Nos últimos dias de 2014 a Secretária Municipal de Educação
lançou o projeto Escola Coruja, que visa a melhoria no ensino público do
município. O secretário Alberto Carbajal apresentou as novidades para uma plateia
de pais e professores, mas não explicou muito bem de que forma funcionarão
vários pontos.
Segundo a proposta da Escola Coruja, os professores terão que
fazer assembleias semanais de 2 horas nas escolas e em horário de aula. A
pergunta que fica é aonde os pais deixarão os alunos nesse período. Os jovens
ficarão “zanzando” pelo pátio da escola sem nenhuma atividade? E mais: se os
alunos são dispensados, serão contadas horas para fechar as 800 anuais, ou além
de termos dois períodos que seriam de planejamento, avaliação, tomados por
reuniões para preenchimento de documentos, ainda estaremos devendo ao final de
um ano, 84 horas letivas?
Mais um ponto mal explicado na apresentação foi a ideia de
receber a família na escola pelo menos uma vez por mês, aos sábados. Como
poderemos compensar tantos sábados, se tivermos nosso planejamento de apenas
três horas? Nessas semanas não será necessário planejamento, correção, lançar
conceitos, faltas no SIGAM?
A partir de 2015 o ensino de Religião será facultativo, o aluno
que quiser assistir terá aula, e os jovens que não quiserem os ensinamentos da
matéria estarão livres, desde que realizem as atividades substitutas. Aí se faz
uma nova pergunta: como oferecer atividade para aluno que não assistir aula de
Ensino Religioso se não há profissionais com tempo disponível?
Outra novidade será a bidocência para os quarto e quinto
anos do ensino fundamental. Bidocência quer dizer divisão do ensino em área do
conhecimento? O que foi totalmente proibido
no ano anterior para o 5° ano por ser inadequado, agora serve também para o 4°
ano (alunos menores)? O que mudou?
Alunos estão amadurecendo mais cedo esse ano?
A Escola Coruja também prevê a diminuição dos professores de
apoio e o aumento de coordenadores. Nesse quesito surgem ainda mais
questionamentos. Qual a vantagem de se trocar um professor de apoio por um
coordenador? Oferecer um ADP e setor administrativo para diretoras e
coordenadoras que não se reelegeram? Em
escolas onde há área e currículo podem professores não habilitados para a área
substituírem na mesma e vice-versa?
Todos esses questionamentos se dão após os professores
tomarem conhecimento dessas mudanças sem nem ao menos serem consultados, a
Escola Coruja surgiu no final de 2014 sem que os docentes das escolas municipais
soubessem do que se trata. Mais uma prova da “Gestão Democrática” do secretário
Carbajal. Ao apagar das luzes do fim do ano letivo novas regras e muitas
mudanças no ensino fundamental. Professores e comunidade escolar têm pouco
menos de dois meses para se adaptar às novas diretrizes impostas pela Escola
Coruja e que ainda estão carentes de muitas explicações, que faltaram na
apresentação do projeto.
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