quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Por que Lauermann não nos recebe?

Dia do professor é dia de lutar.
Existem duas lógicas conflitantes dentro do discurso e da prática da educação. Uma visão, incorporada principalmente pelos trabalhadores, é a de uma educação humanista, que forme seres humanos críticos, independentes e sujeitos de sua própria história. A outra visão pretende formar “mão-de-obra qualificada”; entende que o papel da educação é preparar as pessoas para o mercado de trabalho.
É um debate antigo e tem a ver com o desenvolvimento das forças produtivas e a divisão social do trabalho. Entretanto, o problema se agudiza na medida em que o capitalismo aprofunda sua estrutura na sociedade para resgatar as taxas de lucro em permanente queda.
Funciona assim: a fim de ampliar suas taxas de lucro, o capitalismo desenvolve tecnologias que reduzem o tempo entre a aquisição do capital constante (investimentos em equipamentos e matéria-prima) e a entrega final (venda e realização do lucro), mas principalmente passando pela produção, onde está o capital variável. Estas novas tecnologias exigem dos trabalhadores domínio de códigos de comunicação mais complexos e antes desnecessários.

Esta exigência de conhecimento provocada pelo desenvolvimento das forças produtivas faz com que o capitalismo moderno amplie a produção de mão-de-obra qualificada a operar estas tecnologias. Isto responde, por exemplo, o porquê dos investimentos em cursos técnicos (Pronatec) e a ampliação da estrutura física e operacional do sistema de educação.
Também responde sobre os métodos pedagógicos verticais que estão sendo aplicados na educação brasileira: treinamentos uniformes para os professores, desconhecendo as realidades locais e as diferenças e impondo como única realidade o mercado, como o PNAIC. Também a s provas de avaliação aplicadas desde o ensino fundamental até a universidade tem como objetivo a padronização da educação brasileira.
Mas ampliar o sistema de ensino é também ampliar o quadro de trabalhadores na educação. E para frear a queda das taxas de lucro do capital com o investimento em capital variável (força de trabalho), é necessário achatar salários. Mais uma vez, isto responde o porquê da insistência na retirada de direitos através de mudanças nos planos de carreira.
Mas tudo isso responde, principalmente, porque os administradores do Estado não podem negociar com os trabalhadores; responde o porquê da violência contra as manifestações populares e, mais, qual o limite dos capitalistas para garantirem suas taxas de lucro. Não é possível para os representantes do capital nos governos cederem a qualquer tipo de debate proposto pelos trabalhadores, na medida em que são lógicas irreconciliáveis: uma busca formar sujeitos críticos e independentes; outra, centrada no lucro, seres alienados e autômatos.

Por isso, nossa expectativa de que o governo municipal vá nos receber espontaneamente é bastante pequena. Já se passaram muitos dias desde que requeremos audiência e já há mais de dois meses a Mesa de Negociação Permanente não se reúne. Isto significa que as decisões unilaterais continuarão a serem tomadas e os nossos direitos a serem agredidos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Se o prefeito não quer nos receber denuncia nele!!! O sindicato nõa pode ficar esmolando. Entrem na justiça!!!! na vida se aprende por amor ou por força/dor.

E porque não fazer uma queixa formal ao gabinete do MEC? o sindiprof tem todo o direito de denunciar e exigir o tanedimento a classe. denuncie assédio moral aos docentes, plano de carreira ilegal, falta de diálogo. o que estamos esperando? acabar o mandato do lauerman?

aqui estão os endereços e telefones do gabinete do MEC!
Ministro de Estado da Educação: Aloizio Mercadante
Esplanada dos Ministérios, Bl. “L” ­ 8º Andar - Gabinete
70047-900 - Brasília - DF
Fone: 61-2022-7828 / 7822
E-mail: gabinetedoministro@mec.gov.br

Chefe de Gabinete: Luiz Antônio de Mello Rebello
Esplanada dos Ministérios, Bl. “L” ­ 8º Andar - Gabinete
70047-900 - Brasília - DF
Fone: 61-2022-7840 / 7839
E-mail: chefiadegabinetegm@mec.gov.br

Assessora (Chefe de Gabinete Adjunto): Anna Carolina Rabello de Lucena Castro
Esplanada dos Ministérios, Bl. “L” ­ 8º Andar Gabinete
70049-900 - Brasília - DF
Fone: 61-2022-7840 / 7839
E-mail: chefiadegabinetegm@mec.gov.br