Democracia capitalista: o teatro da vida real |
“A democracia não se limita a possibilidade de escolha, mas
a possibilidade de determinar as escolhas”.
Armand e Michèle Mattelart em “História das teorias da
comunicação"
A democracia, efetivamente, não é um conceito fechado. Ele é
determinado pela correlação de forças das classes sociais em luta. De tal modo
que os modelos eleitorais modernos não representam o fim da história da
democracia. Mesmo conceitos mais avançados de democracia “participativa” estão
sujeitos à clivagem ideológica do capital se a determinação das possibilidades
de escolha estiverem sujeitas ao controle material do capital.
No exemplo real do nosso cotidiano, o “Orçamento
Participativo” possui a limitação fundamental de não poder determinar o conjunto
das verbas, mas sim somente a uma pequena parte, ainda assim sujeita a determinação
de execução por parte do executivo. Ou seja, o conceito de democracia econômica
é o conceito que pode dar o corte radical necessário para a compreensão sobre o
que é preciso fazer para que a humanidade saia de sua pré-história.
Controlado pelo fluxo do capital, o mundo em que vivemos nos
sujeita a negação de nossos desejos e a uma separação dolorosa entre o que
pensamos e o que realmente produzimos. Nossas relações são, assim, determinadas
pelo fluxo material que nos sustenta. É inescapável.
As adaptações que o capitalismo sofre para absorver estes
conflitos de classe, contudo, não são suficientes para mascarar os seus
fundamentos. As escolas municipais, por exemplo, recebem recursos diretos do
governo, mas condicionados à prestação de contas. As relações de poder
econômico que se estabelecem entre os gestores públicos em seus vários níveis, entretanto,
acaba por condicionar as prioridades e a própria transparência dos
investimentos.
As eleições mesmo, tanto as gerais (executivo e legislativo)
quanto as especificas (diretores de escolas, Conselho Tutelar), acabam
condicionadas pelo poder econômico, que estabelece uma rede de controle social nos
vários níveis da divisão social do trabalho. O capital, entretanto, dissimula a
sua política por trás destas relações cotidianas (da direção da escola com os
professores, no nosso exemplo) com a própria despolitização das relações (dirigindo-as
para os interesses pessoais imediatos).
6 comentários:
Verdade. Na minha escola quem decide como vai ser gasto o dinheiro é a própria direção, e a APEMEM aceita porque acha que se nós professores queremos é porque é importante. Assim, muitas vezes são escolhidos os murais para pendurar trabalhos e faltam giz para escrever no quadro.
Nossa, aqui na escola a coisa não é diferente. Gastamos o dinheiro para fazer a manutenção, que é obrigação da prefeitura, e nunca temos dinheiro para os materiais básicos: falta bola de basquete, futebol, vôlei...se eu quiser o material, preciso tirar do meu bolso! VERGONHA!
Aqui na escola nunca fazem ATA, acho um desrespeito!!!!!! Quando cobramos que seja feita, somos expostos, como se estivéssemos fazendo algo errado. Como se a escola pública não devesse explicações à comunidade! Chega de ficarmos calados! Diretora de escola é professora como todos nós!
A Ed. Fís. em NH é um absurdo,o esporte escolar quase não existe, o pouco que acontece é em virtude do heroísmo dos profs. de Ed. Fís. Quadras em miniaturas e abertas, material minguado, muitas escolas ao relento, não é raro em dias de chuva, os alunos permanecerem em sala de aula. É um disparate!
Acho um absurdo como os professores são tratados. Cada vez mais temos deveres, mas não vejo nossos direitos serem cumpridos. Quem precisa estar com o trabalho em dia somos nós professores porque a direção deixa livros pontos estão sempre em aberto, sem protocolo, sem abrir o mês, pedir folga dos dias que já trabalhamos é ofensa,se nosso aluno não obedece ou nos agride a culpa é nossa.E a SMED só aparece para "fiscalizar"se estamos no cabresto.
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