Uma das faces da
Educação que mais precisa de atenção e transformação em Novo Hamburgo é a
Educação Infantil.
Desde 2012, muitos/as
professores/as que são nomeados/as para essa modalidade de ensino em nossa
cidade se exoneram.
Mas por quê? Porque
os/as profissionais que atuam com a Educação Infantil não ganham igual a um
professor de ensino superior depois que se formam. Exige-se, segundo o novo
Plano de Carreira, para trabalhar com a EI apenas o magistério, como se essa
etapa da educação básica fosse menos importante que todas as outras, como se as
crianças pequenas necessitassem de profissionais menos preparados para realizar
o trabalho com elas. Então, quem se forma na Universidade, quem tem
especializações, está deixando Novo Hamburgo para assumir a docência em outros
municípios, uma vez que o atual plano de carreira não reconhece a formação
dos/das professores/as da Educação Infantil.
Pode-se dizer que tal
situação também representa um quadro de desvalorização à mulher, uma vez que,
segundo dados do MEC, 97% dos professores da Educação Infantil são mulheres e é
justamente o nível de ensino em que as profissionais são menos reconhecidas no
município.
Outra questão é que
as escolas, principalmente as de Ensino Fundamental, necessitam passar por uma
boa adaptação arquitetônica para atender as crianças da faixa etária da
Educação Infantil com qualidade, como: banheiros adequados, mobiliários
adequados, salas de aula e espaços adequados para o tamanho e a necessidade das
crianças da primeira infância.
Terceirização das EMEIs:
Das
trinta e três escolas de Educação Infantil, doze são terceirizadas.
No caso da terceirização, não há concurso público para os
profissionais da educação. Portanto as condições de trabalho ficarão piores do
que as que já existem. Os salários dos professores são diminuídos (ainda mais),
já que a preocupação da empresa será com o lucro obtido e não com a construção
do conhecimento. Isso gera desinteresse dos profissionais, assim aumentando
seu estresse e diminuindo a qualidade da preparação das aulas e modelo de
ensino-aprendizagem defasado
Não havendo concurso público, o caminho ficaria aberto para a
contratação de pessoas menos capacitadas e/ou influentes à gerência da empresa
administradora. É dinheiro público, lembre-se.
O professor perde a autonomia que caracteriza sua profissão. Para
não ser demitido terá que seguir os mandos e desmandos do empresário
responsável pela gestão da escola, que muitas vezes não entende nada sobre
ensino.
Sem contar no impacto que a terceirização causa na previdência dos
servidores, uma vez que estes funcionários não contribuem com o Regime Próprio.
Quanto maior o número de terceirizados e contratados, mais enfraquecida será a
nossa previdência.
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