Dos bebês, das crianças, dos jovens, das famílias das comunidades escolares, das professoras e dos professores
Nós,
profissionais da educação do município de Novo Hamburgo, entramos em greve
sanitária em defesa da vida de todas e todos a partir do dia 10 de maio de 2021
por deliberação de Assembleia ocorrida no dia 05 de maio de 2021. Infelizmente,
ainda vivemos o resultado de uma segunda onda devastadora da pandemia, vivemos
o luto de 414 mil famílias. No Rio Grande do Sul já são 992.470 casos
confirmados até o presente momento. A taxa de mortalidade é de 224,5/100.000
hab., sendo maior que a taxa nacional. Só no município de Novo Hamburgo, na
data de ontem, 398 novos casos.
Após um longo
debate na Assembleia, que contou com número expressivo de participação,
entendemos que não foram discutidos de forma clara os protocolos para a volta
e, portanto, continuaremos nosso trabalho de forma remota para a proteção da
vida enquanto não houver clareza da forma em que o ensino híbrido acontecer. Entendemos,
também, que à comunidade escolar não foi explicado de forma clara que os alunos
não estarão todos os dias na escola e que, quando não estiverem na escola,
deverão realizar de forma remota as atividades e que, mesmo depois de um ano de
ensino remoto, há estudantes que não têm internet e dispositivos móveis para a
realização efetiva de um ensino híbrido. A desigualdade educacional também
passa pela desigualdade tecnológica.
Ademais,
entendemos que não houve, por parte da administração, uma abordagem adequada
nos bairros sobre protocolos de prevenção, como uso da máscara, higienização
das mãos, distanciamento, há inúmeros relatos, inclusive noticiados, de
aglomerações que em nada respeitam o distanciamento social.
Retomar as
aulas, neste momento, implicará também em mais pessoas contaminadas, pois o vírus
circulará com mais intensidade, além de sofrer mutações e se apresentar ainda
mais transmissível, talvez até mais letal. Sabemos que sem vacina para todas e
todos e sem segurança sanitária, será uma tragédia anunciada, como professoras
e professores temos uma responsabilidade social pela preservação da vida.
É público e notório o fato de que nenhum protocolo é 100% seguro. Portanto, enquanto os protocolos não estiverem bem definidos, estaremos em greve sanitária, que significa que exerceremos nossas atividades remotas.
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