sexta-feira, 12 de junho de 2015

A pedra no meio do caminho...



O homem por de trás do atraso das negociações do pós-greve em Novo Hamburgo 


Há 12 dias chegou ao fim a Greve dos professores e servidores municipais de Novo Hamburgo.
O movimento que entrou para história do município como a maior Greve já realizada em solo hamburguense que, coincidência  ou não, aconteceu durante o governo do Partido dos Trabalhadores, conseguiu surpreender em número de adesões - 94% dos professores - e na resistência do movimento que durante 30 dias denunciou os abusos da gestão municipal mais autoritária que já governou Novo Hamburgo.

A união entre professores e servidores do quadro geral, que também estiveram nas ruas durante o mês de maio, pressionou o executivo ao ponto de em duas secretarias ocorrerem mudanças. 

Primeiro na pasta da educação, a semi-queda de Alberto Carabajal, hoje na Secretaria de Habitação e a exoneração de Mozart Dietrich da COMUSA, são pequenas mostras da força do movimento.

As tentativas fracassadas do executivo em tentar parar a greve levaram o caso ao Tribunal de Justiça do Estado. Em juízo os ex-sindicalistas foram obrigados a negociar com  os trabalhadores. É aí que começam os tropeços.

Ata da Mesa de Negociações realizada em 12 de junho de 2015
Com 60 dias para entrar em acordo com as categorias, o executivo mostra que o que se diz na mesa de negociações não se escreve. E a ata pode provar.

Apesar de na sexta-feira (05) os SindProfNH ter acordado a recuperação de dias letivos para recuperação das horas da greve, a orientação que sai do RH é completamente diferente. 

O responsável por isso? Anésio Ronei Bohn, Diretor da Secretaria de Recursos Humanos. Sem ao menos aguardar pelo fim das negociações, Anésio não explica nada, mas confunde muito bem. Diretores são orientados a riscar o ponto e escrever ausência ao lado dos nomes dos grevistas.

Em uma reunião com as equipes diretivas, na semana passada, o projeto de ditador falou que a greve do SindProfNH é ilegal.

Leu a ata do Tribunal de Justiça e como não dava para entender o "juridiquez" inventou que o Sindicato não entregou documento de greve. Além disso, mandou fazer planilhas de recuperação de horas e ameaçou as diretoras.

Na mesa de negociações ficou acordada a recuperação dos dias letivos. Portanto, as equipes diretivas devem se ater apenas à montagem do calendário escolar junto à comunidade, pois as horas da greve estão atreladas aos dias letivos. Conselhos de classe, por exemplo serão realizados em dias letivos, porém em horário posterior ao de atendimento em sala de aula. Essas horas servem para compensação.

É importante esclarecer que nenhuma equipe diretiva deve criar planilhas para acompanhar o pagamento de hora por hora dos professores, pois isso fere o acordo entre o executivo e o sindicato realizado no Tribunal de Justiça de que não haveriam retaliações ou qualquer tipo de diferenciações entre grevistas e não grevistas.

Ainda estamos negociando e precisamos contar com apoio e tranquilidade das escolas para formulação dos calendários. Qualquer orientação vinda das secretarias devem ser questionadas junto ao SindProfNH, que é o representante da categoria e que tem o dever de negociar e preservar os direitos dos trabalhadores.

Estamos lidando com profissionais na arte de confundir, por isso, precisamos estar unidos e falando a mesma linguagem. Não há por que ficarmos ansiosos, visto que nosso movimento já avançou tanto.

Sobre a pedra no meio do caminho, bem... As pedras não falam.





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