Mobilização dos professores municipais em 2009 |
O
Sindicato dos Professores Municipais de Novo Hamburgo surgiu há 8 anos, do
movimento proposto por alguns colegas professores que defendiam a ideia de que
é possível fazer uma frente de luta dos educadores. Nascido no banco da praça,
após uma jornada exaustiva de trabalho, estas professoras e professores mostraram
que educação não se faz apenas dentro das salas de aula.
O Sindprof
NH surge a partir da necessidade de defender as professoras e professores
municipais dos ataques da administração pública, consolidadas pelo modelo
capitalista. Inicialmente, vários espaços foram cedidos para abrigar os
educadores. Começaram as reflexões, as discussões sobre o ambiente de trabalho,
estrutura, saúde e legislação. Á medida que crescia o grupo de discussão se
firmava o espaço de luta das trabalhadoras e trabalhadores. O sindicato tomou
corpo, tomou espaço, tornou-se referência na defesa da educação pública de
qualidade. Interagindo com diversos sindicatos da região, possui autonomia em
relação às suas decisões e ações diante da categoria. Este espaço sempre foi
local de afirmação e atualmente todas as escolas municipais participam das
decisões através dos seus representantes no Conselho Político Sindical. As
reuniões ocorrem mensalmente e propõe que professoras e professores estejam
sempre atualizados sobre as demandas políticas da educação e legislação do
trabalho e da infância.
Oito anos
se passaram e trazemos na bagagem a marca de muitas vitórias como entidade
sindical. Mesmo tendo sido brutalmente atacados em 2008, com o fim do plano de
carreira 336/2000, não deixamos de lutar pela educação hamburguense. É nosso
papel defender que a máxima “os professores não são uma classe unida” está
errada: Novo Hamburgo tem mostrado ao longo destes anos que tem professores
críticos, responsáveis, sérios, políticos e acima de tudo, capazes de lutar com
garra pela educação pública de qualidade. Têm feito seu papel de agente social
denunciando o descaso da administração pública em relação à estrutura física
das escolas, falta de professores, adoecimento do corpo docente, disseminação
do apostilamento e transformação da educação em mercadoria.
Este
Sindicato dedica a homenagem a todas as professoras e professores que têm
enfrentado inúmeras dificuldades no chão de suas salas de aula. Educadores que
mesmo com o assédio que sofrem, buscam forças para enfrentar o autoritarismo
que invade as escolas municipais da cidade. São a estes professores, que não se
conformam em ter suas salas lotadas de alunos, janelas quebradas, salas sem
portas, falta de 1/3 de hora atividade, que dedicamos o dia 15 de outubro e os
oito anos de SINDPROF/NH.
Foram muitas conquistas durante estes 8 anos, entre elas
podemos destacar o auxilio alimentação
para os professores (2008), o reconhecimento das 40h para a aposentadoria
(2009); eleição para diretores e diretoras de escola (2009); aposentadoria
especial para todos os professores que atuam em espaços educativos (2009);
auxílio alimentação para os professores que trabalham 20h (2011); a equiparação
dos salários dos facilitadores de informática aos professores assistentes de informática (2011). Foi o
primeiro sindicato a ganhar na justiça o direito a 1/3 da hora atividade e tem
se destacado pela determinação na luta contra a discriminação (agora em agosto,
ganhou uma liminar para que uma professora representasse nossa categoria em um
congresso sobre mutação genética na Europa);
tem incansavelmente, lutado para que ocorra a reclassificação dos professores
conforme a lei 2340; está pressionando a administração para que seja respeitado
o direito das professoras e dos professores da educação infantil, que já sofrem
por receberem menor salário e agora, por falta de organização, precisam largar
seus alunos, sua comunidade escolar e abandonar seu planejamento pedagógico
para suprir as vagas das professoras e professores que Novo Hamburgo perdeu.
Todos estes avanços foram conquistados com o esforço, a
determinação e a disposição de luta do megistério, através da mobilização e realização de reuniões, assembleias
e manifestações para que tivessem seus direitos reconhecidos. Apesar de tantas
vitórias, nem tudo são flores: estamos sofrendo diversos ataques. O mais grave
deles, que ocorreu em 2009, foi a extinção do plano de carreira 333 e que seus
reflexos continuam atingido todas e todos. O novo plano, 2340/2011 tem causado
a exoneração de muitas professoras e professores que, além de terem salário diferenciado,
precisam lutar para que seja cumprida a lei.
Ouvimos neste início de ano o discurso
politiqueiro prometendo melhorias no plano de carreira, valorização, melhores
condições de trabalho. O que não tem sido possível, graças a falta de vontade
política desta administração, que desvaloriza os professores e professoras
municipais, optando por dividir a categoria seguindo a lógica do Império Romano: “dividir para
conquistar”. No entanto, a categoria não se furta de fazer o debate sobre a
importância e a necessidade de valorizar os professores e professoras e tem
travado diversas lutas através do posicionamento e do apoio da comunidade
hamburguense, na busca por uma educação de qualidade para as nossas crianças,
jovens e adultos; por nossa valorização; pela imposição de melhores condições
de trabalho; pelo movimento contra o assédio moral e a promoção da saúde do
docente.
Um comentário:
Perfeito!
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