segunda-feira, 19 de março de 2012

TARSO E SUA POLÍTICA DE RECURSOS HUMANOS 

ERICO CORRÊA

Passado mais de um ano do governo, podemos considerar a sua política de pessoal como, no mínimo, incoerente. Afora os velhos problemas, como a questão da previdência, quantidade e salários dos cargos em comissão ou a famosa independência entre os poderes, que leva magistrados e procuradores ao patamar de vencimentos em que se encontram, existem outras questões. A primeira diz respeito ao cumprimento da lei. Economistas que defendem não existirem recursos para pagar o piso salarial dos professores, por exemplo, deveriam calcular quanto o governo gastou com reajustes concedidos aos maiores salários ou criando cargos.

A segunda questão se refere ao texto constitucional, em seu artigo 37. A revisão anual dos vencimentos é determinada por este artigo, e o governo simplesmente não cumpre. Enquanto várias categorias comemoraram suas conquistas ao longo de 2011, o quadro geral e aqueles a ele vinculados, simplesmente não receberam nem mesmo a reposição da inflação. Neste momento, funcionários da segurança pública manifestam sua frustração com as negociações. A proposta para os educadores está muito aquém de atingir o piso. Setores como agricultura, saúde, administração e tantos outros, como os trabalhadores da extinta Caixa Estadual, tiveram reajuste zero e veem estarrecidos setores como a Fazenda, a PGE, além de delegados, TC, MP, Judiciário e outros serem muito bem tratados pelo governador.

Uma política séria e consequente deveria partir da negociação das perdas e buscar um objetivo comum: diminuir o abismo existente entre os maiores e os menores salários. Do jeito que vai, o governo Tarso irá aprofundar ainda mais este abismo. Enquanto uns ganham pequenas fortunas todo mês, outros recebem completivo para atingir o salário-mínimo. O governador deveria explicar os seus critérios. E cumprir a lei. Os servidores, até agora, não entenderam!

ERICO CORRÊA é funcionário público e integrantes da CSP-Conlutas

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