quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Primeira reunião entre SindprofNH e a nova Secretária de Educação

Na tarde desta quarta-feira, dia 04/01, a direção do SindprofNH reuniu-se com a nova equipe que coordenará a Secretaria Municipal de Educação (SMED), encabeçada pela secretária Maristela Guasselli. Foi uma reunião de apresentação, mas o Sindicato aproveitou para colocar as demandas da categoria, que são muitas e que perpassam os anos. Os professores se sentem desvalorizados por conta das políticas para a educação tidas até então. Ressaltamos a necessidade de revisão do Plano de Carreira, que este é o principal motivo de tamanha desvalorização. 

A secretária Maristela nos passou dados que comprovam isto. Entre 2010 e 2016, 447 professores entraram e saíram na Rede Municipal de Ensino. Estes dados concretizam aquilo que o Sindicato afirma há anos: o município de Novo Hamburgo se tornou um lugar de passagem de professores, argumento fortemente contestado pelos gestores anteriores e agora contraditos pelos dados apresentados. São números elucidativos do tamanho do impacto que o atual plano de carreira causou na categoria.

Qual profissional ficaria confortável sabendo que sua especialização será reconhecida depois de 5 anos do ingresso? Quem permaneceria tranquilo, sabendo que precisaria de 10 anos para ter o reconhecimento do mestrado e 15 para o doutorado? Qual professor que ingressou com formação em Magistério ou Curso Normal se sentiria valorizado, tendo a noção de que mesmo terminando a graduação, terá um salário mais de 20% inferior aos colegas que já ingressaram com nível superior? E aqueles que teriam direito a esta progressão, equiparando o salário de acordo com a formação e que estão aguardando há mais de três anos? Como lidariam com isto? E eu me sinto bem sabendo que, ao contrário de vários outros municípios da região, não tenho planejamento à distância semanal, nem o 1/3 de hora-atividade previsto na lei? Indo além do Plano de Carreira, quem ficará feliz sabendo que não pode participar do ato pedagógico da alimentação escolar por que sobre seus ombros é depositada uma culpa que não é sua?

São estes questionamentos que levaram quase 450 professores a entrar e sair da rede nestes últimos seis anos. São estas algumas questões que precisam ser solucionadas neste novo período.

E para começar, temos o PL 106/16, que está em tramitação, que visa solucionar o problema gerado pelo artigo 50, fazendo com que dezenas não recebam pela sua graduação, alguns com direito a cerca de três anos. Colocamos para a secretária que esta é uma questão prioritária para este início de governo, haja vista ter o já citado projeto protocolado na Câmara. Nos colocamos a disposição para elucidações futuras e pedimos para que não tomem nenhuma decisão sem que houvesse uma nova conversa. A categoria precisa ficar atenta às novas movimentações no projeto na Câmara.

Outra questão que merece uma atenção especial neste início de ano letivo é sobre a proibição dos professores se alimentarem juntamente com os alunos, este um ato pedagógico. Argumentamos que o desperdício de alimentos aumentou consideravelmente, pois os alunos, principalmente os menores, cobram de seus professores o fato de não se alimentarem conjuntamente, o que acarreta em alimentos deixados no prato. Também dissemos que não são apenas os alunos pequenos as vítimas. Entre os alunos das séries finais e EJA também percebemos as consequências, pois os professores se alimentando junto no refeitório demonstra integração e cria empatia necessária para que o vínculo se estabeleça.


Neste primeiro contato, a secretária se mostrou disposta ao diálogo, mas já adiantou as dificuldades financeiras do município. Por isso ainda é muito cedo para qualquer conclusão. Tudo indica que não será um ano fácil e que será fundamental a categoria saber da necessidade de mobilização e participar das atividades do sindicato. 

Mesmo se tratando de uma mudança de governo, os problemas são antigos e clamam por uma solução. Ano novo, governo novo, mas segue a luta de sempre!

Nenhum comentário: