Salário de deputado, prestígio de jogador
Salve o professor!
Por Francisco Rodrigues, professor municipal
Ficamos deveras tristes e desolados
ao ouvirmos homenagens ao dia do professor em uma potente rádio, meio de
comunicação integrante de grande empresa midiática do sul do país. Citava esta
seus anseios em relação ao respeito que deveria ser dedicado ao professor aqui
por estes pagos. “Desejamos o salário de deputado e o prestígio de jogador de
futebol aos professores”, disse por repetidas vezes, como convém para marcar a
data ora comemorada (?).
Os professores ficam enrubescidos e
talvez, um tanto quanto desencorajados, conscientes da atual situação que se
encontra a Educação nesse país, e sabedores também, da árdua tarefa que os
aguarda no dia a dia. Lamentam que tão importante meio de comunicação se
manifeste para confundir a opinião popular no que diz respeito às práticas
pedagógicas, persistentes e elucidativas que consistem na labuta de quem
ensina. Ao citarem o salário do deputado e o prestígio do jogador, nos
parece claro o pouco caso que é dada a questão, já que o professor nunca
vislumbrou tal possibilidade. Até porque, acreditamos haver uma inversão nesses
valores econômicos e morais. Quem deveria possuir prestígio seria o Deputado, e
o jogador, o salário.
O professor historicamente tem
buscado em suas falas e suas ações, com seriedade e perseverança, a qualidade na educação, fator este que
certamente resultaria em salário digno e investimentos em estruturas
compatíveis com a qualidade requerida. Se o professor tivesse sido atendido e
levado a sério, há algum tempo, logicamente que hoje não estaríamos amargurando a deficiência de
serviços públicos apresentados na Educação, Saúde e Segurança, por quem se diz político
de carreira, ou com qualquer cargo, que quando chega o fim do mês é necessário
desfalcar o erário público para satisfazer seus instintos consumistas.
Nestes últimos dias recebemos a
visita da Presidente da República, aqui em Novo Hamburgo, que também se
manifestou em prol do aumento salarial dos professores. Seria uma ótima
colocação por parte desta mandatária, desde que não fosse pronunciada em NH,
terra na qual seus próprios adeptos trabalham insistentemente em diminuir
salários e dificultar as ações desta categoria com procedimentos equivocados e
lamentáveis.
Portanto, neste 15 de outubro,
queremos lembrar dos professores, meditar sobre sua função, e colocar esta
função na balança, para termos a noção exata da sua imensidão. A exploração a
qual eles são expostos e os correspondentes investimentos que os nutrem para
enfrentar, derrotar e erguer a sociedade, capacitando-a para os enfrentamentos
que precisam ser ultrapassados em busca de uma grande nação, que sem sombra de
dúvida, depende mais de professores do que de deputados e jogadores de futebol.
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