quarta-feira, 10 de novembro de 2010

EDUCAÇÃO PODE FICAR SEM PLANO NO 1º ANO DO GOVERNO DILMA

Alessandra Duarte, O Globo
O Brasil corre o risco de começar o primeiro ano do governo Dilma sem um Plano Nacional de Educação. O atual plano, lançado em 2000 com vigência de dez anos, ainda não foi atualizado. O governo federal ainda não enviou ao Congresso o texto do novo plano - que, para valer, precisa ser votado na Câmara e no Senado, o que dificilmente ocorrerá até o final de 2010.
Enquanto o novo texto não vem, ficam lacunas nas duas pontas do sistema, a educação infantil e o ensino médio - que não foram incluídos no Fundef, criado em 1998, só tendo passado a receber recursos de um fundo nacional a partir de 2007, com o Fundeb.
Segundo o Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb, com dados do Censo Escolar, se na faixa etária de 6 a 14 anos, que compreende os alunos do ensino fundamental, há 762 mil crianças e adolescentes fora da escola, na faixa de 4 a 5 anos, a da educação infantil, o total fora de sala de aula chega a 1,568 milhão.
O problema é pior no ensino médio, em que o número de jovens excluídos da educação, na faixa de 15 a 17 anos, sobe para 1,634 milhão.
Há fragilidades ainda na qualidade do ensino nessas duas pontas. De acordo com a ONG Todos pela Educação (com base em dados da Prova Brasil de 2008), daqueles alunos que chegam à 4ª série do ensino fundamental, só 25% aprenderam matemática nos níveis mínimos esperados (padrão elaborado com base no desempenho, nesta disciplina, de alunos da Comunidade Europeia).
Dos que chegam à 8ª série, 14% apenas. Mas o percentual piora à medida que se avança na escolaridade: dos que chegam ao 3º ano do ensino médio, apenas 10% aprenderam matemática nos níveis mínimos.
- No ensino médio, o desempenho mínimo cai de 25% para 10%. Isso tem razões no currículo, que não é atualizado, e no salário e na qualificação dos professores - analisa Mozart Neves Ramos, conselheiro do Todos pela Educação.

Um comentário:

Valquiria M disse...

Pelo jeito há um sincronia nos governos não nos de direita, mas também nos ditos de esquerda. Educação realmente só serve como chargão de campanha política. Aqui em Novo Hamburgo não tem sido diferente. Em 2008 elegemos um prefeito para uma nova cidade e melhor(um novo mundo é possível?)e o que temos sentido na prática é de que um velho ditado popular pode ter seu fundo de verdade:"Tudo que é ruim, ainda pode piorar".