ADITAL: "Apesar dos avanços, tornam-se cada vez mais agudas as dificuldades para fazer com que os brasileiros atinjam patamares superiores de alfabetismo". Isso é o que aponta o relatório do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) Brasil 2011. O documento, elaborado pelo Instituto Paulo Montenegro e pela ONG Ação Educativa, destaca os resultados da análise dos níveis de alfabetismo da população brasileira entre 15 e 64 anos de idade.
Os dados, coletados entre dezembro de 2011 e abril deste ano, revelam uma melhoria no acesso à educação no país. Entretanto, o nível de leitura e cálculo da população brasileira ainda é baixo. De acordo com o informe, cerca 25% dos brasileiros possuem nível pleno de habilidades de leitura, escrita e matemática.
Em relação ao nível de alfabetismo nos últimos anos, o relatório mostra que a porcentagem de pessoas consideradas analfabetas diminuiu de 12%, em 2001/2002, para 6% em 2011. Redução que também pôde ser observada em relação ao analfabetismo funcional, o qual passou de 39%, em 2001/2002, para 27% em 2011.
Por outro lado, o documento chama a atenção para o fato de que a quantidade de pessoas que atingiram o nível pleno de alfabetização (as quais conseguem ler e compreender textos longos, resolver problemas matemáticos, interpretar tabelas e mapas, entre outras questões) se manteve estável nesses dez anos.
O relatório destaca ainda que mais da metade (57%) das pessoas que estão no ensino médio possui apenas o nível básico de alfabetização. Entre as pessoas que possuem ensino superior, apenas 62% possuem nível pleno.
Os dados do Inaf também chamam a atenção para a diferença de nível de alfabetização entre negros e brancos, e moradores de zona rural e urbana. Em 2011, a porcentagem de brancos que atingiram o nível de alfabetização funcional foi de 80% enquanto que entre os negros a porcentagem não ultrapassou os 64%.
Os avanços na área rural também ainda não foram suficientes para acabar com a desigualdade entre campo e cidade. Mesmo com o crescimento de pessoas com nível básico, a área rural ainda apresenta 44% de analfabetos funcionais, enquanto que a área urbana possui 24%.
Com base nos dados do Indicador de Alfabetismo Funcional, o relatório aponta a necessidade de investimento na qualidade do ensino dos brasileiros e na formação de professores, além de fortalecer o processo de alfabetização não apenas nos anos iniciais, mas ao longo dos demais níveis de ensino.
"Uma nova qualidade precisa ser construída, considerando as demandas de uso da leitura, escrita e matemática não só para a continuidade dos estudos, mas para a inserção, de forma eficiente e autônoma, no mundo do trabalho e do exercício da cidadania", finaliza.
Fonte: ADITAL - Agência de Informação Frei Tito para América Latina
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