O capital não tem limites em sua ganância. Está devastando o
planeta e, no ritmo que vai, levará a humanidade à barbárie e à extinção. Não
podemos menosprezar a capacidade do homem de destruir a si mesmo. As ruínas de grandes impérios e civilizações
estão aí para nos mostrar onde podem levar as ações irresponsáveis dos donos do
poder.
A Prefeitura Municipal contratou a empresa ENSEG, de engenharia
em segurança no trabalho, para emitir um laudo de risco de vida, periculosidade
e insalubridade para os servidores do município. Também irá emitir um programa
de prevenção. A empresa, que havia feito o mesmo trabalho em 2001, foi recontratada
por R$ 98 mil.
A ideia parece boa, não fosse o contrabando de outras
intenções. Primeiro: os técnicos insistem que as NR´s (Normas Regulamentadoras)
não valem para o serviço público. Não é verdade. O que não vale é a formação
das CIPA´s (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). As normas de segurança são para todos.
Equipamentos de proteção individual e coletiva devem estar presentes em todos
os ambientes.
Quem trabalha na Prefeitura, especialmente fora do Centro
Administrativo, sabe muito bem que não existem extintores, treinamento para
casos de pânico, saídas de emergência ou equipamentos de proteção. É tudo muito
precário. Interessante, também, que a maioria dos prédios da Prefeitura não tem
alvará de funcionamento. E a grande maioria dos prédios atende ao público, isto
é, o risco vai além dos próprios servidores.
A empresa contratada, entretanto, enfatizou que este programa
de segurança é composto de recomendações, e não há qualquer obrigação da
administração de aplicá-las. Ou seja, a prefeitura está investindo R$ 98 mil
para que mesmo? Ah, sim. A empresa também vai emitir um laudo baseado na lei
que determina quem deve ou não receber o risco de vida, a periculosidade e a
insalubridade. O laudo irá retirar esses
direitos, o que pode ocasionar falta de servidores em vários departamentos.
O Sindprof vem há mais tempo tentando alertar para o problema
da segurança no ambiente de trabalho no serviço público. O Sindicato informou e
pediu providências ao Corpo de Bombeiros em relação a situação precária da
segurança nos prédios. Já se passaram quase 10 meses da primeira notificação -
foram quatro - e o Sindicato não obteve retorno. Até que aconteça uma tragédia?
Agora o Sindicato está recorrendo à Justiça.
O problema é que os acidentes acontecem com mais frequência
do que imaginamos. Muitos não são sequer relatados e nem há emissão de CAT
(Comunicação de Acidente de Trabalho). E sem treinamentos de evacuação e
equipamentos adequados, estes acidentes que hoje envolvem apenas trabalhadores,
podem se estender para uma tragédia.
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