Ao nos depararmos com o contracheque na última sexta-feira, percebe-se que algo vai muito mal no "reino da prefeita” e em sua secretaria de educação. Prefeita e secretária que são muito hábeis em seus discursos, costumam jogar para torcida pequenos chavões, entre estes: precisamos de uma educação valorizada, eu sou professora e defendo os professores e professoras, vocês fazem a diferença, o piso salarial é lei…
Como dizia Freire: “É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal maneira que num dado momento a tua fala seja a tua prática." Não é o que temos vivenciado na Educação hamburguense.
Há mais de 30 dias, professores/as e outros/as trabalhadores/as das escolas municipais de Novo Hamburgo ocupam as ruas da cidade para anunciar e denunciar o descaso da atual administração com a nossa Educação. Estamos há três anos sem reposição salarial. E, mais uma vez, a administração não respeita a nossa data base. Tentou aprovar um projeto em regime de urgência (urgentíssima) sem a realização de uma verdadeira negociação com as entidades que representam os trabalhadores/as. E, ainda pior do que isso, nos “castigam”, pagando um dia a menos de salário. Que excelente “presente" de dia dos trabalhadores/as!
Nossas condições de trabalho se precarizam diariamente, o quadro de profissionais da rede antes permanente, agora vive de incertezas e inconstâncias. Profissionais competentes e qualificados desistem do município em busca de valorização e melhores condições de trabalho em outros espaços.
Temos o que comemorar em Novo Hamburgo?
Apesar do descaso, da desvalorização e do desrespeito por parte de nossos patrões, temos o que comemorar SIM.
Mostramos no dia 16 de março, que mais que salário, exigimos Respeito. Exigimos que a administração diminua a distância entre o que diz e o que faz. Exigimos que todas as escolas tenham seu quadro de recursos humanos completo. Exigimos que a prefeita cumpra a Lei do Piso e que os professores de Educação Infantil não recebam 25% a menos em seus salários. Exigimos que todos profissionais da Educação sejam valorizados e que não haja o “apartheid” na categoria. Além disso, temos ecoado por todos os cantos da cidade “Não nos calarão!”
O 1º de Maio é dia de comemorar SIM!
Todos nós, que apesar dos governos, lutamos brava e diariamente para que alunas e alunos possam fazer a diferença nesta nossa sociedade que teima em ser desigual, que teima em discriminar e que, acima de tudo, teima em acirrar a desigualdade social e cultural. Apesar dos governos e do governo, nós acreditamos na EDUCAÇÃO, por isso lutamos, por isso não nos calamos.
No 1º de Maio, solidarizam-se com as trabalhadoras e os trabalhadores do mundo, são todas e todos, juntas e juntos, que fazem a história de um país. Sendo assim, faz-se necessário trazer novamente a fala de nosso Educador maior: “Eu agora diria a nós, como educadores e educadoras: ai daqueles e daquelas, entre nós, que pararem com sua capacidade de sonhar, de inventar a sua coragem de denunciar e de anunciar. Ai daqueles e daquelas que, em lugar de visitar de vez em quando o amanhã, o futuro, pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e com o agora, ai daqueles que, em lugar desta viagem constante ao amanhã, se atrelarem a um passado de exploração e rotina.”
Parabéns a todos e todas nós que fazemos da EDUCAÇÃO a nossa causa.
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