quinta-feira, 10 de abril de 2014

Sobre o Grêmio, o IPASEM e a Data Base

Desde a fundação do Sindprofnh, os professores municipais incorporam em sua pauta de reivindicações a representação da categoria no Conselho do IPASEM. Nunca nos escutaram, nem a Prefeitura, responsável última pela lei que organiza o Conselho, nem o Grêmio Sindicato, detentor de todas as vagas. Os professores municipais, mesmo sendo a maioria da categoria dos servidores públicos municipais (1900 em 3200) têm o direito básico de representação no Instituto de Previdência e Assistência, usurpado.
O escândalo do desvio de R$ 7milhões no IPASEM revela claramente os interesses pelos quais nos é negado esse direito. O nível e os agentes envolvidos na disputa pela direção do Grêmio também mostram a dimensão dos interesses econômicos, particulares e de classes, envolvidos em ambas as instituições.
Não é possível esconder da categoria que o vice-presidente da Chapa 4, Euzébio Finkler, vencedora em princípio da eleição, era diretor administrativo do IPASEM, indicado pelo Grêmio Sindicato, coresponsável pela autorização da aplicação, junto com o presidente do IPASEM na época, Valnei Rodrigues. Dorneles, presidente eleito do Grêmio, Valnei e Volnei Campagnoni, presidente do Grêmio no mesmo período, são filiados ao PCdoB.
O problema é que os outros atores na disputa também representam interesses particulares e partidários e, mesmo alguns não tendo filiação partidária, tem tido uma atuação muito vinculada a troca de favores com quem está no poder e não mostraram vontade política de envolver os professores na discussão. E não se trata de colocar um professor na chapa, mas de levar o debate construído pelos professores em sua entidade para toda a categoria. O corporativismo demonstrado pelos candidatos reflete apenas os seus interesses particulares, e não a real vontade dos servidores públicos do quadro geral, que, ao contrário, entende e valoriza a política do Sindprofnh.
Para o Governo, o horizonte se limita as próximas eleições: tudo não passa de uma acomodação de forças, onde o importante é manter um amplo leque de alianças que garanta a manutenção do poder. A CPI montada na Câmara de Vereadores também não nos dá esperanças, tal o controle que o Executivo exerce sobre o Legislativo. Aliás, o governo utiliza a confusão gerada entre os servidores para não dar encaminhamento a pauta de reivindicações dos servidores em sua data base. A paralisia do Grêmio Sindicato e o “bode na sala” do IPASEM caíram perfeitamente como desculpa para o governo não discutir a sua política para os trabalhadores da Prefeitura. Aliás, já anunciaram verbalmente que o rejuste será a inflação (sic!) do período, algo em torno de 5,8%.
Para nós, tudo isso revela a importância e a necessidade dos professores municipais exigirem representatividade paritária no Conselho do IPASEM. Não podemos permitir que o IPASEM seja novamente instrumento de enriquecimento particular em detrimento dos interesses gerais dos trabalhadores.
Mais que isso, esses episódios revelam a necessidade de todos os servidores se unirem na luta, tanto pela democratização de suas instituições, quanto pelo atendimento integral das reivindicações na data base.

10 comentários:

Anônimo disse...

Quero salientar que a paralisia e marasmo não se deve apenas ao Grêmio Sindicato mas a toda categoria de professores do município, que baixa sua cabeça e não se encoraja em lutar, muitos vítimas da opressão, do assédio moral e outros que se esquecem que que são professores que encontram-se diretores. Saibam todos que lutar não é sinal de badernagem e sim de democracia, de busca pela qualidade no ensino público. E qualidade se faz com valorização, com salários dignos, com democracia.Avante, que só a união nos tornará fortes!Cris

Anônimo disse...

Resolveram acordar!! Parabéns!

Unknown disse...

os interesses espúrios que envolvem as administrações...os interesses particulares que subvertem os coletivos...e os camaradas socialistas enchendo o bolso... enriquecimento ilícito...Quem eram e quem são hoje os camaradas... auditoria sobre seu patrimônio.

Anônimo disse...

Sou professora, faço parte da Chapa 4, resolvi participar desta chapa pois é a única que se preocupa com o funcionário, e o que fez a atual presidente do Grêmio que não investigou as contas do IPASEM????E não quer largar o ossinho???

Anônimo disse...

Acho que temos que começar a buscar o Ministério Público Federal.

Anônimo disse...

Tantos funcionários votando nas chapas 2 e 4 composta por funcionários vinculados politicamente ao governo municipal demonstram que o funcionalismo não tem sentimento de classe. Por isto, os encaminhamentos ficam prejudicados e este governo fala em democracia quando na verdade, se pudessem, acabariam com a estabilidade e tercerizariam cada vez mais.PELO PODER AOS QUE SE ENTENDEM CLASSE OPERÁRIA!

Anônimo disse...

Saiu no Jornal NH nesta sexta-feira o Chamamento Público para os interessados em administrar Escolas que ainda nem inauguradas foram. Quer dizer, o processo de terceirização, de "cedência" continuará na rede municipal de Novo Hamburgo. Queria saber o que está sendo feito a cerca disso? E ainda, gostaria de saber quantos servidores possuem extensão de carga horária, tendo em vista que há concurso pra educação infantil e ensino fundamental.

Anônimo disse...

Só tem uma solução: um curso de capacitação em "COMO ACESSAR O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL E PRODUZIR DENÚNCIAS SOBRE IRREGULARIDADES NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA". Conteúdo programático:
- como reconhecer fraudes em concursos públicos;
- como reconhecer favorecimento a empresas e instituições nas licitações do município;
- como investigar e denunciar abusos nos loteamentos de cargos públicos em secretarias e autarquias do município;
- como efetuar denúncias à Polícia Federal e Ministério Público Federal sobre casos de irregularidades e corrupção ativa e passiva por parte de políticos e agentes públicos municipais;
- como reconhecer, registrar e denunciar casos de assédio moral no trabalho;
- como reconhecer, registrar e denunciar casos de insalubridade no trabalho.

MERA SUGESTÃO CONCRETA E FULMINANTE para VIRAR A MESA em favor da JUSTIÇA nesse município "mar-de-lama" !!!

Anônimo disse...

O pior de tudo é o nojo e a aversão à política que desenvolvi em consequência dessa "badernagem" na administração pública de Novo Hamburgo. Sempre foi assim ou eu é que não prestava atenção na podridão política aqui no município? Ou será que a coisa piorou? "Há algo de podre no Reino de Neu Hamburg", diria Hamlet !!! Muito podre, diria eu !!! Política podre e muito irregular, para não dizer outra coisa ! IPASEM, Grêmio Sindicato etc. Os "mocinhos" não passavam de abutres e hienas, loucos por uma carniça. Pior, o que parecia estar vivo, no município, trataram de matar para virar carniça, dado a afeição que essas criaturas têm por coisas podres.

NAUFR@GO disse...

Também sou funcionário público neste município e lotado na secretaria de trânsito. Me traz satisfação assistir discussões produtivas e bem fundamentadas mas ao mesmo tempo me causa estranheza o fato desta categoria (professores)permanecerem nos bastidores nesta discussão, como bem dito, são a classe mais numerosa entre os funcionários públicos do município, com sindicato próprio, e me corrijam se estiver equivocado, adquiriram algumas vantagens superiores a dos demais por militarem em causa própria.