segunda-feira, 29 de outubro de 2012

PROFESSOR INFLUENCIA HÁBITO DE LEITURA, DIZ PESQUISA


Mães eram apontadas como as maiores incentivadoras até 2007. Apenas 50% dos brasileiros são considerados leitores.

Se o País quiser melhorar o índice de leitura dos seus habitantes, é fundamental investir na capacitação do professor para esse fim. A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita pelo Instituto Pró-Livro no ano passado, mostrou que os professores são os maiores influenciadores desse hábito. Entre as 5 mil pessoas ouvidas em todo o Brasil, 45% apontaram os mestres como tal.

Essa foi a terceira pesquisa da série (iniciada em 2001) e, pela primeira vez, os docentes aparecem no topo da lista. No levantamento anterior, feito em 2007, as mães eram a figura mais lembrada nesse quesito. Elas apareciam com 49% das indicações, ante 33% dos professores. Dessa vez, tiveram dois pontos porcentuais a menos que eles: 43%.
"Isso mostra a crescente importância da escola frente ao papel dos pais, que muitas vezes não conseguem dar esse exemplo", afirma Karine Pansa, presidente do Instituto Pró-Livro. "Logo, se tem esse status de influenciador, o professor precisa ser letrado, gostar de ler."
No Brasil, no entanto, muita gente ainda corre dos livros. O resultado da pesquisa mostrou que apenas 50% dos brasileiros são considerados leitores - segundo a metodologia, pessoas que leram pelo menos um livro nos três meses precedentes ao questionário da pesquisa. É um índice menor que os 55% registrados em 2007.
Nesses quatro anos, o número de livros lidos por ano também caiu de 4,7 para 4. A queda pode ser entendida pela preferência das atividades de lazer. Em 2011, 28% disseram gostar de ler jornais, revistas, livros e textos na internet no tempo livre. O porcentual era de 36% na pesquisa anterior, em 2007. Enquanto isso, o índice de quem gosta de assistir à TV subiu de 77% para 85%.
"Estamos muito longe de alcançarmos países historicamente leitores, como Espanha e Portugal, que registram 10,3 e 8,5 livros/ano por habitante, respectivamente", diz Karen. No Brasil, são os livros didáticos, lidos por obrigação, os campeões.
Biblioteca
Um antídoto para isso, explica Karen, é exatamente o estímulo à biblioteca, equipamento ainda em desuso por aqui. "Precisamos ter estratégias. O público vai se interessar por um acervo bem catalogado, que tenha os livros mais vendidos, uma estante de obras que sempre se renove", diz.
A pesquisa mostrou que 75% da população não frequenta uma biblioteca. Dentre os que frequentam, a maioria (71%) considera o espaço um lugar para estudar; para 61% é um lugar para pesquisa; em seguida, aparece como um ambiente voltado para estudantes para 28% dos entrevistados; e, em quarto, com 17%, a biblioteca é apontada como um local para emprestar livros de literatura.
"Isso nos leva a pensar que se deve estabelecer modelos mais atrativos, com internet e filmes, por exemplo. E eu não acho que isso vá tirar o foco do local. Pelo contrário, serve de isca. A pessoa entra sem pensar no livro e sai de lá apaixonada por literatura." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2012-07-30/professor-influencia-habito-de-leitura-diz-pesquisa.html data do acesso: 29/10/2012

Nós, enquanto trabalhadores em educação e sindicato dos professores, não podemos deixar de ressaltar após a leitura deste artigo, que em nossa opinião, um dos grandes fatores para que os brasileiros não tenham o hábito da leitura é o preço dos livros. Sim, no Brasil, o livro é artigo de luxo. As bibliotecas escolares têm sido abastecidas com livros de literatura infantil e infanto-juvenil, mas os adolescentes e a comunidade em geral não recebe o mesmo tratamento. Para o público adulto há pouco acervo de livros de literatura, muitas vezes, existem apenas exemplares dos clássicos brasileiros gentilmente doados por alguém da comunidade que não os quer mais. No caso dos jovens, a situação é deprimente, as bibliotecas escolares ou públicas não lhes oferecem atrativos nenhum. São poucos os títulos destinados ao público adolescente, não há novidades, não há lançamentos; razão provável pela qual o número de adolescentes que leem livros é tão baixo. Os professores, não há dúvida, são os maiores incentivadores da leitura literária, uma vez que, na sua maioria, incluem nas suas despesas a compra deste artigo tão caro. Acreditamos ainda que há uma saída para o incentivo à leitura: a internet. E então, fica a sugestão de outras pesquisas: o que os brasileiros têm lido na internet?; Quem consome o áudio book?; Quais são as perspectivas para a leitura a partir dos meios de comunicação eletrônicos. SINDPROFNH

Nenhum comentário: