sábado, 12 de dezembro de 2020

Fundeb ameaçado: Triste dia para a Educação Pública!

No dia 26 de agosto de 2020, entrou em vigor a EC 108/2020 que altera a Constituição Federal e estabelece critérios de distribuição da cota municipal do ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação), a qual disciplina sobre os recursos para planejamento do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). Ou seja, torna o Fundeb permanente – uma vez que ele passa a ser Constitucional – e aumenta de 10% para 23% a complementação de recursos da União para os Municípios. Um dia histórico, uma vitória para a educação!
Todavia, ainda era preciso Lei que regulamentasse o novo Fundeb, a fim de evitar o apagão no ensino fundamental público para 2021, a qual deve ser aprovada pelas duas casas do Congresso Nacional e ser sancionada pelo presidente até o fim do ano.


Partido NOVO, do deputado federal Marcel Van Hattem, apresentou a emenda que amplia o uso de verba do Fundeb para pagamento de salários para professores da rede privada e terceirizadas / Foto: Câmara dos Deputados


Na data de ontem, porém, 10 de dezembro - no Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos! - não bastassem todas as mazelas que as professoras e os professores da educação pública vivem (ameaça de reforma administrativa, reforma da previdência, Lei 173/2020 que suspende reajuste de salários e paralisa a carreira), tivemos mais uma derrota: o desvio dos recursos que deveriam ser exclusivos da educação pública para a iniciativa privada, a flexibilização da regra de reserva do mínimo de 70% dos recursos do fundo para pagamento de salários de profissionais da educação, que agora poderão servir para pagar profissionais da iniciativa privada inclusive, e a aprovação da Emenda 6, que destina parte dos recursos para o Sistema S. 


Felipe Rigoni, do PSB-ES, foi o relator do texto e não cumpriu o acordo realizado com diversos segmentos / Foto: Câmara dos Deputados


Felipe Rigoni (PSB- ES) – traidor da educação- “corrigiu problemas do texto, mas o governo Bolsonaro e seus satélites não cumpriram o acordo e votam destaques. O combinado era votar sem obstrução e sem destaques. Lamentável”, segundo Daniel Cara.


Uma data histórica tão importante, que marca a garantia de igualdade e dignidade em direitos a todos os seres humanos, também será marcada pelo desvio de verba daqueles que mais precisam de recursos públicos para concretizar seu direito à dignidade pelo acesso e qualidade em Educação!

O desvio dos recursos do financiamento da educação pública para a iniciativa privada é grave e em nada combate a desigualdade social gerada pela falta igualdade de oportunidade no acesso à educação.

Retrocesso: a educação pública sangra!

https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2020/12/camara-aprova-texto-base-do-projeto-com-regras-para-o-fundeb.shtml

https://www.extraclasse.org.br/educacao/2020/12/fundeb-parlamentares-acusam-golpe/

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