quinta-feira, 17 de junho de 2021

PEC 32 - REFORMA ADMINISTRATIVA É UMA AMEAÇA AOS SERVIÇOS PÚBLICOS.

           No momento em que a população mais necessita e percebe a importância dos serviços e dos servidores públicos, o Governo Federal tenta aprovar uma reforma que os atingem diretamente, através da PEC 32.

As justificativas apresentadas para esta proposta são inverdades:

1. O governo diz que há inchaço da máquina pública, o que não é verdade. Se compararmos a relação entre o número de funcionários públicos e a população do Brasil, o número é de 12,5%, bem abaixo da média dos países da OCDE, que ultrapassa 20%.

2. Não há aumento dos gastos públicos como o governo tem dito. Os gastos permanecem os mesmos, até mesmo porque há o impeditivo do teto de gastos, que dificulta investimentos. O que tem crescido é a necessidade de maiores investimentos, porque os trabalhadores estão perdendo renda, logo, necessitam mais dos serviços públicos como saúde e educação.

3. Há no senso comum a ideia de que os servidores são privilegiados. A verdade é que a maior parte dos servidores, 53%, recebem em média pouco mais de dois salários mínimos. No nosso estado do Rio Grande do Sul, a grande maioria é servidor da saúde, educação e segurança pública.

4. O que se precisa entender é que o Estado é o grande responsável pela promoção de políticas públicas que garantem os direitos básicos à população.

5. Ameaça à estabilidade: O texto não deixa claro quais cargos permanecerão estáveis e quais não. A estabilidade existe para assegurar a continuidade das políticas públicas de Estado, sem interferências e coações.

6. Faz transparecer a falsa ideia de que o serviço prestado pelo setor privado é mais eficiente que o público. Em muito casos, se sucateia propositalmente alguma instituição ou serviço para que este demostre ser menos competente e justificar as privatizações.

 

CONSEQUÊNCIAS

A prestação de qualquer tipo de serviço, que é compromisso do Estado, poderá ser feita pelo setor privado. Haverá um aumento dos custos destes serviços à população com queda na qualidade. Assim, o seu alcance não vai abranger todos que verdadeiramente necessitam.

Sem estabilidade e sem concurso público, os cargos serão distribuídos conforme os interesses políticos, pois se o servidor não tem estabilidade, ele pode ser substituído por uma indicação partidária. Aumentará a perseguição aos servidores que denunciarem casos de corrupção ou políticas de interesse eleitoral. Haverá o aparelhamento dos órgãos essenciais de Estado, facilitando a corrupção.

Por isso é preciso estarmos atentos às mentiras utilizadas para aprovar essa reforma. Em anos anteriores, para aprovar a Reforma Trabalhista, se mentiu que se teria geração de empregos, o que se vê é um recorde de trabalhadores desempregados e na informalidade.

Em outras reformas, como a PEC do Teto de Gastos e a Reforma da Previdência, vendeu-se a ideia de melhoria e na pratica só houve retrocessos. A Reforma Administrativa utiliza a mentira do avanço econômico do país, sendo que nenhum país do mundo que deixou de prestar serviços públicos conseguiu melhorar a economia, pelo contrário, acelerou a desigualdade e acarretou em perda do poder de compra.

DIGA NÃO À REFORMA ADMINISTRATIVA!

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