o fim do plano de carreira 336/2000, não deixamos de lutar pela educação hamburguense. É nosso papel defender que a máxima “os professores não são uma classe unida” está errada: Novo Hamburgo tem mostrado ao longo destes anos que tem professores críticos, responsáveis, sérios, políticos e acima de tudo, capazes de lutar com garra pela educação pública de qualidade. Têm feito seu papel de agente social denunciando o descaso da administração pública em relação à estrutura física das escolas, falta de professores, adoecimento do corpo docente, disseminação do apostilamento e transformação da educação em mercadoria.
Este Sindicato dedica a homenagem a todas as professoras e professores que têm enfrentado inúmeras dificuldades no chão de suas salas de aula. Educadores que mesmo com o assédio que sofrem, buscam forças para enfrentar o autoritarismo que invade as escolas municipais da cidade. São a estes professores, que não se conformam em ter suas salas lotadas de alunos, janelas quebradas, salas sem portas, falta de 1/3 de hora atividade, que dedicamos o dia 15 de outubro e os oito anos de SINDPROF/NH.
Foram muitas conquistas durante estes 8 anos, entre elas podemos destacar  o auxilio alimentação para os professores (2008), o reconhecimento das 40h para a aposentadoria (2009); eleição para diretores e diretoras de escola (2009); aposentadoria especial para todos os professores que atuam em espaços educativos (2009); auxílio alimentação para os professores que trabalham 20h (2011); a equiparação dos salários dos facilitadores de informática aos professores  assistentes de informática (2011). Foi o primeiro sindicato a ganhar na justiça o direito a 1/3 da hora atividade e tem se destacado pela determinação na luta contra a discriminação (agora em agosto, ganhou uma liminar para que uma professora representasse nossa categoria em um congresso sobre  mutação genética na Europa); tem incansavelmente, lutado para que ocorra a reclassificação dos professores conforme a lei 2340; está pressionando a administração para que seja respeitado o direito das professoras e dos professores da educação infantil, que já sofrem por receberem menor salário e agora, por falta de organização, precisam largar seus alunos, sua comunidade escolar e abandonar seu planejamento pedagógico para suprir as vagas das professoras e professores que Novo Hamburgo perdeu.
Todos estes avanços foram conquistados com o esforço, a determinação e a disposição de luta do megistério, através  da mobilização e realização de reuniões, assembleias e manifestações para que tivessem seus direitos reconhecidos. Apesar de tantas vitórias, nem tudo são flores: estamos sofrendo diversos ataques. O mais grave deles, que ocorreu em 2009, foi a extinção do plano de carreira 333 e que seus reflexos continuam atingido todas e todos. O novo plano, 2340/2011 tem causado a exoneração de muitas professoras e professores que, além de terem salário diferenciado, precisam lutar para que seja cumprida a lei.

Ouvimos neste início de ano o discurso politiqueiro prometendo melhorias no plano de carreira, valorização, melhores condições de trabalho. O que não tem sido possível, graças a falta de vontade política desta administração, que desvaloriza os professores e professoras municipais, optando por dividir a categoria seguindo  a lógica do Império Romano: “dividir para conquistar”. No entanto, a categoria não se furta de fazer o debate sobre a importância e a necessidade de valorizar os professores e professoras e tem travado diversas lutas através do posicionamento e do apoio da comunidade hamburguense, na busca por uma educação de qualidade para as nossas crianças, jovens e adultos; por nossa valorização; pela imposição de melhores condições de trabalho; pelo movimento contra o assédio moral e a promoção da saúde do docente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Perfeito!