quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Questões e dúvidas sobre a Escola Coruja

Nos últimos dias de 2014 a Secretária Municipal de Educação lançou o projeto Escola Coruja, que visa a melhoria no ensino público do município. O secretário Alberto Carbajal apresentou as novidades para uma plateia de pais e professores, mas não explicou muito bem de que forma funcionarão vários pontos.

Segundo a proposta da Escola Coruja, os professores terão que fazer assembleias semanais de 2 horas nas escolas e em horário de aula. A pergunta que fica é aonde os pais deixarão os alunos nesse período. Os jovens ficarão “zanzando” pelo pátio da escola sem nenhuma atividade? E mais: se os alunos são dispensados, serão contadas horas para fechar as 800 anuais, ou além de termos dois períodos que seriam de planejamento, avaliação, tomados por reuniões para preenchimento de documentos, ainda estaremos devendo ao final de um ano, 84 horas letivas?

Mais um ponto mal explicado na apresentação foi a ideia de receber a família na escola pelo menos uma vez por mês, aos sábados. Como poderemos compensar tantos sábados, se tivermos nosso planejamento de apenas três horas? Nessas semanas não será necessário planejamento, correção, lançar conceitos, faltas no SIGAM?

A partir de 2015 o ensino de Religião será facultativo, o aluno que quiser assistir terá aula, e os jovens que não quiserem os ensinamentos da matéria estarão livres, desde que realizem as atividades substitutas. Aí se faz uma nova pergunta: como oferecer atividade para aluno que não assistir aula de Ensino Religioso se não há profissionais com tempo disponível?

Outra novidade será a bidocência para os quarto e quinto anos do ensino fundamental. Bidocência quer dizer divisão do ensino em área do conhecimento?  O que foi totalmente proibido no ano anterior para o 5° ano por ser inadequado, agora serve também para o 4° ano (alunos menores)?  O que mudou? Alunos estão amadurecendo mais cedo esse ano?

A Escola Coruja também prevê a diminuição dos professores de apoio e o aumento de coordenadores. Nesse quesito surgem ainda mais questionamentos. Qual a vantagem de se trocar um professor de apoio por um coordenador? Oferecer um ADP e setor administrativo para diretoras e coordenadoras que não se reelegeram?  Em escolas onde há área e currículo podem professores não habilitados para a área substituírem na mesma e vice-versa?


Todos esses questionamentos se dão após os professores tomarem conhecimento dessas mudanças sem nem ao menos serem consultados, a Escola Coruja surgiu no final de 2014 sem que os docentes das escolas municipais soubessem do que se trata. Mais uma prova da “Gestão Democrática” do secretário Carbajal. Ao apagar das luzes do fim do ano letivo novas regras e muitas mudanças no ensino fundamental.  Professores e comunidade escolar têm pouco menos de dois meses para se adaptar às novas diretrizes impostas pela Escola Coruja e que ainda estão carentes de muitas explicações, que faltaram na apresentação do projeto.

Nenhum comentário: