O debate entre os candidatos a prefeito de Novo
Hamburgo, realizado pelo Sindicato dos Professores Municipais (SindprofNH), foi
marcado pelas promessas de mais diálogo entre a administração e a categoria e
de mais recursos públicos para a educação. O evento contou com a presença dos
sete candidatos e reuniu centenas de professores.
Entre os temas discutidos estiveram: melhorias
do Plano de Carreira do Magistério, o cumprimento do Plano Municipal de
Educação (PME) no que se refere ao 1/3 de hora-atividade, a dívida da
prefeitura com o IPASEM, o investimento de 30% do orçamento municipal em
Educação, conforme prevê o PME, a ampliação e a conservação da estrutura da
rede municipal, entre outros.
Coordenado pelos jornalistas Zé Renato Oliveira
e Stephany Sander, o debate, que ocorreu nesta quinta-feira (08/09), na Escola
Estadual 25 de Julho, transcorreu em clima cordial e respeitoso, entre os
candidatos e entre eles e o público. “Pela primeira vez que todos os candidatos
compareceram ao evento e isso qualifica o debate. Além disso, os temas tratados
são relevantes para a categoria”, comentou a diretora do SindprofNH, Márcia
Fernandes.
“Ficamos satisfeitos com o resultado! Queríamos
agradecer a ajuda de todos os professores que contribuíram com o evento e à
direção da escola 25 de Julho, que nos cedeu o local”, complementa a diretora
do SindprofNH, Sandra Finken.
Principais propostas
O encontro foi dividido em quatro blocos. No
primeiro, os candidatos responderam três perguntas feitas pela direção do
sindicato. Os temas das questões foram propostos, previamente, pela categoria
por meio das redes sociais e do e-mail do SindprofNH. No segundo, cada candidato
perguntava a outro candidato. No terceiro foi a vez da plateia fazer as
perguntas. Três perguntas escritas pelos professores presentes foram sorteadas
e respondidas por todos os candidatos. O último bloco foi dedicado às
considerações finais dos participantes.
O candidato Mauro Brochier (PMN) foi o primeiro
a falar. Ele destacou sua trajetória pessoal, de “40 anos de vida pública”.
Afirmou que, se eleito, pretende fazer uma gestão mais técnica e menos
política, “sem intervenção partidária”. Sobre o cumprimento do PME, em especial
a meta 17, que prevê 1/3 de hora-atividade e ainda a ampliação desse
percentual, o candidato afirmou que “as leis aprovadas serão executadas”. Sobre
o Plano de Carreira do Magistério, afirmou que deverá ser feito “o melhor para a
categoria dentro das condições da prefeitura”.
Rafael Schüler (Psol) foi o segundo a falar.
Afirmou que é preciso manter o diálogo com a categoria. “O papel aceita todas
as metas, mas o problema está na prática! É oferecer condições para o professor
poder trabalhar. Só quem está em sala de aula é que entende o que estou
falando”, comentou. O candidato também se colocou contra o projeto conhecido
por “escola sem partido”, defendendo uma “educação libertária e não bancária” e
garantiu que, se eleito, já no primeiro ano de sua gestão tentará chegar o mais
perto possível do investimento de 30% do orçamento na educação.
O candidato Leonardo Hoff (PP), terceiro a se
pronunciar, defendeu, por sua vez, o projeto “escola sem partido”, pontuando
que a educação precisa ser de qualidade e não partidária. O candidato destacou
sua formação na área da contabilidade e sua experiência em gestão. “Vamos
chamar as entidades para fazer uma grande auditoria e olhar os números dessa
prefeitura que está quebrada, mas que precisa de alguém que entenda de gestão”.
Também assumiu o compromisso de incluir um representante do SindprofNH no
Conselho Deliberativo do IPASEM, proposta defendida explicitamente por quase
todos os candidatos, a exceção do atual prefeito, Luis Lauermann (PT).
Airton dos Santos (PV) destacou sua experiência
como prefeito de Novo Hamburgo por dois mandatos, afirmando que cumpriu com os
compromissos administrativos e ressaltando o diálogo com a categoria. “Vai ter
diálogo, vai ter conversa. Eu sempre falo: porta aberta e luz acessa para os
professores”. Fez questão de frisar que seu partido não estava coligado com
nenhum outro. “Não temos compromisso com outros partidos grandes ai que pegaram
fatias de pessoas para ganhar as eleições. Eles estão preocupados”, afirmou.
O quinto a falar foi o candidato Paulo Ritzel
(PMDB) que teve que rebater questionamentos dos adversários que criticaram a
gestão, no Governo do Estado do Rio Grande do Sul, de seu colega de partido, o
peemedebista Ivo Sartori. Por sua vez, o candidato criticou o atual prefeito,
por atrasar pagamentos ao IPASEM. “O problema são os prefeitos que botam a mão
no dinheiro do IPASEM para fazerem outras coisas. E tem prefeito sentado aqui
que está fazendo essas pedaladas”, acusou. Em sua fala, Ritzel também destacou
sua experiência como prefeito de Novo Hamburgo.
A candidata Fatima Daudt (PSDB), única mulher a
disputar a prefeitura este ano, afirmou que é preciso implementar a lei no que
diz respeito à garantia de 1/3 de hora-atividade sobre o número de horas/aula.
“Eu sei o quanto é importante que a gente utilize a hora-atividade para o
planejamento das aulas e não para suprir a ausência de professores”. Destacou
ainda que é preciso planejamento para não deixar em aberto as vagas dos
professores que se aposentam e trouxe para a discussão a responsabilidade da
prefeitura em manter a infraestrutura das escolas.
O último a falar foi o candidato à reeleição,
Luis Lauermann (PT). O atual prefeito se dedicou a ressaltar os feitos de sua
gestão, como a expansão da educação infantil. Segundo ele, houve avanço nos
últimos quatro anos na ampliação da hora-atividade e destacou o aprofundamento
da participação experimentado na sua gestão. “Nós fizemos eleição direta. A
comunidade elege o diretor ou a diretora, aprofundamos a democracia”. Também
defendeu que não haja o congelamento dos índices de investimento em saúde e
educação.
Oportunidade para conhecer os candidatos e suas propostas
O público comemorou a realização do evento. Na
avaliação do professor da Educação Básica André Antônio Bueno, o debate vai
ajudar na escolha do candidato a prefeito, no próximo dia 02 de outubro. “O
debate foi de suma importância para vermos quem conhece, de fato, a educação”,
afirmou.
O presidente do SindprofNH, Gabriel Ferreira, também
avaliou como positivo o debate. “Gostaria de agradecer a presença de todos e de
afirmar que, independente de quem vença as eleições, o sindicato estará aberto
ao diálogo, mas, sempre que esse não for suficiente para garantir os direitos
da categoria, nós também estaremos prontos para lutar. Somos uma categoria de
luta e vamos nos mobilizar sempre que for preciso”.
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