O ministro da Educação Abraham Weintraub, afirmou que filmar
professores em sala de aula é um direito dos alunos. A declaração foi dada ao
jornal O Estado de S. Paulo após uma aluna de um cursinho filmar uma discussão
com uma professora de Gramática, que teria criticado Olavo de Carvalho durante
a aula. O vídeo foi publicado no Twitter do presidente Jair Bolsonaro no
domingo 28 com a frase “Professor tem que ensinar e não doutrinar”. O conteúdo
também foi compartilhado pelo vereador e filho do presidente Carlos Bolsonaro
(PSL).
Weintraub declarou que não fará nada de supetão e que irá
avaliar o conteúdo dos vídeos publicados para checar se houve alguma
irregularidade por parte dos educadores. Ele também afirmou em entrevista que a
ideia não é promover uma caça às bruxas e que os professores devem ficar
tranquilos pois o direito de todos será preservado.
O controle às atividades dos professores, por uma suposta
doutrinação política e ideologia de gênero, é a principal agenda do movimento
Escola Sem Partido, que teve a tramitação arquivada no ano passado e pode ter
votação reiniciada este ano.
No final do ano passado, após a eleição de Jair Bolsonaro, a
deputada estadual de Santa Catarina, Ana Caroline Campagnolo (PSL), abriu um
canal de denúncias na internet contra “professores doutrinadores”. Ela
estimulava que os estudantes filmassem os professores e enviassem ao canal e
garantia o anonimato dos denunciantes.
A medida foi suspensa no começo do ano pelo ministro do STF,
Luiz Edson Fachin. Em sua leitura, a deputada estadual estava estimulando que
os alunos tivessem “controle” sobre os professores. “Ao conclamar os alunos a
exercerem verdadeiro controle sobre manifestações de opinião de professores, a
deputada transmite a ideia de que isso é lícito. Estimula-os, em consequência,
a se sentirem legitimados a controlarem e a denunciarem manifestações político
partidárias ou ideológicas contrárias às suas”, declarou.
Segundo informações da imprensa, a autora do vídeo que foi
parar nas redes sociais de Bolsonaro é Tamires de Paula, secretária geral do
PSL em Itapeva. Em seu perfil no Twitter, ela se declara “ativista
politicamente incorreta” e co-fundadora do Direita Itapeva, movimento que se
diz pela renovação na política municipal.
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