Brasil, 12 de agosto de 2013 |
Mas este valor tem de ter uma finalidade. Quando se fala em custo de um aluno, diversas questões estão envolvidas — desde a infraestrutura, até salários, passando por refeições e materiais escolares. O docente, que também é presidente da Fineduca (Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação), defende que a proposta de direcionamento das receitas do pré-sal para a educação tenham um foco específico. Este foco é o professor, o profissional da educação. — É preciso dar um choque na profissão. Você colocar piscina, quadra nas escolas do Brasil não é um gasto muito caro quando se vê o valor/aluno. Agora, 85% do que se gasta com educação vai para salários, isso no mundo inteiro. Isso não tem jeito, por isso é que é preciso mais dinheiro. Leia mais notícias de Educação O valor estimado que pode ser destinado para a educação até 2022 com as receitas do petróleo chega R$ 279 bilhões. Mas para uma melhoria da qualidade do ensino, Marcelino defende que o salário seja pelo menos o dobro do atual, para que a carreira se torne mais atraente. — É preciso que quando haja um concurso para professor, se tenha tantos candidatos por vaga quanto em um vestibular para jornalismo, engenharia. Essa é a minha hipótese. Há um consenso no mundo inteiro: o professor é quem faz a diferença. Aquele valor, de R$ 500 por mês por criança na creche, que o professor Marcelino levantou, citado no começo da reportagem, não é aleatório. O MEC (Ministério da Educação) também possui uma pesquisa própria, o CAQi (Custo Aluno Qualidade inicial), que define o padrão mínimo a ser investido por aluno para que a educação seja de qualidade no País. Os alunos das creches representam os investimentos com valor mais elevado, com o custo aproximado de R$ 6.000 ao ano, segundo levantamento feito com dados de 2008. Um aluno do ensino médio deveria custar em torno de R$ 2.200 ao ano, em contrapartida. Para o professor Marcelino, este valor seria bem maior já em 2016. Um estudante do ensino médio naquele ano deverá custar R$ 4.200 ao ano para ter um ensino de qualidade. E não é só de salário e construções que o professor Marcelino se refere em seu levantamento. — Os insumos nas escolas brasileiras são uma vergonha. Menos de 10% das escolas brasileiras tem um laboratório de ciências. Isso faz parte deste conceito [de melhoria do ensino]. Sobre as instalações, ele questiona que não basta as infraestruturas existirem apenas se não forem operadas devidamente. — Para o menino de classe média, ter uma biblioteca na escola talvez não faça diferença, agora, para uma criança pobre, que a família não tem livro em casa, sim. Agora, não basta ter a biblioteca, ela tem de funcionar. No País, 23% das escolas rurais não possui energia elétrica. Outros 75% não tem biblioteca, e 98% não conta com laboratórios de ciências. Leia mais: http://www.campanhaeducacao.org.br/?idn=1173 |
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Quem faz a diferença na educação é o docente, diz professor sobre verbas para a área
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