quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Novo Hamburgo fecha turmas, mas garante US$ 23 milhões para obras eleitoreiras






Após três anos de total inoperância, o prefeito de Novo Hamburgo começa sua campanha eleitoral antecipada. O Dinheiro que não existia para pagar o dissídio do funcionalismo em uma única parcela, agora aparece em abundância para a construção de verdadeiros elefantes brancos.

A primeira edificação faraônica aprovada pelo prefeito é a revitalização do Parcão. Mais de quatro milhões e meio de reais serão investidos na estrutura do parque, uma obra que esvazia os cofres do município, mas que enche os olhos dos eleitores menos atentos.

Apesar da “crise”, Novo Hamburgo teve um crescimento de 6% em 2015, ainda assim o orçamento aprovado para 2016 é menor do que o deste ano. A redução que tem como justificativa possíveis mudanças na economia do país e consequentemente uma arrecadação menor.

Os quatro milhões e meio de reais que serão destinados para a obra do Parcão, é uma pequena fração dos mais de vinte e três milhões de dólares, sim DÓLARES, do Programa de Desenvolvimento Municipal Integrado (PMDI) que tem contrapartida de igual valor para o município. Isso significa que, de acordo com a cotação do dólar no dia de hoje R$ 3,85, Novo Hamburgo terá que arcar com mais de noventa e dois milhões de reais de seu apertado orçamento para garantir o cumprimento do programa.

Enquanto isso nas escolas com goteiras, alunos continuam sem professores, e ainda há ameaça de fechamentos de turmas. Uma nova lei exige que crianças a partir de quatro anos sejam matriculadas na rede municipal, para dar conta da demanda que aumenta o repasse de verbas para a cidade, professores serão remanejados para turmas de educação infantil, enquanto os alunos serão realocados para turmas superlotadas. 

Ao destinar somente 25% do orçamento para educação, Lauermann ignora uma das diretrizes da Conferência Nacional de Educação de 2014 (CONAE) e também do recém sancionado Plano Municipal de Educação (PME) que afirmam que no mínimo 30% do orçamento devem ser aplicados em educação, afim de garantir a qualidade do ensino. 

Mesmo sobrando dinheiro no município, a educação continua num processo de precarização em Novo Hamburgo e a razão é simples: O investimento em educação não tem a mesma visibilidade de uma bela reforma em um parque, que em 2011 foi notícia de uma obra similar que ficaria pronta em meados de 2012, coincidentemente, também era um ano pré-eleitoral...

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