Na tarde desta
quarta-feira, dia 04/01, a direção do SindprofNH reuniu-se com a nova equipe
que coordenará a Secretaria Municipal de Educação (SMED), encabeçada pela
secretária Maristela Guasselli. Foi uma reunião de apresentação, mas o
Sindicato aproveitou para colocar as demandas da categoria, que são muitas e
que perpassam os anos. Os professores se sentem desvalorizados por conta das
políticas para a educação tidas até então. Ressaltamos a necessidade de revisão
do Plano de Carreira, que este é o principal motivo de tamanha desvalorização.
A secretária Maristela nos passou dados que comprovam isto. Entre 2010 e 2016,
447 professores entraram e saíram na Rede Municipal de Ensino. Estes dados
concretizam aquilo que o Sindicato afirma há anos: o município de Novo Hamburgo
se tornou um lugar de passagem de professores, argumento fortemente contestado
pelos gestores anteriores e agora contraditos pelos dados apresentados. São números
elucidativos do tamanho do impacto que o atual plano de carreira causou na
categoria.
Qual
profissional ficaria confortável sabendo que sua especialização será reconhecida
depois de 5 anos do ingresso? Quem permaneceria tranquilo, sabendo que
precisaria de 10 anos para ter o reconhecimento do mestrado e 15 para o
doutorado? Qual professor que ingressou com formação em Magistério ou Curso
Normal se sentiria valorizado, tendo a noção de que mesmo terminando a
graduação, terá um salário mais de 20% inferior aos colegas que já ingressaram
com nível superior? E aqueles que teriam direito a esta progressão, equiparando
o salário de acordo com a formação e que estão aguardando há mais de três anos?
Como lidariam com isto? E eu me sinto bem sabendo que, ao contrário de vários
outros municípios da região, não tenho planejamento à distância semanal, nem o
1/3 de hora-atividade previsto na lei? Indo além do Plano de Carreira, quem
ficará feliz sabendo que não pode participar do ato pedagógico da alimentação escolar
por que sobre seus ombros é depositada uma culpa que não é sua?
São estes
questionamentos que levaram quase 450 professores a entrar e sair da rede
nestes últimos seis anos. São estas algumas questões que precisam ser
solucionadas neste novo período.
E para
começar, temos o PL 106/16, que está em tramitação, que visa solucionar o
problema gerado pelo artigo 50, fazendo com que dezenas não recebam pela sua
graduação, alguns com direito a cerca de três anos. Colocamos para a secretária
que esta é uma questão prioritária para este início de governo, haja vista ter o
já citado projeto protocolado na Câmara. Nos colocamos a disposição para
elucidações futuras e pedimos para que não tomem nenhuma decisão sem que houvesse
uma nova conversa. A categoria precisa ficar atenta às novas movimentações no
projeto na Câmara.
Outra questão que
merece uma atenção especial neste início de ano letivo é sobre a proibição dos
professores se alimentarem juntamente com os alunos, este um ato pedagógico.
Argumentamos que o desperdício de alimentos aumentou consideravelmente, pois os
alunos, principalmente os menores, cobram de seus professores o fato de não se
alimentarem conjuntamente, o que acarreta em alimentos deixados no prato.
Também dissemos que não são apenas os alunos pequenos as vítimas. Entre os
alunos das séries finais e EJA também percebemos as consequências, pois os
professores se alimentando junto no refeitório demonstra integração e cria
empatia necessária para que o vínculo se estabeleça.
Neste primeiro
contato, a secretária se mostrou disposta ao diálogo, mas já adiantou as
dificuldades financeiras do município. Por isso ainda é muito cedo para
qualquer conclusão. Tudo indica que não
será um ano fácil e que será fundamental a categoria saber da necessidade de
mobilização e participar das atividades do sindicato.
Mesmo se tratando de uma
mudança de governo, os problemas são antigos e clamam por uma solução. Ano
novo, governo novo, mas segue a luta de sempre!
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