quarta-feira, 28 de setembro de 2016

É preciso falar da Educação Infantil do município de NH

Uma das faces da Educação que mais precisa de atenção e transformação em Novo Hamburgo é a Educação Infantil.
Desde 2012, muitos/as professores/as que são nomeados/as para essa modalidade de ensino em nossa cidade se exoneram.
Mas por quê? Porque os/as profissionais que atuam com a Educação Infantil não ganham igual a um professor de ensino superior depois que se formam. Exige-se, segundo o novo Plano de Carreira, para trabalhar com a EI apenas o magistério, como se essa etapa da educação básica fosse menos importante que todas as outras, como se as crianças pequenas necessitassem de profissionais menos preparados para realizar o trabalho com elas. Então, quem se forma na Universidade, quem tem especializações, está deixando Novo Hamburgo para assumir a docência em outros municípios, uma vez que o atual plano de carreira não reconhece a formação dos/das professores/as da Educação Infantil.
Pode-se dizer que tal situação também representa um quadro de desvalorização à mulher, uma vez que, segundo dados do MEC, 97% dos professores da Educação Infantil são mulheres e é justamente o nível de ensino em que as profissionais são menos reconhecidas no município.
Outra questão é que as escolas, principalmente as de Ensino Fundamental, necessitam passar por uma boa adaptação arquitetônica para atender as crianças da faixa etária da Educação Infantil com qualidade, como: banheiros adequados, mobiliários adequados, salas de aula e espaços adequados para o tamanho e a necessidade das crianças da primeira infância.

Terceirização das EMEIs:

Das trinta e três escolas de Educação Infantil, doze são terceirizadas.
No caso da terceirização, não há concurso público para os profissionais da educação. Portanto as condições de trabalho ficarão piores do que as que já existem. Os salários dos professores são diminuídos (ainda mais), já que a preocupação da empresa será com o lucro obtido e não com a construção do conhecimento. Isso gera desinteresse dos profissionais, assim aumentando seu estresse e diminuindo a qualidade da preparação das aulas e modelo de ensino-aprendizagem defasado
Não havendo concurso público, o caminho ficaria aberto para a contratação de pessoas menos capacitadas e/ou influentes à gerência da empresa administradora. É dinheiro público, lembre-se.
O professor perde a autonomia que caracteriza sua profissão. Para não ser demitido terá que seguir os mandos e desmandos do empresário responsável pela gestão da escola, que muitas vezes não entende nada sobre ensino.

Sem contar no impacto que a terceirização causa na previdência dos servidores, uma vez que estes funcionários não contribuem com o Regime Próprio. Quanto maior o número de terceirizados e contratados, mais enfraquecida será a nossa previdência.

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