terça-feira, 16 de junho de 2015

Ei, professor! Se liga no ensino das religiões nas escolas

No Brasil, a escola pública é laica desde a década de 20 do século passado, mas a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996, os estados ganharam autonomia para incluir novas disciplinas nos currículos. Por esse caminho, o ensino religioso voltou a ser ministrado em escolas públicas. A discussão atual se trata de substituir o ensino religioso pelo ensino das religiões nas escolas. “O Brasil é um Estado laico, conforme reza a Constituição e, portanto, os entes públicos não têm o direito de privilegiar esta ou aquela religião. Mas é inconcebível que as religiões praticadas em nosso país não sejam objeto de estudo em todas as nossas escolas”, destaca o teólogo Frei Betto, que defende o ensino da diversidade. “Os alunos precisam ter conhecimento do que é catolicismo, protestantismo, espiritismo, judaísmo, islamismo, candomblé, macumba, santo daime entre outros”, defende.

Foto: Agência Brasil

Esta reflexão vale para qualquer disciplina: ao ensinar história, quem é o vilão, o bandeirante ou o índio caçado para ser escravo? O colonizador ou o colonizado? Frei Betto ainda chama a atenção para a importância desta questão: “A religiosidade, como a sexualidade, é inerente ao ser humano. Quem não a cultiva na direção correta corre o risco de direcioná-la para a idolatria - da beleza, do poder, da fama, da riqueza”, alerta.


Aos educadores, que vivenciam o cotidiano das escolas, este é um bom momento para a reflexão. Uma vez que estes agentes e seus exemplos interferem de forma inerente em suas falas. Assim, não existe educação neutra. Toda a educação é inevitavelmente impositiva. O desafio pedagógico é fazer isso de modo a permitir ao estudante tornar-se protagonista do processo, com ferramentas suficientes para fazer escolhas. 

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