Nesta terça-feira, dia 27 de janeiro de 2015, o Sindprofnh
esteve presente na reunião agendada para tratar de esclarecimentos sobre a
abrupta demissão do Doutor Sinay Sander. Participaram da reunião os
representantes do IPASEM, Eneida Genehr e Geraldo Araújo; o Sindprofnh
representados pelas professoras Andreza Formento e Cecilia Braun; o GSFM representado
por Dorneles e Vanessa Andara que é funcionária da Câmara de Vereadores e
representava os pacientes do psiquiatra afastado.
Durante a reunião, o Sindicato dos Professores Municipais de
Novo Hamburgo solicitou esclarecimentos sobre a demissão do médico psiquiatra
Sinay Sander, uma vez que este estava a mais de 13 anos trabalhando no
Instituto. Segundo informações do próprio médico, o Ipasem solicitou sua saída
junto à cooperativa da qual faz parte, a Extremo Sul. O fato ocorreu na semana
passada, dia 19 de janeiro. Segundo ele, a Extremo Sul o chamou para uma
reunião na tarde de segunda-feira e afastou-o do serviço a pedido do Ipasem. A
cooperativa entrou em contato com o Instituto para avisar que o médico não
atenderia mais os segurados.
Segundo o diretor administrativo Geraldo Araújo, o
psiquiatra Dr. Sinay foi substituído pelo aumento da carga horária do Dr.
Michel. Sendo assim, cerca de 300 pacientes do Dr. Sinay estão sendo assistidos
pelo psiquiatra substituto. No entanto, é importante lembrar que a psiquiatria
é um tratamento que pressupõe um processo contínuo, no qual médico e paciente
precisam ter afinidade. A substituição de um médico para o outro, neste caso,
trata-se de reiniciar o tratamento do zero. Os pacientes do Dr. Sinay terão que
readaptar-se, iniciando a caminhada, revivendo os primeiros passos das suas
angústias, medos e traumas, procurando estabelecer alguma afinidade, empatia ou
simpatia com outro médico. O que pode ser extremamente difícil e doloroso,
dependendo de cada caso, até mesmo perigoso.
Depois de mais de uma hora de conversa, a diretora
presidente, Eneida Genehr, justifica que o afastamento do profissional foi em
defesa da saúde dos segurados. E que, diante dos fatos, os quais ela não
relatou, a empresa teve total autonomia para demitir o médico (denúncias?
reclamações?). Eneida refere a problemas que o médico estaria causando à
empresa, sem entrar em detalhes, justificando a necessidade de sigilo. E que, o
próprio Sinay tinha conhecimento dessa conversa que vinha acontecendo com o
Ipasem por meio de reuniões e, portanto, seu afastamento teria sido uma decisão
técnica.
O relato acima instiga várias perguntas. Em primeiro lugar,
segundo a diretoria do Ipasem, não há nenhum documento que comprove a suspensão
do trabalho do médico. O Instituto diz que não questionou a decisão da
cooperativa e apenas reagendou as consultas do Dr. Sinay passando-as para outro
médico. Ao mesmo tempo em que se fala de demissão, a diretoria do Ipasem traz o
termo “suspensão”; que sugere não existir documentação que comprove as reuniões
e denúncias contra o médico. Como integrante de uma cooperativa, o Dr. Sinay
Sander não pode ser afastado ou demitido sem a devida comprovação da
necessidade de suspensão de seus trabalhos. A rescisão de contrato não foi
feita com a cooperativa Extremo Sul e o Ipasem garante que não terá espaço para
a readmissão de Sinay. Depois de 13 anos de trabalho, os atendimentos do médico
psiquiatra são dispensados de um dia para o outro. Por fim, apesar das
declarações dos pacientes, familiares e do próprio médico, o Ipasem afirma que
não irá fazer um pronunciamento para esclarecer as contradições.
Desta forma, mais uma vez vemos nosso Instituto sendo
administrado como uma empresa privada, com foco nos lucros, nas metas, no
capital. Descadastramentos de médicos, falta de informações no site, perdas
gigantescas em investimentos questionáveis...falta de posicionamento do Ipasem
em favor dos segurados. Isto causa descredibilidade ao próprio instituto.
Agora é hora de nos mobilizarmos em favor da saúde.
O Ipasem é nosso!